18 de abril de 2024
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Sem seringa em UBS, pedreiro gasta R$ 225 por mês para tratar esposa e filho diabéticos

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A saúde em Campo Grande vai de mal a pior, e os moradores do bairro Santa Carmélia enfrentam dificuldades não só para serem atendidos pelos médicos, mas também para receber medicamentos e insumos como seringas na Farmácia da UBS Dr. Albino Coimbra. 

Na última terça-feira, depois de receber uma denúncia, a equipe do MS Notícias esteve na UBS e conversou com o pedreiro Edimilson Sabino, 58, que acompanhava a esposa e o filho. Edimilson conta que a esposa e o filho são diabéticos e precisam aplicar injeções de insulina diariamente.

?No caso da esposa, segundo o pedreiro, ela faz uma aplicação por dia, e o filho duas. Ou seja, são três seringas por mês. Acontece que desde setembro do ano passado, segundo Edimilson, não há seringas no posto. "Tem meses que tem algumas, mas na maioria dos meses não tem. Hoje mesmo vim buscar e não tem e você pergunta na farmácia, eles dizem que não há previsão de quando vai chegar seringa".

Sem seringas no posto, Edimilson precisa comprar. A esposa e o filho usam em média 90 seringas por mês. O pedreiro que ganha um salário mínimo (R$ 788,00) gasta aproximadamente R$ 225,00 por mês, pouco mais de um terço do valor que ganha. "É um absurdo isso, a gente paga imposto, se atrasa tem multa, mas eles aqui não estão nem aí para gente. Até o pessoal que trabalha aqui fica revoltado com esse descaso, dizem que pedem, mas a prefeitura não manda as seringas", desabafa.

A reportagem tentou entrar em contato com Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) mas não obteve retorno.

Atraso de médicos

Outro problema da UBS Santa Carmélia, segundo os usuários do posto, é atraso dos médicos. Edimilson conta que na maioria das vezes os médicos chegam com duas horas de atraso. "Tem um doutor, o Nestor, ele sempre chega atrasado e tem vezes que ele não vem e nos avisam aqui".