20 de abril de 2024
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Cinema

Justiça decreta sigilo em processo de policial que matou em cinema

Cabo da PMA foi transferido para o Presídio Militar de Campo Grande

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Justiça decretou sigilo no processo do policial militar ambiental, Dijavan Batista de Souza, 37 anos, que matou o bioquímico Júlio César Cerveira Filho, 43 anos, dentro de uma sala de cinema, no dia 8 de julho, em Dourados. O cabo da PMA teve a prisão preventiva decretada e foi transferido para o Presídio Militar de Campo Grande.

A última movimentação, antes do processo sobre homicídio simples ser colocado em segredo de Justiça, era um pedido feito de quebra de sigilo telefônico do policial, protocolado pelo delegado responsável pelo inquérito na Polícia Civil, Francis Flávio Tadano Araújo Freire.

Conforme informações do site 94FM Dourados, o objetivo é confirmar versão apresentada pelo cabo em depoimento, de que acionou Polícia Militar e Corpo de Bombeiros após o disparo. Delegado também estabeleceu prazo para que a equipe de investigação identifique a conduza para depoimento pessoas que testemunharam o crime.

Esposa e filha da vítima, que estavam com ele na sala de cinema no momento do homicídio, também serão convocadas para depor. Investigações continuam e polícia aguarda laudo da perícia feita na arma apreendida, uma pistola calibre .40, e nos arquivos de vídeo enviados pela empresa administradora do cinema.

O CASO

Crime aconteceu no dia 8 de julho, em uma sala de cinema durante exibição do filme "Homem Aranha - Longe de Casa". 

Consta no registro policial que o cabo estava no cinema com dois filhos, de 10 e 14 anos, e o filho menor estava sentado ao lado de Júlio César, que estava acompanhado da esposa e filha. O cinema estava lotado de pessoas, a maioria crianças, para assistir o filme “Homem Aranha – Longe de Casa”.

Briga teria começado quando o bioquímico, ao abrir e fechar braços e pernas, teria atingido o menino de 10 anos. Por conta da situação, policial trocou de lugar com o filho e teria pedido para que o bioquímico parasse com a atitude. 

Vítima teria xingado o cabo e, após algumas pessoas que estavam na sala se manifestarem, se levantou para ir embora e, ao passar pela criança de 10 anos, teria dado um tapa contra seu rosto. Policial também se levantou e passou por Júlio César, dizendo que chamaria a polícia. Na escadaria da sala, ele teria sido agarrado pelo bioquímico, que o puxou pela camisa.

Só então o cabo se identificou como policial e sacou a arma, uma pistola calibre .40, que portava na cintura. Ele afirma que a vítima investiu novamente contra ele, tentando desarmá-lo, momento em que ele caiu e efetuou o disparo. Policial acionou o Corpo de Bombeiros, mas Júlio César não resistiu ao ferimento e morreu no local. Em depoimento, policial afirmou que o tiro foi acidental. 

Advogado da família do bioquímico, Pedro Teixeira Silva, informou que, devido ao momento de luto, mulher e filha da vítima não irão se manifestar por enquanto e afirmou também que a versão, até então, é apenas da parte do suspeito.

O policial foi preso por uma equipe da Polícia Militar e encaminhado à Delegacia de Polícia Civil, onde ficou detido até ser tranferido. Investigação está a cargo da 2ª Delegacia de Polícia Civil.