A cada novo problema que exige ao menos intermediação da Câmara Municipal de Campo Grande, o Legislativo mostra sua fragilidade e, na falta de razão, sobra a força. Os debates cada vez mais caminham para um confronto físico e, novamente na sessão de hoje (28), os vereadores Paulo Pedra (PDT), que cobrava uma atitude mais enfática dos membros da Comissão Permanente de Controle da Eficácia Legislativa e o vereador Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), membro da Comissão e que naquele momento presidia os trabalhos legislativos, quase se atracaram em plenário. Pedra retirou de sua fala as palavras “vergonha na cara”, quando disse que “se os membros da Comissão Processantes tiverem vergonha cara, exigirão que o executivo cumpra a Lei ou devem entrar com o pedido de uma nova Comissão Processante com afastamento do Prefeito. Se eles não têm coragem para isso, peçam para sair”.

Outra vez, os professores que lotaram o plenário reivindicando “apenas” o cumprimento da Lei Municipal 5.411/14, e alunos das redes municipal e estadual de ensino, que compareceram aos trabalhos da Câmara em apoio aos professores, conseguiram apenas e novamente a promessa da formação de uma Comissão que deverá acompanhar a categoria em nova rodada de negociação com o poder executivo.

A cobrança do Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP), feita da tribuna pelo seu presidente, professor Geraldo Gonçalves é que assumam uma posição mais enfática e exijam que o Prefeito cumpra a lei. 

Sem razão, confusão

Nessa inércia a que estão relegados e com a crescente rejeição que sofrem, os vereadores buscam razões que justifiquem as ações do prefeito. Até mesmo o ponderado Chiquinho Telles (PSD), em meio às vaias do plenário, agrediu verbalmente alunas que se manifestavam pacificamente em apoio ao movimento de seus professores. Bastou para que a Guarda Municipal, usasse da força física contra estas alunas.

A adolescente A.B chegou a ter uma crise emocional e foi socorrida junto com um grupo de amigas que haviam sido ‘retiradas’ pelos guardas, por assessores da vereadora Carla Stephanini (PMDB) e encaminhada para seu gabinete, após a tentativa do vereador em se explicar e desculpar.

Durante a saída, após encerramento da sessão, um tio da estudante, Gilson Aparecido Feitosa, se responsabilizou por  acompanhá-la até sua casa. Os guardas Corrêa, Portillo e Schiavi tomaram depoimentos da menor e de Gilson para relatório do caso. Dado o estado emocional abalado de A. B., Gilson resolveu por não efetuar um Boletim de Ocorrência, mas recebeu apoio do presidente da ACP caso queira entrar com uma representação pedindo a gravação da sessão e do momento da agressão contra a jovem.

Os professores se reunirão às 14h de hoje, na sede da ACP, para avaliação do movimento. Segundo o professor Geraldo, a Justiça já determinou que o reajuste não fere a Lei de Responsabilidade Fiscal, pois caso haja aumento além do permitido na folha de pagamento, a providência é o enxugamento do quadro de convocados, que no caso de Olarte, passa de 1.400 as contratações.