24 de abril de 2024
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Copa do Mundo

Resumão de Brasil e México na Copa da Rússia

"México surpreendeu neste domingo e venceu a Alemanha"

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México e Alemanha 

Com um contra-ataque rápido e solidez defensiva, o México surpreendeu neste domingo e venceu a Alemanha, atual campeã do mundo, por 1 a 0, no Estádio Luzhniki, em Moscou, mantendo assim a recente sina dos defensores do título em estreias de Copa do Mundo.

Jogando como nunca diante da poderosa seleção comandada por Joachim Löw, o México conquistou a inesperada vitória em um rápido contra-ataque no primeiro tempo. Aos 35 minutos, Lozano recebeu de Vela, passou por Hummels e bateu para marcar o único gol do jogo.

O resultado interessa ao Brasil, que enfrentará adversários do grupo F nas oitavas de final caso os comandados de Tite garantam a classificação em sua chave. A vitória coloca a 'Tri' na liderança da chave, com três pontos, e os alemães na lanterna.

Suécia e Coreia do Sul, que completam o grupo, estrearão amanhã, às 9h de Brasília, em Nizhny Novgorod.

Boateng disputa bola com Lozano, autor do gol do México. Foto: REUTERS/Kai Pfaffenbach

Na segunda rodada, no próximo sábado, a atual campeã do mundo enfrentará os suecos, no Estádio Olímpico Fisht, em Sochi. Os mexicanos pegam os sul-coreanos em Rostov.

Esta foi a primeira derrota da Alemanha em estreia de Mundiais desde 1982, quando a 'Die Mannschaft' caiu diante da Argélia, por 2 a 1, um resultado que amplia a sequência de resultados ruins dos atuais campeões nas primeiras partidas das edições seguintes ao título.

Em 2014, na Copa do Mundo do Brasil, a Espanha foi goleada pela Holanda por 5 a 1. Em 2010, a Itália empatou com o Paraguai por 1 a 1. A seleção brasileira foi uma das poucas a quebrar a escrita, vencendo a Cróacia por 1 a 0, com gol de Kaká, em 2006.

A partida também foi marcada pela presença de Rafa Márquez. O veterano zagueiro mexicano entrou no segundo tempo e assumiu a braçadeira de capitão da 'Tri' em sua quinta participação em Copas do Mundo, igualando o recorde de seu compatriota Antonio Carbajal, do alemão Lothar Matthäus e do italiano Gianluigi Buffon.

Acostumado a promover muitas rotações ao escalar o México, Osorio começou o jogo com um time modificado. No meio-campo, Giovanni dos Santos perdeu espaço e ficou no banco de reservas. O ataque, porém, foi montado para aproveitar a velocidade Lozano.

Na Alemanha, Joachim Löw tinha a equipe praticamente definida para a estreia, com uma única dúvida: Draxler ou Reus na ponta esquerda. O jogador do Paris Saint-Germain levou a melhor na disputa e começou o jogo como titular. A surpresa veio na lateral esquerda. Hector, titular da posição na maior parte do período pré-Copa, perdeu a vaga para Plattenhardt.

O México assustou no primeiro lance de jogo. Vela deu bonito passe para Lozano pela esquerda. O artilheiro da 'Tri' nas Eliminatórias invadiu a área e chutou com força. Boateng apareceu na cobertura e bloqueou a finalização, colocando para escanteio.

A Alemanha respondeu na sequência. Werner recebeu pela direita, ganhou de Moreno na corrida e bateu cruzado, mas pegou mal na bola, que saiu ao lado do gol defendido por Ochoa.

As duas equipes mantiveram o ritmo intenso. Sem recuar diante da atual campeã mundial, os mexicanos permaneciam mais no campo de ataque e ameaçavam Neuer. Aos 9 minutos, Lozano tocou para a Herrera, na entrada da área. O atacante bateu com força, mas o goleiro do Bayern de Munique defendeu sem dar rebote.

Seis minutos mais tarde, aos 15, o México tentou pelo alto. Depois de falta cobrada da direita, Moreno apareceu entre os zagueiros e testou no chão. Seguro, Neuer fez a defesa firme.

A resposta veio também em uma bola área. Kimmich cruzou na medida para Khedira, que não conseguiu o cabeceio. Ayala foi afastar o perigo, mas quase tocou contra o próprio gol, assustando Ochoa.

Substituto de Götze, autor do gol do título no Brasil, no ataque da Alemanha, Werner teve sua segunda chance no jogo aos 19 minutos. Kroos lançou o jovem atacante, que dominou nas costas da defesa, girou bonito e bateu rasteiro para defesa tranquila de Ochoa.

Em um dos melhores primeiros tempos da Copa do Mundo até então, a Alemanha aos poucos foi dominando a posse de bola e impondo um ritmo cadenciado, mas efetivo, à partida. O México, por sua vez, seguia assustando nos contra-ataques. Faltava acertar o último passe.

Até Chicarito Hernández receber no meio campo aos 34 minutos, avançar com rapidez pela direita e perceber a chegada de Lozano pela esquerda. O atacante dominou, limpou Hummels e fuzilou o canto direito de Neuer para abrir o placar para o México.

