25 de abril de 2024
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BRASÍLIA

Encontro no Codesul é fruto de projeto de combate a violência contra mulher de MS

Projeto MS Fronteiras foi usado como referência, diz subsecretária de políticas públicas

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Nesta quinta-feira (11), foi realizado em Brasília, encontro entre a Comissão de Relações Exteriores (CRE) e especialistas ligadas ao Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul), para debater a problemática social do avanço de casos de estupros, exploração sexual, feminicídios e uso de mulheres por facções fronteiriças para o tráfico.

Segundo a subsecretária de políticas públicas para mulheres de Mato Grosso Sul, Giovana Corrêa, o encontro com o Codesul é fruto do MS Fronteiras, projeto da coordenadora do Codesul Fronteiras e secretária de Cidadania de Mato Grosso do Sul, Luciana Azambuja.

Conforme Giovana, em MS há 43 coordenadorias da mulher, os principais municípios fronteiriços do Estado com maiores incidências de casos violentos contra a mulher, são Corumbá, Ponta Porã e Porto Murtinho. 

A subsecretária explicou ao MS Notícias, que foram realizados encontros prévios, para decidir a pauta do Codesul. “Eu estive em todas a reuniões pré-encontro, as reuniões foram todas em Campo Grande, o Codesul usa o MS Fronteiras, como programa referência”. 

Através do MS Fronteiras, nasceu também o primeiro Parlamento Feminino na fronteira, em 13 de maio desse ano, envolvendo os 18 municípios fronteiriços de MS na promoção de audiências públicas, seminários e esclarecimentos. Essa união é fundamental, pois trabalhar na fronteira é muito difícil, já que o agressor passa de um país para o outro e ficar impune”, avaliou no dia a vereadora Anny Espínola, de Ponta Porã, que assumiu a coordenação do Parlamento Feminino.

Na quinta-feira, Anny também estava na reunião do Codesul, lá ela falou sobre uma proposta oficial que será encaminhada ao Itamaraty em agosto, detalhando estratégias de cooperação plurinacional do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul com as nações vizinhas. “A proposta trará dados sobre ações em curso conduzidas por municípios brasileiros e [apontará] de que forma as cidades dos outros países podem incrementar estas políticas públicas”, disse.

Representantes das embaixadas do Uruguai, Paraguai e Bolívia também participaram da audiência manifestaram apoio e iniciaram os primeiros contatos com as secretarias de Segurança Pública de Santa Catarina e de Mato Grosso do Sul, que também estavam presentes.

Conforme Giovana, o intuito de todas essas ações é ‘empoderar’ a mulher do campo e das regiões interioranas e de alto índice de violência. “Empoderar principalmente as que vivem em área rural, já estão sendo fechadas parcerias. A demanda da fronteira é muito maior, lá as mulheres são usadas para o tráfico como ‘mulas’, para transportar drogas”, explicou. 

Luciana Azambuja explicou que há um intenso convívio e fluxo populacional entre as 18 cidades sul-mato-grossenses na zona fronteiriça e os municípios vizinhos no Paraguai e na Bolívia, que têm problemas semelhantes. Por isso, ela defendeu uma articulação maior e um planejamento conjunto de ações para toda a região.

“Precisamos interiorizar as políticas públicas para estas cidades e humanizar o atendimento especializado às mulheres vítimas de violência. Precisamos focar em autonomia econômica e social para elas”, finalizou.