Análises epidemiológicas precisam levar em conta as determinantes sociais da saúde, bem como adotar perspectivas de gênero. A recomendação é do representante da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) no Brasil, Joaquín Molina. Durante participação na abertura do 10º Congresso Brasileiro de Epidemiologia, o dirigente da agência da ONU também reiterou o apoio do organismo ao Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro.
O especialista lembrou que o desenvolvimento da epidemiologia no Brasil nos últimos 30 anos está intimamente ligado à história do SUS.
“Os sistemas de informação estruturados na rede do SUS foram e são a base da maioria das análises e estudos produzidos nas últimas décadas e os que aqui se estão a apresentar. Dessa forma, o crescimento da cobertura do SUS marcou o desenvolvimento e aumento de cobertura e qualidade dos sistemas de informação em saúde do Brasil”, explicou o gestor.
Para o chefe da OPAS no Brasil, “é preciso integrar os determinantes sociais da saúde nas nossas análises”. Molina também enfatizou a importância de “defender e incorporar o enfoque de gênero no nosso dia a dia e de intensificar ainda mais a luta contra a desigualdade e as iniquidades em saúde e bem-estar, que tanto lastima a todos nós”. O dirigente acrescentou que o país pode contar com o apoio da OPAS em defesa do SUS.
Organizado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO) e a Universidade Federal de Santa Catarina, o congresso de epidemiologia reúne pesquisadores, docentes, alunos e profissionais de saúde, tanto brasileiros quanto de outras partes do mundo, para promover debates sobre estratégias de prevenção de doenças.