25 de abril de 2024
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Entenda por que o Corinthians travou em Campinas e perdeu da Ponte Preta

Contra um adversário aplicado taticamente e Aranha em tarde inspirada, líder sofre a sexta derrota no Campeonato Brasileiro

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Não foi por falta de oportunidades que o Corinthians perdeu por 1 a 0 da Ponte Preta, na tarde deste domingo, no Moisés Lucarelli, em Campinas, pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro. Duas razões ajudam a explicar o tropeço:

a Ponte foi competente em sua proposta de jogo no primeiro tempo, quando segurou o Timão;
Aranha fez quatro defesas difíceis no segundo tempo e impediu o gol de empate corintiano.

O Corinthians se deparou com um adversário muito bem posicionado quando jogava sem a bola. Eduardo Baptista colocou sua primeira linha ofensiva para jogar como se fosse um reloginho. Repare no vídeo abaixo:

Fagner recebe a bola pela direita, e Danilo encosta;

Ela chega aos zagueiros Pablo e Balbuena, é a vez de Sheik subir a marcação;
Rodriguinho tenta vir buscar jogo, Elton sai imediatamente no combate;
Quando Arana quer avançar na esquerda, Lucca se encarrega de fechar o corredor.

A missão, portanto, era atravessar essa linha da Ponte. Para se ter uma ideia da dificuldade em fazer a bola chegar lá na frente, Jô, passados 10 minutos de jogo, ainda não havia dado um toque sequer nela, segundo o Scout da TV Globo. Era o único atleta em campo "zerado".

O Timão demorou a entender que, para ganhar território, teria de fazer o mesmo que o oponente e adiantar suas linhas. Foi assim que passou a forçar os erros nas saídas, como no lance de sua melhor oportunidade de gol na primeira etapa.

Lucca faz um passe cruzado e o Corinthians, avançado, recupera a bola com Gabriel. Veja, pelo vídeo, como no momento da roubada, são seis corintianos no campo de defesa da Macaca. Na sequência, é o próprio Gabriel quem acerta o travessão de Aranha.

Vacilo defensivo

O gol da Ponte foi um erro coletivo corintiano, mas com enorme contribuição de Guilherme Arana. Primeiro, veja o lance:

Agora, preste atenção no frame abaixo, na movimentação do lateral.

Arana percebe a chegada de Elton, pelo meio da área, e fecha em direção a ele, esquecendo-se completamente de resguardar suas costas, por onde Lucca entrava. Mas também vale destacar que Balbuena não está acompanhando ninguém na jogada. Ou seja, eram três pontepretanos chegando para concluir, e apenas Arana e Pablo (à frente da pequena área) marcando.

Vale citar também a dificuldade que a defesa do Corinthians tem com bolas pelo alto. Dos 21 gols sofridos neste Brasileirão, 12 foram assim.

Carille mexe já no intervalo

Insatisfeito, o treinador voltou para o segundo tempo com uma alteração. Colocou Clayson no lugar de Gabriel. Organizou a equipe em um 4-1-4-1, com Maycon posicionado à frente da dupla de zagueiros. Romero, que vinha jogando aberto na esquerda, trocou de lado.

O líder do campeonato melhorou, e Clayson deu mais velocidade à armação. Tanto que, logo aos quatro minutos, o camisa 25 iniciou a jogada de outra boa chance de gol do Timão.

A posse de bola, que já era favorável aos corintianos no primeiro tempo, chegou a ficar em 61% aos 38 minutos do segundo tempo, quando Carille já havia feito mais duas alterações: apostou em Pedrinho e Kazim nas vagas de Romero e Maycon, respectivamente.

A tática, nesse momento, era óbvia: tentar ocupar a área da Ponte em massa e buscar os cruzamentos com Fagner e Jadson, principalmente. Mais oportunidades vieram, em chute de Rodriguinho e cabeçadas de Pablo e Jô. Aí, o problema corintiano passou a se chamar Aranha. Com defesas difíceis, ele foi responsável direto pela sexta derrota do Corinthians no returno.

Foi, também, a primeira derrota do time considerado ideal em 2017. A formação titular utilizada por Carille havia jogado junta em apenas 12 ocasiões no ano e conquistado sete vitórias e cinco empates.