Um ofício datado de 08 de outubro de 2015, sob o número 3026/2015 do gabinete da Secretaria de Segurança do Estado, foi encaminhado diretamente ao governador Pedro Taques (PSDB), comunicando a existência de um esquema de grampo ilegal.
O documento reservado foi obtido com exclusividade pelo Muvuca Popular, e recebeu o protocolo do então chefe de gabinete de Taques, José Arlindo, que na última semana substituiu Paulo Taques na Casa Civil. Outros ofícios foram encaminhados ao governador, com o mesmo teor.
Os documentos colocam fim a questão sobre o conhecimento de Taques sobre o esquema do grampo, ficando constatado que foi avisado mais de uma vez.
Ato contínuo, o governador tentou desmentir que seu ex-secretário o tenha avisado do esquema, e ainda pode ter cometido o crime de prevaricação por não determinar a apuração rigorosa, permitindo que as escutas continuassem deliberadamente em seu governo.
Os ofícios foram assinados pelo ex-secretário de Segurança Pública, procurador Mauro Zaque e pelo então adjunto da Sesp, Fábio Galindo.
Neles, Zaque comunica ao governador a existência de um 'escritório de clandestino de espionagem', montado no seio do poder executivo.
Para embasar a denúncia, o ex-secretário do governo diz que fez uma checagem preliminar da documentação. "Mediante confrontação dos dados dos alvos fictícios apontados nos relatórios e suas identidades reais, emergem indícios de que a documentação seja verdadeira", escreve.
Em um dos documentos também é mostrado o valor dos grampos e o responsável pela aquisição, Evandro Alexandre Ferraz Lesco (Coronel Lesco), marido da amiga de infância e personal trainer da ex-primeira dama, Samira Martins.