19 de abril de 2024
Campo Grande 17ºC

BARBÁRIE

Casal é condenado a 48 anos de prisão por deixar filha morrer desnutrida

Mãe passeou com criança morta nos braços no seguinte a morte

A- A+

Lorrayne Guimarães Torres, de 21 anos, e Gilson Gonçalves, de 23 anos, pai e mãe da bebê Ayla Gabrielly Torres, de um mês de vida, foram condenados a 24 anos de prisão, cada um, nesta quinta-feira (7), em Corumbá. Os pais são acusados por deixar a bebê, com problema cerebral gravíssimo, desnutrir até a morte, em dezembro de 2015.

Conforme as investigações do caso, a criança precisava de cuidados especiais, no entanto, a mãe foi para o pagode e o pai foi assistir futebol na TV. 

A acusação de homicídio triplamente qualificado foi feita pelo promotor Fabio Adalberto Cardoso de Morais e a decisão foi do juiz substituto Deyvis Ecoo.

De acordo com a denúncia, Ayla, era prematura e tinha hidrocefalia. A criança tinha dificuldade em engolir, por isso ficou internada em um hospital.

O inquérito diz ainda, que a mãe retirou a criança da unidade médica alegando estar de "saco cheio" de ir todos os dias ao hospital.

Na condenação, o argumento explica que com o ato, a mulher assumiu o risco ao levar o bebê para a casa. O pai não se opôs à conduta da mãe, inclusive pouco se preocupou com a filha desde a gestação até a morte.

O Ministério Público atestou que, além de não prestarem os mínimos cuidados à criança, os pais retiraram a sonda dela, única forma que a alimentava, cortando a alimentação e provocando a desnutrição.

Em 24 de janeiro de 2016, conforme o processo penal, a mãe teria deixado a criança com uma vizinha, dizendo que iria rápido à um evento chamado "pagode da pesada". Já o pai da bebê, nesta noite, não se sabia seu paradeiro.

Nesta noite, por volta das 22h, na casa da vizinha, a neném teve complicações com bronco-aspiração por meio líquido, vindo a morrer por desnutrição. 

Ainda segundo o processo, a mãe retornou a casa somente às 3h da manhã do dia seguinte. No laudo policial consta que Lorrayne estava  embriagada. No local, uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) já prestava atendimentos à criança. A equipe atestou naquele momento a morte da menina, no entanto, pai e mãe foram dormir. 

Na denúncia, policiais contam, que no dia seguinte a mãe teria ficado o dia todo andando com criança morta nos braços, e que o pai sem se importar ficou em casa até a chegada dos policiais. Após a prisão, o pai teria dito aos policiais: "Fiquei em casa assistindo a final da Copa São Paulo de Futebol Júnior, entre Corinthians e Flamengo, estava 2 x 0 para o Corinthians", conforme o processo. 

No mesmo dia em que foram presos, pai e mãe foram indiciados por terem aproximados 160 trouxinhas de pasta base cocaína, escondido em um pacote de fraudas na residência. Após quase 12 horas de julgamento, o casal foi condenado pelo crime de homicídio qualificado.