19 de abril de 2024
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25 anos de Arte

Escritora, pintora, poetisa, Vanda Ferreira revela detalhes de sua inspiração para criar

Artista sul-mato-grossense conhecida pelo apelido de Bugra Sarará, é casada, mãe de 4 filhos e avó. Têm em seus 25 anos de arte, 13 livros solos lançados e mais de 40 livros em que é co-autora.

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Vanda tem o projeto “Café Santo” em que tem como objetivo realizar encontros tomando café e filosofando com a arte. O mais novo livro que está lançando é infantil e é intitulado “A Festa dos Vaga-Lumes”. 

- O que é a arte para você?

Vanda: A Arte para mim é uma expressão como outra expressão minha qualquer. É até uma necessidade. Opto por deixar de viajar, dormir ou comer para estar fazendo a arte, para estar criando poema, desenvolvendo uma crônica. A arte fica em um importante patamar das coisas. Já deixei de fazer muitas coisas por causa da arte.

- De onde vem a inspiração?

Vanda: Eu nunca fui buscar nada. Acho que é o que respiro. O que vou comendo, bebendo ou sentindo de prazer, em experiências, vai se transformando em arte. A minha coleção de telas, que é uma série especial exclusiva, com 25 telas, que retratam o céu do Mato Grosso do Sul e também no céu de Campo Grande, que é a cidade onde eu nasci. Sempre fui buscar, fotografei e cada foto, eu navego na imagem e dali eu me inspiro para fazer uma tela.   

- Como você se define?

Vanda: (Pausa/ Risos) Essa pergunta é terrível. Olha, eu me defino assim: Sou Vanda, mãe do Yuri, Ygor, Larissa e da Farid. Eles já me presentearam com netos. Acho que sou uma pessoa rebelde. Amo o silêncio, de ficar em paz. Não sou muito de público, de palco. Sou uma pessoa que se descobriu muito. Sei muito do que gosto. Tenho o luxo e a conquista de hoje poder trabalhar com arte. De trabalhar com minha arte. De produzir a hora que eu quero. Muitas vezes estou pintando e paro para escrever um verso e volto para pintar. Tenho essa maluquice. Hoje eu me considero uma artista profissional no sentido de que vivo de toda liberdade para poder ficar só produzindo.


- Como está a arte em Mato Grosso do Sul?  

Vanda: Muita coisa anda. Nossa arte anda acelerada. O que não anda acelerado, e que a meu ver está deixando a desejar, é o trabalho de mostra. Talvez seja espaço, não sei. Falta de repente cultura local, pois vejo ainda tão vazio. Da década de 80 até agora vieram muitos artistas novos que faltam ser citados. Eu penso que algo tem que ser feito, mas não sei o que é esse algo, mas deve ser feito. O artista não tem vaidade, alguém tem que olhar pra gente. A arte precisa chegar a todos, nos bairros, rodoviária, aeroportos.