28 de março de 2024
Campo Grande 30ºC

Eles não querem políticos profissionais e sim líderes da comunidade, conheça Rede Sustentabilidade

A- A+

Registrado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em setembro deste ano, a Rede Sustentabilidade surgiu com proposta de fazer “nova política” que vai na contramão do que muitos aspirantes da reforma política chamam de “toma lá da cá”, prática enraizada no sistema político brasileiro, que agora com Rede Sustentabilidade, possui 34 partidos.

Entre as novidades da Rede, está a organização do partido, que, embora tenha presidente e vice-presidente registrados no TSE, internamente não utiliza essa divisão hierárquica e todas resoluções partidárias são definidas em grupo. Segundo um dos coordenadores da Rede em Mato Grosso do Sul, Ricardo Gomes, o partido não está interessado em “políticos profissionais” e busca novas lideranças que pretendem ingressar na política pela primeira vez.

Embora a Rede MS busque novatos, a Rede Nacional ingressou, no dia 15 de outubro, no STF (Supremo Tribunal Federal), uma ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) contra recém-criada Lei 13.165/2015, que institui minirreforma eleitoral. Em nota publicada no site do partido, sob título “Rede entra com ação para defender filiação de parlamentares com mandato”, a Rede explica em detalhes o motivo pelo qual é contra Lei que não permite filiação a novas siglas recém criadas, como Rede, sem perda de mandato.

Para entender melhor o que pretende e como pensam os coordenadores da Rede Sustentabilidade em Mato Grosso do Sul, o MS Notícias conversou com Ricardo Gomes e  Neide Herrero. Confira entrevista completa.

MS Notícias: Como surgiu Rede Sustentabilidade em MS?

Neide Herrero – “Aqui temos um grupo que acompanha Marina desde 2012, quando ela saiu do PT e criou Grupo Nova Política. Daí surgiu ideia de construir um partido, em 2013 foi decidido que esse partido seria construído e deu-se início em todo país e em Mato Grosso do Sul, o processo de coleta de assinaturas [Em outubro de 2013, Marina Silva teve pedido de registro da Rede negado por apresentar apenas 484.169 assinaturas, 56 mil a menos do necessário]. Em Mato Grosso do Sul, coletamos aproximadamente 12 mil assinaturas, mas muitas fichas foram descartadas, e registramos quase seis mil, uma cota acima da nossa do Estado que era 1% eleitorado, o que daria 1300. Isso já mostrou para nós que aceitação da rede é muito boa.”

MS Notícias: Como é organizada estrutura partidária da Rede? Hoje, quantos filiados existem no partido?

Neide Herrero – “Ainda não temos muitas filiações, pois convenção será feita em novembro. Somos dez coordenadores divididos em cinco coordenações, além de outras pessoas filiadas que não integram coordenações. Temos presidente e vice-presidente registrado no TRE-MS, mas decisões e ações do partido são discutidas em conjunto. Toda decisão será coletiva queremos uma nova maneira de abordar e fazer politica e não maneira tradicional em que presidente manda outros obedecem.”

MS Notícias: “O que difere Rede dos outros 33 partidos políticos do Brasil?”

Neide Herrero – “Queremos trazer sociedade para partido. O cidadão comum tem que vir e participar. Costumo dizer que não existe um caminho definido, vamos construir juntos, vamos fazer construção com sociedade, é isso que queremos. A partir de janeiro vamos desenvolver coletivos municipais em dez municípios do Estado onde temos núcleos de redeiros para ver o que pensam as pessoas de cada cidade, quais sugestões a população tem. Esse momento de muito desgaste politico, nos favorece, pois população quer participar e nossa proposta é levar esta oportunidade de pessoas construírem esse novo modo de se fazer política, da maneira tradicional temos 33 partidos, portanto ninguém vai ficar desamparado, quem pensa da maneira tradicional tem opções, quem pensa diferente vem com Rede.”

MS Notícias: Como Rede está se organizando para eleições municipais de 2016?

Neide Herrero – “Queremos que saia dos coletivos municipais nomes de pessoas que tem DNA da Rede. lideranças comunitárias que entendam nosso DNA, nossas bandeiras. É dos coletivos dos municípios que sairão candidatos a vereador, mas ainda não traçamos mapa politico do estado. Em dez municípios [entre eles: Campo Grande, Anastácio, Dourados, Aquidauana e Inocência] temos grupos pequenos ligados à Rede que estão conosco desde início então nesses locais queremos desenvolver rapidamente esses coletivos para identificar pessoas que queiram participar e construir Rede. Sabemos que a juventude simpatiza muito com Rede pelo espaço que temos oferecido. Acredito que vamos conseguir trazer esse núcleo que nunca quis participar da politica da maneira tradicional.”

