24 de abril de 2024
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"JOGAR ÀS FERAS"

Ex-presidentente Fernando Henrique ataca PSDB em defesa de Aécio Neves

Mineiro é alvo da legenda e pressão de líderes quer expulsão

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O deputado mineiro Aécio Neves (PSDB), se mostra cada vez mais articulado, na tarde desta quinta-feira (11), foi defendido por ninguém menos que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, após líderes peessedebistas fazerem pressão a João Dória, pedindo a expulsão de Aécio Neves da legenda, isso após o deputado ter ‘ganhado’ ação penal contra ele na Justiça Federal em São Paulo, no início de julho. 

FHC usou o Twitter para, criticar o posicionamento do partido falando que é preciso seguir o código de ética, e apelidou a ‘justiça’ de “fera”. "O PSDB tem um estatuto e uma comissão de ética. Há que respeitá-los. Jogar filiados às feras, principalmente quem dele foi presidente, sem esperar decisão da Justiça, é oportunismo sem grandeza. Não redime erros cometidos nem devolve confiança", escreveu o ex-presidente.

A mensagem de carinho ao mineiro, ocorre um dia após o ‘João’ e o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, engrossar o coro pela expulsão de Aécio. À jornalistas, Covas chegou a dizer, na quarta-feira (10), que era "ou ele ou eu" no partido.

São Paulo e São Bernardo do Campo, são as vozes diretoriais que realizam tal pressão, ambos os diretórios municipais já até aprovaram a expulsão de Aécio, que se nega a deixar o partido por boa vontade. O medo dos envolvidos é que a ligação com Aécio respingue às campanhas municipais do ano que vem. 

Fernando Henrique Cardoso já foi líder do partido, mesmo assim, em nota de resposta o partido disse discordar do ex-presidente, afirmando que Aécio não é benquisto, e que não se assemelha as posturas de ambos, já que, segundo a nota, Aécio Neves suja a imagem do PSDB, essa fala veio do diretório paulistano. 

Lá em São Bernardo do Campo, o diretório também tem formulado pedido expulsão. Acatado com unanimidade na quarta-feira, sob comando do prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, que é presidente da executiva nacional da legenda e também pela deputada estadual Carla Morando, líder do partido na Assembleia paulista.

Parece que é específico, segundo Orlando, no partido não é contra quem é investigado, já que há outros tucanos sob investigação, como Beto Richa e Eduardo Azeredo, ambos foram presos, mas já estão em liberdade. Mas conforme Orlando, o problema é que Aécio é ‘muito conhecido’, pois concorreu as eleições presidenciais em 2014. "Aécio causou os maiores danos à imagem do partido", apontou. 

RÉU

O caso do deputado mineiro de fato é alarmante, Aécio Neves foi denunciado em 2017 pela Procuradoria Geral da República (PGR), acusado de receber propina de R$ 2 bilhões, do grupo J&F, também responde por tentar parar os “carinhas” da Lava Jato. Em abril de 2018 o quadro de Aécio saiu do “ambulatório para o CTI”, isso porque virou réu no Supremo Tribunal Federal (STF). 

O caso perpassa várias camadas. Após falhar a conquista pela cadeira presidencial, a denúncia contra o mineiro foi enviada para à primeira instância. Aceito de pronto pelo Ministério Público Federal em São Paulo. Em 2 de julho a denúncia chegou nas mãos do juiz João Batista Gonçalves, da 6ª Vara Criminal Federal. 

Dois dias depois, o diretório paulistano aprovou um pedido de expulsão. Na terça-feira passada, Doria afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo defender uma "saída espontânea" do deputado, para evitar a necessidade de expulsão. Abordado na Câmara para comentar o assunto, Aécio disse que "não tem nada a falar". Procurada, a assessoria afirmou que o deputado não iria se pronunciar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.