19 de abril de 2024
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Bolsonaro critica Dodge por denúncia e se diz 'imune' para falar sobre quilombolas

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O deputado e pré-candidato à presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, criticou a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pela denúncia por racismo. Em entrevista à TV Bandeirantes, veiculada no último domingo, o presidenciável também se disse perseguido pela mídia. “Fui massacrado pela Globo esta semana e eles sequer colocaram uma foto minha”, disse. “É o tempo todo isso”, completou.

A PGR denunciou o deputado ao STF, na primeira quinzena do mês, por discurso realizado em palestra no Clube Hebraica do Rio no ano passado. Na denúncia, Dodge afirma que Bolsonaro se manifestou de forma “discriminatória contra quilombolas, indígenas, refugiados, mulheres e LGBTs”.

“Ela acha muito e não encontra nada”, declarou o deputado durante a entrevista. “Primeiro, ela precisa nos dizer por que entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal para acabar com o voto impresso. Ela confia no voto eletrônico? Ou ela faz parte do mecanismo, sistema que interessa qualquer um que se eleger em 2018 menos Jair Bolsonaro?”, acrescentou.

Ao se referir aos quilombolas, disse ter “imunidade total por quaisquer palavras, opiniões e votos” proferidos sobre o assunto e convidou a procuradora-geral a acompanhá-lo em uma visita ao quilombola de Eldorado Paulista.

“Eu gostaria que a ilustríssima senhora Raquel Dodge nos acompanhasse — tem que ser nesta semana, semana que vem não vale mais — neste quilombola que eu fui, em Eldorado Paulista, para ver o desperdício de recursos e maquinários abandonados. Eles não fazem absolutamente nada. É uma realidade”, disse.

Bolsonaro rebate outras críticas

“Me aponte um áudio meu falando que mulher tem que ganhar menos que o homem”, desafiou o pré-candidato sobre as acusaç?es de preconceito de gênero.

Na mesma linha, disse não ser racista e afirmou que sua única batalha é contra a política de cotas. “O negro é tão competente quanto um branco. Somos todos iguais. Por que precisa de cota para afrodescendente e não para nordestino? Não são todos sofridos?”, questionou.

Sobre homofobia, também respondeu às perguntas com outro questionamento: “Quem não tem um amigo ou parente gay?”. Ao tentar contornar declaraç?es anteriores, se disse contra a abordagem da homossexualidade no material escolar.

“Eu não quero que o pai chegue em casa e encontre o filho brincando de boneca por influência da escola. O filho de seis anos de idade. É isso o que está nos livros. Você só descobre o sexo com 13, 14 anos de idade. Se ele tiver atração pelo sexo igual, vá ser feliz. Agora, ensinar para criancinhas a fazer sexo com colegas do mesmo sexo, isso é um crime”, afirmou.