24 de abril de 2024
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Eleições

Aliados temem que Azambuja repita erro de André em Corumbá

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Quarto maior colégio eleitoral de Mato Grosso do Sul, com mais de 60 mil votantes, Corumbá é um município que pode decidir disputas majoritárias e proporcionais. Por isso, requer dos dirigentes partidários total e detalhada atenção quanto à definição de alianças para calçar projetos de âmbitos estadual e federal, como nas eleições para governador, senadores e deputados. Este ano, a disputa promete ser bastante acirrada, conforme já se tem mostrado nos bastidores.

Um dos possíveis candidatos, Ruiter Cunha de Oliveira, recém-egresso ao ninho tucano, tem intenções claras de disputar o pleito voto a voto. Apesar de Cunha se colocar como o candidato do Governo tucano na cidade pantaneira, Reinaldo Azambuja ainda terá que avaliar muito bem essa possível candidatura.

Pesa sobre Ruiter Cunha, que foi prefeito de Corumbá por oito anos (2014-2012), duas grandes operações do Ministério Público e Polícia Federal (Operação Decoada e Cornucópia) quando foram descobertos fortes e elaborados esquemas de corrupção e desvio de dinheiro público.

Pesa, ainda, sobre o ex-prefeito, o fato dele não ser tão querido assim dentro do partido que o abrigou após sua saída do PT. Na época de sua filiação, pouca ou quase nenhuma festa foi feita, como deveria ser em se tratando de um município de tanta importância polícia no Estado. Além disso, a sua acolhida gerou certo constrangimento e brigas internas.

A lógica indica que Azambuja não queira correr o risco de repetir o grave erro cometido por Puccinelli e nem queira ter seu nome, e nem o do partido, associado às sucessivas investigações realizadas por corrupção durante a gestão de Ruiter. A análise é clara: o Governador que, até o momento, tem se mantido distante de lideranças contaminadas ou envolvidas diretamente com esquemas de corrupção poderá, no final das contas, ver-se em maus lençóis, ao aceitar uma aliança nesse sentido.

O momento sugere a busca de alianças consistentes, de aliados livres da contaminação causada por denúncias de corrupção, fatais para quem estiver carimbado por elas, direta ou mesmo indiretamente.

No caso das opções para seus projetos de curto e longo prazos – hoje, fortalecer a sua base de sustentação, e amanhã dispor de um poderoso e ampliado exército para a sucessão estadual -, Reinaldo Azambuja não se arriscaria a ver todo um trabalho político jogado na lama.