18 de abril de 2024
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Força-tarefa

Douradense é enviado para atuar em força-tarefa nos presídios do Pará

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Com 15 anos de atuação como agente penitenciário Rangel Schveiger, 42, participa desde agosto de uma experiência que marcará sua carreira. Ele que atua na PED (Penitenciária Estadual de Dourados) é um dos selecionados em Mato Grosso do Sul para compor a tropa de elite do sistema prisional do país em retomada dos presídios do Pará. É a primeira vez que o Estado envia profissionais nessa iniciativa.

Cerca de 220 agentes de várias localidades do país participam da intervenção no Complexo de Santa Izabel, formado por dez penitenciárias, localizado na região metropolitana de Belém, no estado do Pará.

A ação foi autorizada após o massacre no presídio de Altamira/PA, situado a 400 km do Complexo de Santa Izabel. No dia 29 de julho, confronto entre facções criminosas dentro do Centro de Recuperação Regional de Altamira, no Pará deixou 58 detentos mortos. Foi um dos maiores massacres em presídios do Brasil, desde o ocorrido no Carandiru, Zona Norte de São Paulo,em 1992.

A Operação denominada Panóptico visa retomar o controle e disciplina nas unidades prisionais, sob direcionamentos de procedimentos semelhantes aos do Sistema Penitenciário Federal. 

“O intuito é padronizar os procedimentos e trabalhar o atendimento mais humanizado nas unidades”, explica Rangel. 

As atividades da Panóptico também acontecerão no presídio de Altamira, nos próximos dias. 

A seleção dos agentes que participam da “missão” acontece via Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública. Para Rangel, a convocação para compor o grupo no Pará, enaltecerá sua carreira, bem como o trabalho dos agentes e da segurança pública de Mato Grosso do Sul. 

“É como se fosse uma escala da ‘Seleção Brasileira’. São buscadas pessoas para lidar com o gerenciamento de crise, estar entre essas, com certeza será um divisor de águas para mim e agrega ao Mato Grosso do Sul ter agentes na Panóptico, sendo a primeira vez com participação em ações como esta”, disse. 

Além de Rangel, Mato Grosso do Sul enviou um agente penitenciário de Corumbá para a Operação. Trata-se de Nélio Alves da Costa Junior. Ele está no Pará desde agosto, assim como Rangel. 

Neste mês, as atividades já aconteceram na Colônia Penal, no Centro Penal de Jovens e Adultos e no Hospital Geral Penitenciário, situados na região metropolitana de Belém, conforme explicou Rangel. 

Ele informou que os agentes são convocados para 90 dias de atuação, sendo este período prorrogável por mais 90 dias, até que “o Estado absolva os gerenciamentos e não precise mais da tropa de elite”. 

Conforme informações do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, a intervenção é considerada uma das maiores até ao momento, pela complexidade e pela quantidade de unidades prisionais intervindas ao mesmo tempo.

A equipe nacional da Força Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP) é formada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).