28 de março de 2024
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Aumento salarial: vocação para dialogar não se esgota, diz Sérgio de Paula

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Embora com o ambiente carregado pelas mobilizações reivindicatórias de várias categorias do funcionalismo, a disposição recíproca para o diálogo deve mediar a vontade das partes de buscar soluções que contemplem diferentes necessidades. Esta foi a avaliação manifestada pelo secretário-chefe da Casa Civil de Mato Grosso do Sul, Sérgio de Paula, após participar, com o governador Reinaldo Azambuja, de mais uma rodada vitoriosa de negociações com os trabalhadores.

Segundo o secretário, a vocação para dialogar é uma das marcas consolidadas e inegociáveis do Governo e está refletida nos resultados da reunião desta manhã, na Governadoria, quando o governador confirmou a representantes da Federação Sindical de Servidores Publico Estaduais e Municipais (Feserp) um aumento salarial de 7,9% na Parcela Constitucional de Irredutibilidade (PCI), que contemplará em torno de 10 mil trabalhadores do Poder Judiciário, da Secretaria Estadual de Produção (Seprotur) e administrativos.

Sérgio de Paula disse que o perfil democrático do Governo e a paciência do governador para ir à exaustão em busca do entendimento ajudam decisivamente no papel que vem cumprindo para ajudar a preservar o cenário do diálogo. Tem claro que Azambuja e os servidores sabem que há demandas reprimidas e acumuladas em governos anteriores, mas isso, porém, não tira da atual administração o empenho em cumprir o compromisso de valorizar o serviço e os servidores publicos e virar páginas da história que precisam ser esquecidas.

Os principais dirigentes do sindicalismo publico estadual reconhecem o esforço e atestam o desejo de garantir reciprocidade no propósito do diálogo, sem renunciar a direitos constituídos e a bandeiras desfraldadas pelo movimento. O presidente da Feserp, Rdney Vera de Carvalho, deduziu que o governador constatou a necessidade de reajustar o PCI e preencher um vácuo aberto em 2014, quando o governo da época não concedeu essa melhoria legalmente prevista. Agora, por decisão de Azambuja, o retroativo da margem reajustada será pago este mês, conforme havia sido sinalizado à categoria pelo secretário de Governo, Eduardo Riedel, ao longo das negociações.

Sérgio de Paula aposta na boa vontade para buscar o entendimento, fator que considera ser essencial fortalecer, lembrando que ainda existem pontos conflituosos na pauta de reivindicações de outras categorias do funcionalismo. É o caso, por exemplo, dos administrativos, professores e outros segmentos do Grupo Magistério. Uma pauta polêmica e explosiva, mas que começou a ser administrada na semana anterior, quando Azambuja retirou da pauta da Assembleia Legislativa um projeto bastante contestado pela Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação), que, entre outros itens, proibia os administrativos do Magistério de participar do processo de eleições de diretores de escolas e até de participar das diretorias.

Um novo projeto foi elaborado pelo Executivo e entregue na quarta-feira aos dirigentes da Federação. Seu presidente, Roberto Magno Botarelli, convocou para hoje, sexta-feira, uma assembléia-geral extraordinária com representantes dos 73 sindicatos municipais para decidir como vão responder ao projeto governamental.

Não é um processo de fácil resolução, avalia Sérgio de Paula, considerando duas realidades indiscutíveis, a seu ver: os direitos dos trabalhadores e a governabilidade, que depende de total equilíbrio das finanças, para que os compromissos tenham sua regularidade preservada e o Estado não sofra prejuízos na prestação de serviços básicos que englobam toda a população.