25 de abril de 2024
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Greve

Campo Grande para na sexta-feira

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A exemplo das demais capitais e de centenas de cidades brasileiras, Campo Grande e cidades do interior de Mato Grosso do Sul param por algumas horas nesta sexta-feira (28) em greve geral de diversas categorias, em protesto às “famigeradas” reformas trabalhista, previdenciária e a terceirização.

Em função de não acordo salarial, os funcionários dos Correios e Telégrafos anteciparam sua greve para esta quarta-feira (26) por tempo indeterminado em Mato Grosso do Sul; O transporte coletivo de Campo Grande para por algumas horas, a partir das 5 da manhã até meados da manhã de sexta-feira. Da mesma forma professores, bancários, industriários e comerciários de diversos setores da Capital, também paralisam suas atividades em solidariedade ao movimento de repúdio às reformas.

Esse balanço sobre o que fecha e por quanto tempo, na sexta-feira, foi apresentado hoje em entrevista coletiva do Comitê Estadual Contra as Reformas Trabalhista e Previdenciária. Esse comitê é integrado pelas centrais sindicais (Força Sindical, CUT, CSB, CTB, UGT, NCST, Conlutas) e dezenas de sindicatos e federações de trabalhadores.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo de Campo Grande, Demétrio Ferreira Freitas, presente na coletiva, disse que a paralisação do setor tem hora para começar, às 5 da manhã, mas não para terminar. “Vai depender da vontade dos trabalhadores”, afirmou.

Elvio Vargas, um dos líderes do Comitê, disse que serão realizadas manifestações em vários pontos da cidade e depois, por volta das 9h, todos seguem para o centro de Campo Grande, na Praça Ary Coelho, de onde poderá sair uma passeata incentivando o comércio central a fechar.

Os servidores do poder judiciário federal e Ministério Público da União decidiram em assembleia geral de seu sindicato, o SINDJUFE/MS, a paralisar as atividades nesse dia, tanto na Capital como no interior do Estado. O órgão, segundo José Ailton Pinto de Mesquita, está divulgando uma nota pública, na mídia, informando dessa decisão tomada em assembleia, em apoio ao protesto contra as reformas trabalhista e previdenciária.

Os policiais civis também participarão da manifestação pública. Eles vão manter plantões especiais apenas para o atendimento emergencial e vão engrossar o movimento na área central de Campo Grande. Essa posição foi confirmada na coletiva, pelo presidente do Sinpol – Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul, Giancarlo Miranda.

José Lucas da Silva, presidente da Feintramag e coordenador da Central dos Sindicatos Brasileiros, membro do Comitê, conclama a população a participar da manifestação na área central de Campo Grande e no interior de Mato Grosso do Sul, nas cidades. “Essas reformas vão penalizar todos nós. Todos os trabalhadores serão atingidos se não fizermos nada. Essa luta é de todos nós”, afirma ele, apelando para que um grande número de pessoas apoiem esse movimento.

Webergton Sudário, presidente da Federação dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de MS – Fetricon, e o presidente do Sintracom, José Abelha Neto, informaram que os operários da construção civil vão suspender as atividades nesse dia não só em solidariedade ao movimento, como para demonstrar à opinião pública e às autoridades, que o problema é muito sério e que os trabalhadores não ficarão de braços cruzados assistindo serem massacrados com leis e reformas que penalizam apenas o seu lado. “Precisamos e vamos reagir a essas ameaças”, afirma Webergton, também conhecido como Corumbá.

Essa paralisação de sexta-feira deverá movimentar mais de 20 mil trabalhadores, prevê Estevão Rocha, presidente do Seaac/MS e diretor da Força Sindical regional Mato Grosso do Sul. “O Brasil inteiro vai paralisar e mostrar para nossas autoridades que o povo não aceita uma reforma em que somente ele, o povo, paga a conta”, afirma.

DOURADOS – Comerciantes de Dourados que haviam acordado com o Secod (Sindicato dos Empregados no Comércio de Dourados) que liberariam os funcionários para participarem da manifestação pública a partir das 15 horas de sexta-feira (28), acabaram voltando atrás e suspendendo a liberação dos empregados.  A informação é de Pedro Lima, presidente do Secod e da Federação dos Trabalhadores no Comércio e Serviços de Mato Grosso do Sul – Fetracom/MS.

“Lamentamos profundamente esse procedimento, mas vamos continuar com nossas ações e para isso convocamos todos aqueles trabalhadores que não só do nosso setor, comercial, mas também de outros segmentos, para se juntarem a nós na área central de Dourados. Vamos nos reunir na Marcelino Pires, centro, para demonstrarmos nossa indignação com essas reformas que ameaçam todos nós”, afirmou Pedro Lima.