29 de março de 2024
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NOVA FROTA

Prefeitura entrega outros 35 ônibus; 55 novos já circulam pela Capital

Para ficar dentro do prazo Consórcio Guaicurus terá que renovar 55 ônibus ao ano, diz Agereg

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande entregou nessa segunda-feira (02) os outros 35 ônibus do transporte coletivo que faltavam ser entregues para completar a nova frota de 55 ônibus, sendo 15 micro-ônibus, que já circulam pela Capital. A prefeitura havia feito a entrega da primeira remessa em solenidade na terça-feira (22 de outubro), na ocasião, foram entregues 20 dos ônibus à frota do transporte coletivo, que se fez completa na tarde de ontem. 

Os 55 veículos repõem 47 vencidos, isso àqueles que já superaram a idade média de uso vigente em contrato entre a Prefeitura e a empresa responsável pelo transporte coletivo na cidade, o Consórcio Guaicurus, que previa 5 anos para renovação da frota. A nova frota custou ao Consórcio R$ 16,5 milhões, R$ 300 mil cada. A concessionária é responsável pelo transporte na cidade há pelo menos 20 anos e para renovação venceu em 2012 licitação no valor de concessão de R$ 20 milhões, sendo R$ 8,75 milhões maior do que o disponibilizado pela paranaense Auto Viação Redentor, que ficou em segundo lugar. 

O prefeito Marquinhos Trad. Foto: Tero Queiroz.  

De acordo com o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), desde o início da sua gestão, em 2016, foram entregues 176 novos ônibus. A renovação prevista no contrato assinado com o Consórcio Guaicurus, em 2011, não estava acontecendo, o que levou a prefeitura a acionar a Justiça no início deste ano.

A troca se fez realidade em após a Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande (Agereg) ameaçar o Consórcio com multa no valor de R$ 2,7 milhões, por conta de quebra de contrato, já que já havia alguns ônibus com o prazo máximo de cinco anos extrapolados, o que pedia renovação para oferecer conforto aos usuários. Após a notificação o Consórcio anunciou a renovação da frota. 

Para viabilizar o compra sem prejuízos à empresa, o diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, João Rezende disse que foi necessário abrir mão do ar-condicionado. “Fizemos investimento de R$ 16,5 milhões. Com ar, isso inviabilizaria a compra”, destacou o empresário.

O presidente do Consórcio Guaicurus, João Rezende. Foto: Tero Queiroz.  

De acordo com a Agereg, a frota total é de 500 ônibus em Campo Grande. Para ficar dentro do prazo de 5 anos o Consórcio terá que renovar 55 veículos por ano, e teria que desembolsar aproximados R$ 20 milhões. A empresa luta na justiça para tentar ampliar o prazo para sete anos. O consórcio afirma na ação judicial que está “no limite de suas forças, especialmente econômicas, enfrentando inúmeras dificuldades, oriundas especialmente de desajustes/fatos novos ocorridos após o contrato/não implementações de obrigações decorrentes da licitação pública/concorrência predatória”, detalha, a apuração feita pelo jornal Correio do Estado.

Ainda segundo o documento, caso a idade média da frota seja mantida em no máximo cinco anos, a empresa deve adquirir 70 ônibus em 2020. No pedido, o grupo quer a mudança para diminuir o impacto econômico negativo.

O que teme a população é que a nova frota traga aumento expressivo na tarifa do transporte. O prefeito explicou como será feita a conta para os valores em 2020. “A majoração da tarifa começará a ser avaliada pela Agência Municipal de Regulação de Serviços Públicos Delegados (Agereg) – leva em conta fatores que vão desde a reposição inflacionária, custo de insumos e reajuste de funcionários à questões técnicas, como o aumento da velocidade do serviço no perímetro”, destacou o Marquinhos.

TERMINAIS

Terminal do transporte coletivo em Campo Grande. Foto: PMCG. 

O prefeito ainda anunciou que serão iniciados agora, em dezembro, as reformas dos terminais. As obras começarão pelos terminais Júlio de Castilho e Bandeirantes e do Ponto de Integração Hércules Maymone, na Rua Joaquim Murtinho.

Ao todo estão sendo investidos R$ 5,5 milhões para reforma dos sete terminais da cidade. Os recursos, segundo Marquinhos, são da arrecadação com multas.

“Nesse período em que começamos a arrecadar as multas e as destinar para o fundo de reforma dos terminais, arrecadamos R$ 2,5 milhões”, destacou. 

Trad lembrou que as empresas do setor não teriam obrigação, por conta do contrato de concessão assinado antes de sua gestão, de integrar veículos climatizados para o serviço, como ele prometia ocorrer. “Eu prometi e estou cumprindo, sim. Estamos com 34 ônibus com ar-condicionado e climatizado. Vamos chegar lá. Eu tenho conversado com a concessionária e eles, por maior que seja a dificuldade que passam, e que compreendemos também, vem atendendo”, finalizou.