16 de abril de 2024
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Urgência

Bernal não cumpre promessas e prejudica seus principais eleitores

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O prefeito Alcides Bernal (PP) precisa reconquistar com urgência todo seu potencial de votos junto às camadas mais carentes da população, principais responsáveis pelo êxito de sua história eleitoral até aqui. Foi prometendo mudanças estruturais para favorecer especialmente os segmentos social e economicamente excluídos que ele conseguiu em 2012 derrotar todos os adversários e conquistar a Prefeitura de Campo Grande.

Hoje, e bem ao contrário do que se imaginava há três anos e meio, as mais importantes promessas de Bernal não foram cumpridas, refletindo exatamente na desesperança, no desalento e nos prejuízos que afetam os campo-grandenses, principalmente os que mais necessitam das intervenções do poder publico municipal.

Para exemplificar, uma das promessas de campanha que Bernal reafirmou ao assumir a Prefeitura era a de otimizar ao máximo a realização de obras e serviços com os recursos depositados regularmente pelos contribuintes nos cofres da Prefeitura no pagamento de impostos e tributos diversos como o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), o ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) .

Com o dinheiro do IPTU, religiosamente transferido pelo contribuinte de seu bolso para as contas do Executivo, o prefeito não conseguiu garantir um tratamento decente para a manutenção urbana, sobretudo em relação à malha viária, que mais se assemelha a uma colcha de retalhos em algumas regiões, ou à superfície da lua, de tantas crateras, em outras. Acidentes com vítimas humanas e danos materiais de monta têm sido comuns por causa das ruas esburacadas nestes três anos e meio de gestão (17 meses com o vice-prefeito Gilmar Olarte no exercício e 26 meses com Bernal).

No caso da Cosip, mais dissabores para o povo, com ênfase nos maiores prejudicados, os que moram na periferia ou áreas onde a escuridão reforça o ambiente de insegurança. O dinheiro que a Prefeitura arrecada com a cobrança compulsória dessa contribuição, que vem anexada nas contas de energia elétrica, deveria ser aplicado na melhoria, na expansão e na modernização da rede. Mas os contribuintes, com apoio da Câmara de Vereadores, denunciam que o prefeito não está cumprindo a promessa de iluminar adequadamente todas as regiões da cidade.

O mais grave e lamentável é que o próprio Bernal, mesmo sabendo dos danos que a falta de investimentos em iluminação publica vem causando, ainda tentou impedir que entrasse em vigor uma medida suspendendo a cobrança da Cosip. A Lei Complementar 285, baseada em proposta do vereador Edil Albuquerque e aprovada com apenas um voto contrário, suspendeu por 180 dias a cobrança da contribuição.

Bernal vetou o projeto, tentando manter a arrecadação da Cosip. Porém foi derrotado pela Câmara, que derrubou seu veto e a lei entra em vigor a partir do dia 25 deste mês. Todo mês a Prefeitura arrecada R$ 6 milhões de Cosip, repassa metade para pagar o consumo e a outra metade, que não é reinvestida no serviço, fica guardada ou, segundo os vereadores, têm um destino que precisa ser explicado pelo prefeito,. O sistema de iluminação publica de Campo Grande continua deficitário e grande parte da cidade está às escuras, embora existam recursos suficientes para minimizar ao máximo essa grave carência social.