28 de março de 2024
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Política

Deputados repudiam livro que sugere casamento entre pai e filha

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Dr. Paulo Siufi (PMDB), Herculano Borges (SD), Antonieta Amorim (PMDB) e Coronel David (PSC) repudiaram, durante a sessão plenária desta quinta-feira (22), a utilização do livro Enquanto o Sono Não Vem (Editora Rocco) em escolas públicas de Florianópolis e (SC) e Vitória (ES). Siufi explicou que a obra sugere o casamento entre pai e filha e tem sido objeto de estudos para alunos com idades entre seis e oito anos. "É uma obra macabra, um livro revoltante que não serve para nada e que deveria ter todos os exemplares recolhidos e incinerados", disse o deputado, que preside a Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Casa de Leis.

Ele lembrou que crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade podem ser revitimizados com as abordagens sugeridas no conto A triste história de Eredegalda, que conta a história de um rei que pede uma das três filhas em casamento. A proposta do pai é que a mãe da menina seja empregada deles. Ao recusar o convite do pai, a história conta que a menina é presa em uma torre.

A obra, de José Mauro Brant, está no Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), mas, segundo o Ministério da Educação (MEC), o processo de seleção e avaliação, realizado e publicado em 2014, está sendo revisto. "O MEC está querendo entrar em uma seara que é unicamente da família e essa é uma abordagem totalmente desnecessária", afirmou Herculano, vice-presidente da Comissão de Educação da ALMS. "É um assunto lastimável, uma indignidade de quem não entende o que é educação", ressaltou Antonieta. "Temos que fazer uma grande fogueira com esses livros indecentes", resumiu Coronel David (PSC).

No último dia 8 de junho, o ministro da Educação, Mendonça Filho, decidiu recolher os 93 mil exemplares do livro distribuídos para alunos de primeiro, segundo e terceiro anos do Ensino Fundamental das escolas públicas. A decisão do ministro é respaldada em parecer técnico da Secretaria de Educação Básica (SEB), que considera a obra não adequada para as crianças de sete a oito anos do ensino fundamental, pela abordagem do tema incesto. Com o recolhimento da obra das escolas de ensino fundamental, o MEC vai redistribuí-la para uso em bibliotecas públicas em todo o Brasil.