29 de março de 2024
Campo Grande 27ºC

SUPERAÇÃO

2 anos após salvar criança, Bombeiros recebem visita e conhecem história de luta pela vida

Após engasgar-se com 1 ano de idade, Miguel foi salvo por "heróis", dizem familiares que levaram presentes e agradeceram uma equipe de Bombeiros da Capital

A- A+

Fala-se em heróis da ficção, mas há cerca de dois anos uma família diz ter recebido ajuda de heróis, mas da vida real, alguns deles do 1° Grupamento do Corpo de Bombeiros de Campo Grande. Sargento Muniz, a Cabo Bertão e o Soldado Silva teriam realizado um milagre ao atenderam o filho de Aline do Prado Alves, mãe do pequeno Miguel Luiz do Prado Alves, que na época do acidente por obstrução nas vias aéreas tinha apenas 1 ano de idade.

Segundo a ocorrência, em 13 de outubro de 2017 o Corpo de Bombeiros foi acionado para atendimento na Rua Flávio de Matos, 582, no Jardim Monte Libano na Capital. Na ocasião quem fez o pedido de socorro foi a tia de Aline, Jaquelene Santana do Prado, ela cuidava de Miguel, pois Aline procurava emprego na fatídica data. Os Bombeiros chegaram aproximados 5 minutos após o chamado e se depararam com a criança apresentando tom de pele arroxeado e dificuldade para respirar. Rapidamente os bombeiros realizaram procedimentos e solicitaram uma viatura avançada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). 

Conforme explicou a equipe do Bombeiros, eles foram orientados pelo Samu a aguardarem no local, no entanto, prevendo uma piora de quadro de Miguel, os Bombeiros decidiram por colocar ele na viatura e ir ao encontro do Samu. “Era muito grave e nos deslocamos em direção a unidade hospitalar e interceptamos a viatura avançada que nos deu apoio médico durante o transporte, ao Hospital da Cassems”, explicou o Soldado Silva. Enquanto se dirigiam à Cassems, Samu e Corpo de Bombeiros foram informados que lá não teria atendimento pediátrico. “Deveríamos mudar o destino, contudo essa medida acarretaria em um risco enorme para a criança. Foi um transporte muito delicado, ver aquela criança lutando para sobreviver, fizemos as manobras e nos doamos de corpo e alma para finalizar a ocorrência com sucesso, não medimos esforços”, lembrou Silva. Na ocasião, foram realizados atendimentos iniciais dentro da viatura do Samu e logo em seguida conseguiram encaminhamento ao Hospital Regional. As equipes deixaram a criança aos cuidados médicos no hospital.

Dado o quadro de engasgamento, Miguel teve paradas cardíacas, passou ao coma induzido mas sobreviveu. 30 dias depois ele recebeu alta, apresentando pouquíssimas sequelas.

No sábado (02 de outubro), quase dois anos após o ocorrido, Soldado Silva e a Cabo Bertão tiravam serviço no 1º Grupamento quando receberam uma visita: A avó, Jaqueline, Miguel, Aline e a tia Jaquelene, foram até o quartel visitá-los. A família levou alguns presentes, simbólicos de agradecimento ao serviço dos militares. E ainda, a avó fez um discurso e revelou coisas sobre a família que os socorristas jamais imaginaram. 

VEJA O VÍDEO

Após encontrar a criança, o Soldado Silva e a Cabo Bertão ficaram emocionados ao saberem da história. “Como um milagre hoje o menino Miguel está correndo e brincando”, disseram os Bombeiros. “Pudemos presenciar a alegria da família e sentir na pele o agradecimento em forma de carinho e gratidão da família para conosco”, reforçou a equipe.

“Foi uma surpresa linda, que marcou todos os presentes e representou todos os Bombeiros Militares que bravamente se entregam de corpo e alma para salvar uma vida”, expressou Silva.

A FAMÍLIA

Família de Miguel em visita ao 1° Grupamento do Corpo de Bombeiros. Foto: Arquivo pessoal 

O revelado pela família à reportagem do MS Notícias, são as curiosidades e as situações que permitiram que Miguel saísse com vida. Aline contou a reportagem, que no dia, durante o lanche da tarde quando ocorreu o acidente, Miguel comia bolachinha, em dado momento ele começou a ficar roxo e rapidamente a tia, Jaquelene e o esposo dela, Miguel Luiz do Prado Alves, pediram socorro aos bombeiros. “O esposo da minha tia começou a fazer massagem pressão para ele desengasgar, enquanto a minha tia chamava o socorro. Os bombeiros chegaram muito rápido”, explicou Aline. 

Emocionada, Aline lembrou que no hospital, os médicos explicavam que o quadro da criança era grave. “Se nós tivéssemos perdido ele [Miguel], eu sabia que os Bombeiros, Samu e todos fizeram o máximo, se doaram. Isso porque quando eu estava lá os médicos chegavam: - Mãezinha estamos fazendo o máximo, mas é melhor ficar prepara. Os socorristas agora são da nossa família. São nossos anjos”, disse emocionada a mãe.

Ainda segundo a avó, que é professora em São Paulo e deixou tudo lá para vir acompanhar o tratamento do neto, os bombeiros foram ‘anjos’ e os ‘heróis’ à família. “Sou Pedagoga, e leciono história e filosofia em uma escola em Santa Maria da Serra, em São Paulo. Eu vim, porquê, a minha filha não tem ninguém aqui e achei que para lidar com a sequela deixada pelo acidente ela precisasse de mim”, esclareceu. “Eles são nossos heróis, nossos anjos, por isso quis fazer essa pequena homenagem. Para eles entenderem o quão é importante o trabalho deles”, finalizou.

RECUPERAÇÃO

Com o acidente o pequeno Miguel desenvolveu a Síndrome de Landau-Kleffner (SLK), que acomete diretamente a fala. Segundo Aline, ele está fazendo tratamento e a luta da família é para que haja a recuperação antes de ele ir para escola, em 2020, quando completará 3 anos. “Minha mãe está aqui, todo mundo se ajudando para recuperação”, reforçou.

No começo de sua recuperação, Miguel teve dificuldades para andar e respirar, essas já foram superadas, a esperança, segundo a família, é que tratamento tenha resultados rápidos.

A visita aos Bombeiros feita pelo familiares de Miguel é uma forma de expressar o carinho que sentem pela missão 'salvar vidas'.