23 de abril de 2024
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Após alta das filhas, homem sofre agressões no HU por não poder retirá-las do hospital

Crianças ingeriram medicamento para eplepsia que o irmão toma, quando a mãe estava tendo convulsões

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João Antônio dos Santos Cardoso, de 25 anos, repositor, foi agredido por seguranças do NHU (Núcleo de Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian), em Campo Grande, após as filhas, Vanessa Estefany Ortiz Cardoso, de três anos e Amanda Gabriela Ortiz Cardoso, de quatro anos, terem alta hospitalar e não poder ir para casa com as crianças.

Segundo João, as filhas ingeriram um medicamento para epilepsia, usado pelo filho de seis anos e ficaram sonolentas, na manhã de última segunda-feira. Ele chegou em casa por volta das 10h e acionou o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que encaminhou as crianças para o HU, onde realizaram os procedimentos necessários e já está com 48 horas que as crianças estão de alta, mas a assistente social do hospital acionou o conselho tutelar e disse que as crianças serão abrigadas.

“A minha mulher estava convulsionando na hora que as crianças aproveitaram para pegar o remédio do guarda-roupa e tomar. Foi a primeira vez que isso aconteceu e não tem motivo para abrigarem as crianças”, explicou.

Ainda de acordo com João, ontem, por volta das 18h, seguranças do hospital o agrediram com cassetetes, pois ele se negou a deixar o hospital sem as crianças. “Ontem fui agredido com brutalidade pelos seguranças do hospital porque eles estão me pressionando para sair e deixar minhas filhas, mas não existe nenhuma ordem judicial ou notificação do juizado ou conselho tutelar para me mandarem embora e segurarem minhas filhas dentro do hospital, onde correm o risco de pegar uma infecção hospitalar”, afirmou.

A mãe das crianças também sofre de epilepsia e tem crises convulsivas frequentes, e no mesmo dia do incidente, teve por volta de sete convulsões e foi encaminhada ao CRS (Centro Regional de Saúde) Guanandy.

A reportagem entrou em contato com a assessoria do Hospital Universitário. Segundo assessoria o caso está a cargo do poder judiciário da Vara da Infância, que determinará se as crianças poderão ou não permanecer com a família para cumprir do dever de garantir segurança dos menores, e que poderá liberar a família apenas depois da decisão judicial.