25 de abril de 2024
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Morre paciente da Oncologia que sofreu reações a medicamentos quimioterápicos

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Faleceu na manhã deste sábado (28), no Centro de Tratamento Intensivo do Hospital de Corumbá, a paciente Terezinha de Medeiros, de 82 anos. Ela estava internada no CTI, junto com Sebastião Rocha, de 47 anos, desde o dia 19 de fevereiro, após sofrerem reações a medicamentos utilizados durante sessões de quimioterapia na Oncologia da Santa Casa. Os pacientes ficaram com baixa imunidade (suscetíveis a infecções), a pele queimada, fortes enjôos e precisaram de transfusões de sangue.

O diretor técnico do Hospital de Corumbá, médico Domingos Albaneze, disse ao Diário Corumbaense que o quadro clínico de dona Terezinha era muito grave e ela não resistiu a uma complicação cardiológica. Já Sebastião Rocha, segundo o médico, está reagindo ao tratamento e o quadro clínico é estável.

Sindicância aberta no dia 20 de fevereiro apura uma possível falha na manipulação de quimioterápicos dos pacientes. “Nós temos fortes suspeitas de que tenha ocorrido falha no processo de manipulação dos remédios, na conclusão da sindicância é que teremos isso comprovado. Ambos os pacientes tiveram reações semelhantes e o que a gente nota é uma provável dose elevada do medicamento, resultando na baixa imunidade”, explicou o diretor técnico na última quarta-feira (25) quando falou sobre as medidas tomadas para esclarecer os casos. 

A direção do hospital também afastou das funções o farmacêutico responsável pela manipulação dos medicamentos no setor de Oncologia. “Nós temos um lugar específico para essa manipulação, onde o profissional pega a prescrição do oncologista, prepara e entrega para a enfermagem fazer a aplicação. Ele estava à frente do serviço há cerca de 2 a 3 meses e esse pode ser o grande inconveniente, provavelmente a falta de experiência”, afirmou Domingos Albaneze.

Além do farmacêutico, a sindicância vai ouvir todas as pessoas envolvidas no atendimento dos dois pacientes. De acordo com o diretor-técnico da Santa Casa, os procedimentos seguem normas e recomendações do Ministério da Saúde, Vigilância Sanitária e órgãos fiscalizadores. A Vigilância de Saúde do Estado também foi informada sobre o que ocorreu com os pacientes.