28 de março de 2024
Campo Grande 29ºC

Confirmados

Com dois casos de raiva, CCZ prepara reforço vacinal em Corumbá

A- A+

Corumbá deverá receber reforço na vacinação contra a raiva. A estimativa é que até final de abril, todos os cães e gatos da cidade estejam imunizados, afirmou a chefe do Centro de Zoonoses, Walkíria Arruda, após a confirmação do segundo caso de raiva na cidade.

“Estamos tendo que fazer o bloqueio de foco e intensificar as capturas de cães nas ruas. A população deve cuidar de seus animais, deixar vaciná-los, e não deixá-los nas ruas. No mês de abril, vamos fazer a vacinação casa a casa em toda a cidade. Por enquanto, as visitas foram somente nos bairros onde os casos foram identificados como positivos”, frisou Walkíria.

Os dois casos de raiva canina foram confirmados nos últimos dias. O primeiro foi no bairro Nova Corumbá e fez com que a região fosse atendida com a campanha que permitiu vacinar 1.193 cães e 221 gatos, totalizando 1.414 animais. O segundo ocorreu no bairro Popular Nova, onde as equipes também realizaram vacinação na sexta-feira e no sábado, dia 28.

O cão doente tinha apenas 4 meses e não havia recebido a vacina contra a raiva, pois nasceu depois da campanha de imunização no município. “O animal era um poodle e era bem cuidado. Só ficamos sabendo do relato desse cão porque a proprietária foi mordida e procurou atendimento no pronto-socorro, tomou a vacina e descreveu como o animal estava. Foi feito um protocolo e identificamos então que ele estava com raiva. O cão morreu. Se a moradora não procurasse o pronto-socorro e recebesse o devido atendimento, poderíamos ter um caso humano. Por isso, frisamos que é necessário que a população também vá a uma unidade de saúde, pública ao particular, caso sofra algum acidente com qualquer animal”, alertou a chefe do CCZ.

Além da vacinação, o Centro de Controle de Zoonoses, órgão ligado à Secretaria de Saúde de Corumbá, adotou uma série de medidas para conter o avanço da raiva, como parceria com a Defensoria Pública visando ações conjuntas na cidade e com organizações não governamentais para alertar a comunidade sobre os cuidados com os cães e gatos.

“O recolhimento de cães continua e deve ser feito. Pedimos à população que prenda seus animais, pois queremos preservar tanto a vida do animal, quanto a da população. Tomamos essa medida em função das normas do Ministério da Saúde. Desde terça-feira passada, quando iniciou o recolhimento de cães, estamos tendo uma média de 6 animais encaminhados ao CCZ por dia. Depois de recolhido, o proprietário pode reaver seu animal no prazo de 3 dias, e no local, ele assina um termo de compromisso, além de o animal passar por exame de leishmaniose e receber o reforço de vacinação contra a raiva”, explicou Walkíria Arruda.

A chefe do Centro de Controle de Zoonoses também informou a este Diário que deve disponibilizar doses da vacina contra a raiva para as cidades bolivianas que fazem fronteira com Corumbá. Caso algum animal apresente sintomas da doença, o CCZ deve ser comunicado imediatamente, principalmente em caso de óbito do cão ou gato. O telefone de contato é o 3233-2783.

A doença - Nos animais, a raiva pode apresentar vários sinais clínicos, tornando-se difícil diferenciar de outras síndromes nervosas agudas progressivas. Os sinais podem incluir alterações de comportamento, depressão, demência ou agressão, dilatação da pupila, fotofobia (medo do claro), mordidas no ar, salivação excessiva, dificuldade para engolir devido à paralisia da mandíbula, déficit múltiplo de nervos cranianos, ataxia e peresia dos membros posteriores progredindo para paralisia. Neste estágio o animal para de comer e beber. O estágio paralítico pode durar de um a dois dias, seguido de morte por parada respiratória.