18 de abril de 2024
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NOTA ZERO

Investigado "abre a boca" e confirma esquema criminoso na educação

Operação é uma das muitas que apura desvio de verbas em pastas do Estado

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Um investigado na Operação Nota Zero, desencadeada pela Polícia Federal (PF), e Controladoria Geral da União (CGU), em Mato Grosso do Sul, confirmou a existência de esquema criminoso para desviar dinheiro da educação, os alvos são as empreiteiras ou prestadoras de serviço: Queiroz PS Engenharia, AJ Construções e SDI Informática. Também há sete pessoas físicas alvos de mandados, parte dessas, ligadas as empresas suspeitas. Além da Secretaria de Eduação (SED/MS). 

 Na primeira fase da operação, que contou com 55 policiais e oito funcionários da Controladoria-Geral da União (CGU), o alvo foi pagamento de R$ 9,6 milhões em oito contratos de reforma de escolas voltados para o ensino médio integral.

De acordo com a PF, a investigação apura fraudes em contratos firmados pela Secretaria Estadual de Educação e empresas de construção civil e visa provar os indícios dos crimes de corrupção passiva e ativa, peculato e organização criminosa.

O juiz Dalton Kita Conrado, da 5ª Vara Federal de Campo Grande, negou 10 pedidos de prisão preventiva e reduziu o número de mandados de busca e apreensão de 37 para 11. No entanto, o magistrado determinou a quebra do sigilo telefônico, bancário e fiscal dos acusados de integrar a quadrilha.

Durante a coletiva, a PF informou que conseguiu gravar um dos funcionários da secretaria recebendo propina de R$ 6 mil de um dos empresários envolvidos no esquema. Gravações telefônicas também reforçam a acusação.

O site o Jacaré revelou, que o depoimento de um dos envolvidos surpreendeu a PF. O servidor da Secretaria de Educação confirmou o desvio de recursos e o acerto para garantir a “fila” entre os participantes do esquema criminoso.

O nome do delator não foi revelado para proteger o andamento das investigações, no entanto, os suspeitos mostraram movimentações o que deve suceder novas prisões. 

Alguns nomes já estão a disposição da mídia, é o caso do diretor-geral de infraestrutura, Administração e Apoio Escolar da Secretaria de Educação, Paulo Henrique Malacrida, e também de Eduardo José Serrano Monteiro, apontado como lobista do esquema, Eduardo é irmão da ex-senadora e conselheira do Tribunal de Contas do Estado, Marisa Serrano. Esse dado, pode ter influenciado no seu papel no esquema criminoso, ele seria responsável por mediar as negociações e garantir que as tratativas criminosas ocorressem, apontou o site O Jacaré. 

Malacrida foi nomeado pelo governador do estado, Reinaldo Azambuja (PSDB), a ocupar a cadeira de secretário especial, e os faturamentos ao cargo frequentaram aumentos de 175% em quatro anos, de R$ 10,1 em 2015 para R$ 28.033 mil nesse ano. 

Reinaldo disse em entrevista na semana passada que o Estado foi vítima da quadrilha e parabenizou a operação da PF. 

OPERAÇÕES 

Uma sequênca de operações está sendo comandada pela PF, na "cama" estadual estão sendo investigados os de partamentos do crédito fundiário; na Operação Again, são apuradas fraudes na área de cardiologia do Hospital Regional de MS, crimes como esses vem sendo praticados desde 2015; ainda temos o caso da Operação Aprendiz, deflagrada em fevereiro desse ano, essa apura desvio de R$ 1,6 milhão em contratos com agências de publicidade; a Operação Reagente, comandada pelo Gaeco, essa foi defalagrada no ano passado, e apura desvio de R$ 3 milhões do Hospital Regional Rosa Pedrossian, no entanto a denúncia não foi aceita pela Justiça, mas tramita na área civil, como improbidade administrativa. 

Também temos ocorrendo a Operação Antivírus, que resultou em ações na Justiça e levou a queda da cúpula do Detran. E ainda está na fase de inquérito a apuração do suposto pagamento de propina de R$ 67,7 milhões pela JBS ao governador, conforme a Operação Vostok, que tramita no Superior Tribunal de Justiça.

Fonte: *O Jacaré