19 de abril de 2024
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Eleições 2016: problemas em Corumbá preocupam o PT

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A desfiliação do ex-prefeito Ruiter Cunha – que está levando consigo vários integrantes de seu grupo –, e a pressão dos baixos índices de aprovação administrativa, somadas ao discutível desempenho do prefeito Paulo Duarte nas sondagens das intenções de voto, põem o PT numa encruzilhada para garantir a hegemonia em Corumbá.

Com cerca de 100 mil habitantes e 69 mil eleitores, a quarta maior cidade em população e número de votantes no Estado, Corumbá é a maior cidade sob controle político-administrativo do PT. Essa condição foi conquistada nas eleições de 2004, justamente com a candidatura de Ruiter, que se reelegeu em 2008 e fez o sucessor, Paulo Duarte, em 2012. Agora, em caminhos separados, os dois ensaiam um confronto de resultado eleitoral imprevisível, mas muito danoso para o PT.

É inquestionável, até para os adversários, a liderança de Ruiter, que não tinha tinha visibilidade política até 2002, quando desdobrou-se na campanha pela reeleição do governador Zeca do PT e acabou sendo convencido por ele a assinar a ficha do partido e candidatar-se a prefeito. Ainda é cedo para saber com precisão o tamanho do estrago que sua saída pode causar nos planos dos petistas para dar mais quatro anos de poder a Paulo Duarte, porém já se sabe que não será desprezível, sobretudo numa campanha eleitoral que se desenha difícil e pulverizada.

Em termos administrativos, outra fonte de preocupação do PT, Paulo Duarte luta para contrapor-se ao carimbo da reprovação popular. Mesmo com decisões corajosas e um perfil oposto ao do antecessor, Duarte ainda não conseguiu atingir uma avaliação convincente. Uma das poucas pesquisas qualitativas sobre seu desempenho administrativo realizadas este ano (em janeiro) mostra marcas mínimas de aprovação e a reprovação em altos patamares. Igual proporção se manteve na aferição das intenções de voto – em nenhuma das simulações o prefeito está em primeiro lugar.

Como a campanha só começa oficialmente em julho e a eleição em outubro do ano que vem, Paulo Duarte ainda tem, no mínimo, 11 meses para desfazer as dúvidas sobre suas possibilidades de superar esses problemas e dar ao PT a expectativa real de conservar Corumbá entre “suas” prefeituras.