18 de abril de 2024
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Cerca de 30% foram acrescidos no valor dos alimentos devido a manifestação dos caminhoneiros

Na capital, produtos como tomate, cebola e batata já estão mais caros, segundo Coordenador da Divisão de Mercado do Ceasa, Cristiano Chaves.

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O protesto organizado pelos caminhoneiros contra o valor do diesel e dos impostos, completa hoje seis dias nas rodovias do Estado e começa a surgir reflexos. Diversos prejuízos estão sendo contabilizados com a paralisação da categoria. Segundo Coordenador da Divisão de Mercado do Ceasa, Cristiano Chaves cerca de 30% já foram acrescidos no valor dos produtos vendidos nos estabelecimentos.

A razão para o aumento é por conta dos poucos produtos que estão chegando. Na Capital, por enquanto não há caso de alerta para os abastecimentos, a maioria dos alimentos estão chegando, porém com atrasos, maduros e valores elevados. Mas segundo Chaves, “se a paralisação permanecer por mais três dias, vai faltar comida na mesa do consumidor”.

Alimentos como tomate, cebola e batata, estão mais caros porque é transportado da região Sul do país, e há dificuldades para chegar até aqui, pois “a manifestação dos caminhoneiros por lá é mais rigorosa e não deixa passar nada”, comenta Chaves.

Além da alta no bolso do consumidor, as indústrias que transportam alimentos estão sentindo o amargo do prejuízo. A empresa Bocchi Agroindustrial Importação Exportação, do município de Dourados está com o caminhão carregado de grãos na estrada, e corre risco de perder o produto por conta da sua validade. “Estamos tendo um prejuízo muito grande financeiramente. A mercadoria era para ter chego na segunda feira, mas ainda está parado na rodovia com grandes chances de estragar”, comentou o responsável pela área comercial da empresa, Leonardo Mussury.

O proprietário da Casa de Carne Pantanal, em Dourados, Cesar Machado Duarte vive a insegurança de que sua mercadoria vai chegar. “O produto está atrasando bastante, o horário está todo bagunçado. O que me preocupa é que os transportadores avisam que hoje conseguiram chegar, mas não sabem se amanhã vão conseguir passar”.

Em entrevista para a reportagem do MS Noticías na terça feira, o caminhoneiro Alexandre Ribas afirmou que com 22 anos de profissão nunca havia passado por esse descaso. E criticou a presidente Dilma, que não se manifestou ainda diante da situação. “Parece-me que a presidente não come alimentos brasileiros, porque se comesse não deixaria na situação que está uma das principais categorias que movimenta a economia do país”, indagou Ribas.