O gol despertou a Alemanha, que iniciou uma blitz sobre o adversário. Três minutos depois, Ochoa fez milagre e impediu o empate em cobrança de falta de Kroos no ângulo. O goleiro mexicano se esticou e conseguiu desviar a bola, que ainda bateu no travessão.

O segundo tempo começou menos intenso do que o primeiro. Na frente do placar, o México voltou do intervalo com uma postura mais defensiva. Os alemães trocavam passes na intermediária, mas tinham dificuldades para penetrar na defesa adversária. As únicas chances vinham em bolas de longa distância, sem ameaçar Ochoa.

O México teve a oportunidade de ampliar aos 11. Chicarito recebeu em profundidade marcado apenas por Boateng e viu a chegada de Vela. Apesar da superioridade númerica, Hernández tocou mal, nas costas do companheiro que chegava para finalizar, desperdiçando a chance.

A Alemanha só foi assustar aos 19. Depois de cruzamento na área, Kimmich apareceu como elemento surpresa e emendou de bicicleta, bonito. A bola saiu alto e tocou na parte superior do gol.

Satisfeito com o resultado, Osorio colocou em campo o zagueiro Rafa Márquez, que participa de sua quinta Copa do Mundo, no lugar de Guardado, formando um esquema com três defensores. Löw apostou em Reus no lugar de Khedira, reforçando o ataque. Gómez, artilheiro, substituiu o lateral-esquerdo Plattenhardt.

A pressão da Alemanha foi crescendo com a proximidade do fim do jogo, enquanto o México seguia desperdiçando contra-ataques. Aos 30, Kroos recebeu de Kimmich e bateu de primeira, da entrada da área. O chute tirou tinta da trave esquerda e foi pela linha de fundo.

Seis minutos depois, aos 36, em novo contra-ataque, Layún recebeu livre pela ponta direita e chutou com força. Neuer pulou, mas a bola passou longe da meta defendida pelo arqueiro do Bayern.

Já nos acréscimos, até Neuer foi para área para tentar o empate em cobrança de escanteio, mas não adiantou. O México segurou o resultado e confirmou a vitória surpreendente na estreia.

Ficha técnica:.

Alemanha: Neuer; Kimmich, Boateng, Hummels e Plattenhardt (Gómez); Khedira (Reus), Kroos, Müller, Özil e Draxler; Werner (Brandt). Técnico: Joachim Löw.

México: Ochoa, Ayala, Salcedo, Moreno e Gallardo; Herrera, Guardado (Márquez), Layún, Vela (Álvarez) e Lozano (Jiménez); Chicharito Hernández. Técnico: Juan Carlos Osorio.

Árbitro: Alireza Faghani (Irã), auxiliado pelos compatriotas Reza Sokhandan e Mohammadreza Mansouri.

Cartões amarelos: Moreno e Herrera (México); Müller e Hummels (Alemanha).

Gol: Lozano (México).

Estádio: Luzhniki, em Moscou.

Brasil x Suiça 

(Felipe Coutinho comemorando o gol de abertura de placar da Seleção Brasileira na Copa do Mundo da Rússia). 

Texto por Alexandre Lozetti, Edgard Maciel de Sá e Tossiro Neto

Em Rostov, na Rússia

Não foi com 0 a 0, mas Brasil e Suíça, duas das melhores defesas classificadas à Copa do Mundo, empataram na estreia, em Rostov: 1 a 1. Em um duelo de poucas chances, sobretudo no primeiro tempo, o placar só foi aberto neste domingo graças a um chutaço de fora da área de Coutinho. E voltou a mudar uma única vez, no começo da etapa final, em jogada de bola parada. Zuber aproveitou cobrança de escanteio – e um empurrão em Miranda – para saltar livre e cabecear à rede. A equipe de Tite pressionou nos minutos finais em busca da vitória, mas não conseguiu o segundo gol.

Primeiro tempo 

A primeira finalização com algum perigo ao gol foi da Suíça, aos três minutos. Mas a primeira e última do time europeu. Depois que Dzemaili recebeu de direita e chutou de primeira, por cima, Alisson trabalhou mais com os pés, na saída de bola, do que com as mãos. O Brasil, apesar de conseguir sair da marcação e fazer a transição ao ataque, também não teve muitas chances perto de Sommer – um chute de Paulinho no começo e um cabeceio de Thiago Silva para fora nos minutos finais. Foi de longe da área que a equipe de Tite abriu o placar: aos 19 minutos, Coutinho, ao seu melhor estilo, cortou para o meio e bateu no ângulo direito. Golaço.

Segundo tempo

A vantagem brasileira durou quatro minutos depois do intervalo. Numa cobrança de escanteio, Zuber saltou, depois de empurrar Miranda pelas costas, e cabeceou a bola para a rede. Ele já tinha dado trabalho a Danilo ao longo da primeira etapa. Tite não demorou muito a mexer. A primeira alteração foi a entrada de Fernandinho no lugar de Casemiro, que estava pendurado. Renato Augusto substituiu Paulinho, e Gabriel Jesus foi trocado por Firmino. O Brasil partiu em busca do segundo gol. Até assustou em cabeceio de Thiago Silva e chutes de Neymar, Fernandinho e Renato Augusto, mas não conseguiu nada além de oferecer espaços à Suíça, que também não soube aproveitá-los.