O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), solicitou ontem (31), um prazo maior para apresentar defesa ao Supremo Tribunal Federal (STF). O deputado foi denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato.
O prazo para que os advogados de Eduardo Cunha apresente defesa termina no dia 9 de setembro. Porém, os advogados pediram mais 15 dias, alegando que o Ministério Público deixou de juntar documentos da investigação e precisa analisá-los.
De acordo com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Eduardo Cunha teria recebido US$ 5 milhões para viabilizar a contratação de dois navios-sonda pela Petrobras, junto ao estaleiro Samsung Heavy Industries em 2006 e 2007.
Conforme Janot, o negócio foi formalizado sem licitação e ocorreu com intermediação do empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, que está preso há nove meses em Curitiba, e do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró. Todos são investigados pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
O caso foi descoberto após depoimento de Júlio Camargo, que fez acordo de delação premiada. Conforme a denúncia, Camargo também participou do negócio e recebeu US$ 40,3 milhões da Samsung Heavy para concretizar a contratação.
Após receber a manifestação da defesa de Cunha, o ministro Teori Zavascki vai elaborar seu voto e levá-lo a julgamento no plenário do STF. Se a maioria dos ministros entender que existem provas para abertura da ação penal, Cunha passará à condição de réu.