20 de abril de 2024
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Levy indica que governo lançará programa de concessões até maio

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O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciou neste sábado que o Brasil vai lançar um novo programa de concessões de infraestrutura até maio. A intenção é elevar o nível de investimento no país.

— Nosso plano é, nas próximas semanas ou meses, apresentar uma visão global das áreas que estarão disponíveis para concessão — disse, em entrevista coletiva realizada na embaixada brasileira em Washington, paralelamente à reunião de Primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Segundo Levy, até o próximo mês deve ser possível ter uma ideia geral do processo. O objetivo é montar um cronograma, já que os leilões levam tempo. O ministro ressaltou, no entanto, que a iniciativa está sob a responsabilidade do Ministério do Planejamento.

— Os investidores gostam de ter um programa — lembrou.

Levy evitou falar em valores, mas ressaltou que o setor privado investiu US$ 200 bilhões nos últimos cinco anos no País, excluindo o setor de óleo e gás.

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Paralelamente, serão discutidos mecanismos de financiamento para os projetos brasileiros. O ministro voltou a reforçar a importância do mercado de capitais e dos produtos de renda fixa, ao mencionar a iniciativa lançada junto com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), recentemente. Pelo esquema, as empresas que buscarem financiamento no banco de fomento terão de emitir uma parte em debêntures.

O ministro também sugeriu que pode haver alterações nos processos. Embora tenha afirmado que o sistema brasileiro de concessão é consagrado, ele afirmou que "todo modelo pode ter aprimoramento".

A atração de investimentos para a infraestrutura brasileira é um desafio ao governo neste momento em que várias empreiteiras, tradicionais empreendedoras do setor, estão sob investigação da Operação Lava-Jato. Em sua visita a Washington, para a reunião do FMI, Levy tratou do tema em uma série de reuniões com investidores.

Segundo ele, a maior parte dos encontros foi exatamente com investidores voltados a projetos, e não ao mercado financeiro.

— Estamos vendo formas de financiar o investimento com poupança local e estrangeira."

Também houve conversas sobre o assunto com o Banco Mundial, que deve ajudar a construir os projetos. Conforme Levy, o organismo multilateral tem interesse em contribuir porque aquilo que for adotado no Brasil poderá ser replicado em outros países.