MS Notícias: Qual perfil do redeiro? Quem pode se filiar ao partido?

Ricardo Gomes – “Estamos falando de uma forma diferente de se ver politica. As pessoas quando falam conosco, temos vários vereadores do interior que estão dentro do partido, ouvem de nós algumas utopias atuais começando pelo nosso estatuto. Temos algumas cláusulas pétreas como dignidade de pessoas humana, defesa de minoria que são fundamentais. A Rede nunca vai se envolver em fatos polêmicos criando instabilidade politica e social. Não vamos entrar em bola dividida onde todos querem puxar para um lado, temos cuidado para que todos aqueles que venham pra Rede não sejam políticos profissionais. Em uma das cláusulas do estatuto consta que quem é candidato a vereador pode se reeleger apenas uma vez. Quem lê e se vê como político profissional desiste, como já tivemos pessoas que nós não deixamos que elas viessem porque elas não se identificariam com que Rede é e pretende ser. Se hoje nos perguntam se vamos nos coligar, digo que não temos preocupação com isso, a princípio por nossa vontade neste instante somos chapa pura, não estamos preocupados em eleger prefeito, os vereadores que vieram pra Rede estão cientes que corremos risco de não se eleger. As pessoas que nunca se candidataram que estão na sociedade, gostaram da Rede por conta da estrutura pessoal e impessoal ao mesmo que temos, pois não temos chefe nem coronel, não batemos continência para ninguém para nenhum partido”.

MS Notícias: Como eleger candidatos com chapa pura tendo tão pouco tempo em propaganda eleitoral e pouco recurso do fundo partidário?

Ricardo Gomes – “Vamos usar mídia social e montar estratégias para criar núcleos nos bairros, ouvir pessoas como nunca antes foram ouvidas. Como já temos um vereador aqui em Campo Grande [Eduardo Romero], vamos ter condições de fazer isso imediatamente. Queremos que nossos representantes na Câmara tenham possibilidade de passar para Município as necessidades da população. Não vamos ficar em cima do muro tanto que nacionalmente, a Rede junto com Solidariedade faz pedido de afastamento de Cunha, mas vamos nos posicionar na hora certa, local certo e tendo porque”.

MS Notícias: Como sobrevier sem políticos profissionais, sem toma lá da cá?

Ricardo Gomes – “Temos que ter estratégia sem ser coagidos, tem que ser natural. Esse toma lá da cá é quando você monta partido que serve de partido de aluguel e de reserva de mercado para políticos. Alguns políticos que quiseram se filiar nós não permitimos, pois entramos no acordo de trazer novidade, o que na verdade seria normal, mas não é. Ninguém entra para perder, o que não queremos é levantar falsas expectativas dentro do que legislação permite. Por exemplo, o caso do PP que veio sozinho não se coligou veio contra tudo e contra todos, conseguiu derrubar algo que vinha há muito tempo, máquinas administrativas em funcionamento e está aí. Nós não queremos fazer mesma coisa. Teremos sim candidato na majoritária em Campo Grande, alguém que estamos preparando, mas antes de mais nada queremos evitar especulações. Estamos sendo muito investigados e estamos quietos, essa é uma estratégia nesse mundo e poderosos onde somos muito pequenos.”

MS Notícias: E o deputado estadual Marquinhos Trad, foi um dos rejeitados pela Rede?

Ricardo Gomes – “Dizer nome a vocês seria sacramentar o que todos gostariam de ouvir, mas não podemos cometer equivoco de afirmar nada. O que podemos dizer é que políticos de renome nos procuraram e continuam nos procurando. O momento atual nos exige muita cautela, não podemos iniciar processo já maculado com nenhuma outra situação. Hoje nos permitimos responder pergunta de forma não evasiva, mas sim dar silêncio para que tempo possa dizer. Admiramos todos, são políticos competentes que fazem diferença tanto que tentam se identificar com Rede, mas alguns esbarram em parâmetros nossos. Existem todas possibilidades de políticos vieram conversar conosco, se vão fazer parte ou não ainda não podemos dizer”.

Se você se interessou e quer saber mais sobre a Rede Sustentabilidade, acesse site da Rede Nacional (clique aqui) ou envie e-mail para Rede MS: msemrede@hotmail.com