19 de abril de 2024
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Campanha

ONU e países promovem campanha de vacinação para proteger 70 milhões de pessoas nas Américas

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Com a meta de imunizar cerca de 70 milhões de pessoas contra doenças evitáveis, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) promove a Semana de Vacinação nas Américas.

A agência da ONU promoveu o lançamento regional da campanha ontem segunda-feira (22), em Cuiabá (MT).

Iniciativa terá como foco a prevenção do sarampo — em 22 países do continente americano, governos planejam vacinar 2,25 milhões de crianças e adultos contra a doença.

Com atividades previstas até o próximo sábado (27), a estratégia da OPAS vai mobilizar 45 nações e territórios das Américas, que planejam ações de imunização também contra a poliomielite, a gripe e o papilomavírus humano (HPV), entre outras infecções.

Autoridades vão utilizar postos de vacinação fixos e móveis, mobilizar equipes para visitas de casa em casa, vacinar crianças e adolescentes nas escolas e promover medidas de comunicação para motivar mães e pais a levar seus filhos às unidades de saúde.

"É dever de cada um fazer sua parte para promover a vacinação: desde profissionais de saúde até autoridades, mas também de pais, avós, professores, prefeitos e líderes comunitários", defende a diretora da OPAS, Carissa Etienne.

Em 2019, a Semana de Vacinação das Américas tem o lema "Proteja sua comunidade. Faça sua parte".

"Todos nos beneficiamos da proteção oferecida pelas vacinas. No entanto, devemos garantir que todas as populações estejam vacinadas, como é seu direito.

Para isso, devemos fazer esforços especiais para alcançar pessoas que vivem em áreas remotas, bairros mais pobres, comunidades indígenas, populações migrantes e pessoas que não têm acesso regular aos sistemas de saúde, não deixando ninguém para trás", acrescentou Carissa.

Nos últimos 17 anos, mais de 740 milhões de pessoas de todas as idades foram vacinadas contra uma ampla gama de doenças durante a Semana de Vacinação da OPAS, que teve sua primeira edição realizada em 2003.

Por meio da iniciativa, muitos países alocam profissionais de saúde e recursos financeiros para vacinar pessoas que vivem em regiões distantes ou comunidades indígenas, além de outros grupos com acesso limitado a serviços de saúde.

No Brasil, a estratégia da agência da ONU acontece em meio à campanha nacional de vacinação contra a gripe, que visa imunizar 50 milhões de brasileiros.

O país também promove em abril o Mês de Vacinação dos Povos Indígenas, um esforço conjunto do Programa Nacional de Imunização e do Departamento de Saúde Indígena.

O objetivo do governo é atualizar os calendários de vacinação de 695 mil pessoas em comunidades indígenas, bem como administrar a dose anual da vacina da influenza entre essas populações.

A estratégia terá o envolvimento de cerca de 3,5 mil profissionais de saúde.

Saiba mais sobre os planos de cada Estado-membro da OPAS para a Semana:

Ao menos 20 países planejam vacinar mais de 2,25 milhões de crianças e adultos contra o sarampo (Anguilla, Bahamas, Barbados, Belize, Ilhas Virgens Britânicas, Colômbia, Costa Rica, Dominica, El Salvador, Granada, Guatemala, Haiti, Honduras, Jamaica, Nicarágua, Paraguai, St. Maarten, Suriname, Ilhas Turks e Caicos e Uruguai);

Outros 11 países (Chile, Colômbia, República Dominicana, El Salvador, Granada, Honduras, Jamaica,

Paraguai, Peru, Santa Lúcia e Trinidad e Tobago) também realizarão campanhas contra a gripe dirigidas a vários grupos – em preparação ao aumento da circulação do vírus nos próximos meses;

Ao menos quatro países (Bolívia, Brasil, Colômbia e Equador) estão incluindo a vacinação contra a febre amarela em áreas de risco para a doença;

Em torno de de 18 países e territórios — incluindo Belize, Bermudas, Barbados, Bonaire, Guatemala, Honduras, Jamaica, Panamá, Paraguai, St. Maarten, Trinidad e Tobago e Uruguai — planejam vacinar adolescentes contra o HPV, realizar ações de conscientização e atividades educacionais;

Neste ano, 16 países buscam atingir populações em situação de vulnerabilidade, incluindo gestantes e puérperas, trabalhadores da área da saúde, idosos, populações indígenas, portadores de doenças crônicas, pessoas privadas de liberdade e profissionais penitenciários, entre outros grupos de risco ocupacional e populações vulneráveis;

Vários países concentrarão seus esforços na proteção de profissionais de saúde ocupacional contra uma série de doenças, como hepatite B, tétano e gripe;

Ao menos 19 países e territórios intensificarão as atividades de seus programas nacionais de imunização, a fim de atualizar ou completar os calendários de vacinação em crianças. Preservando conquistas

A Semana de Vacinação nas Américas também é uma oportunidade para proteger conquistas como a eliminação da poliomielite — em 2019, completam-se 25 anos desde que a região se tornou a primeira do mundo a ser declarada livre da pólio. Atualmente, existem três países com circulação endêmica da doença: Paquistão, Afeganistão e Nigéria.

Até que a enfermidade seja eliminada em todo o planeta, as Américas continuam em risco. Por isso, é necessário que os países permaneçam vigilantes e mantenham suas populações protegidas contra a doença.

Para garantir esse objetivo, ao menos 17 países incorporaram a vacinação contra a poliomielite às atividades da Semana.

A iniciativa da OPAS tem sido usada como uma plataforma para integrar outras intervenções de prevenção e promoção da saúde, como a distribuição de vitamina A, a desparasitação, o controle de doenças transmitidas por vetores e avaliação regular.

Em 2019, ao menos 18 países têm planos de promover atividades do tipo ao longo da campanha.

Em 2012, a Semana de Vacinação nas Américas se tornou um movimento global, quando a Assembleia Mundial da Saúde estabeleceu a Semana Mundial de Imunização, que será celebrada em 2019 pelo oitavo ano consecutivo, com a participação de 180 países.

O continente americano é uma referência global em imunizações. Em 1971, tornou-se a primeira região do mundo a eliminar a varíola. Em 1994, obteve a certificação para a eliminação da poliomielite.

Em 2015, eliminou a rubéola e a síndrome da rubéola congênita. Em 2016, eliminou o sarampo e, em 2017, o tétano neonatal.