28 de março de 2024
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Campo Grande "explode culturalmente" com nova 'Mostra de Teatro e Circo- Boca de Cena'

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Quinze apresentações teatrais gratuitas, seminários, diálogos cênicos e oficinas diversas. Entre 22 e 27 de maio Campo Grande se transformará, mais uma vez, em um grande palco para a encenação e a troca de experiências sobre a produção teatral e circense. A Mostra Sul-mato-grossense de Teatro e Circo – Boca de Cena, realizada desde 2008 pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), abre novamente espaço para o intercâmbio da arte e do encantamento que ela produz. 

Serão seis dias inteiramente dedicados a essa arte orgânica, transformadora, desafiadora, imensurável e porque não dizer, necessária. O “Boca de Cena” apresenta de forma gratuita ao público uma programação com peças teatrais representativas da produção do Estado, de grupos de São Paulo, do Maranhão e da Argentina. Além dos espetáculos eles também participarão de seminários, diálogos cênicos, oficinas criativas e debates sobre as peças.

O Boca de Cena 2017 também rende homenagens: serão celebrados os trabalhos do Grupo Teatral Palco – Sociedade Dramática, do ator e diretor teatral Edilton Ramos e do Mágico Tabajara. A obra e a história de cada um será rememorada na abertura oficial do festival, marcada para segunda-feira (22.5), às 19h30, no teatro Glauce Rocha, no campus da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

Cena de “Os malefícios do tabaco”, do Grupo Identidade Teatral. Foto: Helton Perez

?Homenagens

Criado em 1.992 por Expedito Di Montebranco, o Grupo Teatral Palco – Sociedade Dramática tem em sua essência o debate de temas sociais polêmicos, que são explorados tanto no drama como na comédia. “Essa é a nossa natureza, nossa forma de combater o que consideramos mal”, explica o diretor, que possui em seu currículo mais de 60 trabalhos em teatro, cinema e televisão e cerca de 40 prêmios dedicado às suas criações.

O diretor Edilton Ramos é responsável por um dos mais aclamados e longevos espetáculos teatrais de Mato Grosso do Sul: “A Paixão de Cristo”. A primeira versão foi encenada em 1.979 como um espetáculo de mímica, apenas com sonoplastia, iluminação e música instrumental. “Em 1.981 senti a necessidade de introduzir os diálogos. Em 1.982 foi feita uma adaptação para pequenos espaços, para podermos apresentar no teatro Glauce Rocha. Desde então, o texto vem sendo aprimorado de tempos em tempos”.

Com 60 anos de carreira, Tabajara Duarte da Silva – o Mágico Tabajara – já animou diferentes gerações de crianças e adultos em Mato Grosso do Sul. É conhecido por manter viva a arte do circo e da mágica, colecionando apresentações na Capital, interior e outros estados, além de programas nacionais, como Xuxa e Silvio Santos. As apresentações resgatam o mundo do circo tradicional, onde a alegria e a interação com o público são os ingredientes mais fortes.

Atrações 

Sete espetáculos teatrais do Estado foram selecionados para o Festival Boca de Cena. Estarão na mostra Os Corcundas, do Circo do Mato Grupo de Artes Cênicas (Campo Grande), Os Guardiões, do Teatral Grupo de Risco (Campo Grande), Os malefícios do tabaco, do Grupo Identidade Teatral (Campo Grande), Quem matou o morto?, da Cia. Theastai de Artes Cênicas (Dourados), Lápide inconclusa em quarta-feira de cinzas, da Associação Cultural Fulano di Tal (Campo Grande), O santo e a porca, do Grupo Arte Viva (Jardim) e Os três porquinhos e o lobo mau, da Cia Teatral Corpo Cênico (Nova Andradina).

A programação também conta com um espetáculo convidado: “Judith e Sua Sombra de Menino” possui trilha sonora original, executada ao vivo, e elementos do teatro de máscaras, de sombras e de bonecos. Produzido em Dourados, foi premiado pela Fundação Nacional de Artes com o Prêmio Myriam Muniz/2015.

Também estão na programação companhias de outros estados: Grupo Rosa dos Ventos, de Presidente Prudente (SP), que realizará uma oficina de Circo e Arte de Rua e apresentará o espetáculo “Super Tosco”, na praça Ary Coelho (25.5) e a Pequena Companhia de Teatro, de São Luiz (MA), que ministrará a oficina “O quadro de antagônicos como instrumento de treinamento ao ator”. Os participantes encenam também na quinta (25.5), no teatro Prosa, a peça “Velhos caem do céu como canivete”.

E mais uma vez uma atração internacional fomenta o intercâmbio de ideias e de conceitos sobre o teatro no Festival Boca de Cena. O ator e diretor Martin Montero, de Mendoza, na Argentina, apresenta a peça “Chiflete em Banda” no sábado (27.5), às 17h30, na praça Ary Coelho. Integrante da Haravicus Compañia de Teatro, Montero é formado em Artes Dramáticas pela Faculdade de Artes e Desenho da Universidade Nacional de Cuyo e possui grande experiência em circo e palhaçaria.

Ideal

A mostra já está consolidada no calendário cultural do Estado, sendo uma referência entre o público. Conta com a parceria dos colegiados e universidades, oferecendo legitimidade ao produto cultural numa construção coletiva, com o objetivo de chegar ao principal interessado, o público.

Segundo Márcio Veiga, gestor de Produção Cultural da Fundação de Cultura, o Boca de Cena é um fomentador do desenvolvimento das artes cênicas em Mato Grosso do Sul. “O projeto promove e valoriza o encontro do público com o teatro e o circo. Promovendo uma programação artística reveladora da expressão cênica estadual, ele propicia o intercâmbio de artistas e a formação de plateia”.

Segundo o secretário de Cultura e Cidadania, Athayde Nery, o Boca de Cena busca prioritariamente o envolvimento e o diálogo com o setor. “Queremos levar espetáculos de qualidade para a população, mas também queremos o fortalecimento do nosso teatro, e para isso é fundamental esse processo de debate, intercâmbio, essa troca entre os grupos daqui e os de fora”, avalia.

Serviço

Todas as apresentações são gratuitas. Mais informações com Márcio Veiga, coordenador do Núcleo de Teatro da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul pelo telefone (67) 3318-9170.