20 de abril de 2024
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Desemprego

CNTA Afins cobra governo sobre demissões no setor frigorífico do país

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Os trabalhadores do setor frigorífico têm enfrentado dificuldades para manter seus empregos já que muitas demissões em massa e fechamentos de fábricas em todo o País tem acontecido e isso está sendo contestado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA Afins).

De acordo com o órgão, somente em 2015, foram fechadas pelo menos 44 unidades, segundo levantamento recente da Agrifatto (empresa de análise e consultoria de mercado). A última demissão ocorreu no dia 21 deste mês em Chupinguaia, Rondônia (RO), após o fechamento do Marfrig. Cerca de mil trabalhadores diretos e indiretos foram demitidos.

Aqui em Mato Grosso do Sul foram fechados 13 frigoríficos em menos de doze meses, registrando 6,7 mil trabalhadores demitidos diretamente, segundo a Associação de Matadouros, Frigoríficos e Distribuidores de Carne de MS (Assocarne). Conforme a entidade, que acusa a JBS de monopólio por ter fechado outras duas unidades há bastante tempo, outros três, dos 23 frigoríficos presentes no Estado, podem fechar as portas ainda esse ano.

No Estado vizinho, Mato Grosso, seis frigoríficos encerraram as atividades demitindo cerca de quatro mil trabalhadores. Um desses frigoríficos foi o Minerva Foods, que em junho fechou a unidade de Mirassol D'Oeste, demitindo 701 trabalhadores. Em julho foi a vez do JBS demitir 500 trabalhadores ao fechar uma de suas 12 unidades no MT. De acordo com o Sindicato das Indústrias de Frigoríficos do Estado de Mato Grosso (Sindifrigo-MT), existem 43 frigoríficos, subindo para 19 o número de plantas frigoríficas com atividades encerradas nos últimos dois anos.

Conforme o presidente da CNTA Afins, Artur Bueno de Camargo, é importante ressaltar que grandes grupos do setor, geralmente beneficiados com empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), são os que mais têm demitido trabalhadores e fechado unidades. Bueno pede fiscalização e cobrança da contrapartida social às empresas beneficiadas com os empréstimos públicos.

"A falta de uma política de responsabilidade social para as empresas beneficiadas com empréstimos de dinheiro público coloca os trabalhadores em condições vulneráveis sempre que, por alguma razão, houver queda na produção. Talvez as empresas que doaram milhões para as campanhas políticas poderiam ter economizado esse dinheiro para utilizá-lo agora e manter os empregos dos trabalhadores, que são os principais geradores dos lucros, inclusive, dos milhões doados aos partidos políticos", critica.