18 de março de 2024
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ElEIÇÕES 2020

MDB quer reconquistar e ampliar representação política em MS

Lista de 50 municípios inclui Corumbá, Dourados, Maracaju, Amambai, Paranaíba e Nova Andradina

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Conquistar novas prefeituras, conservar as que já têm e recuperar as que perdeu – estes são os objetivos pelos quais o MDB sul-mato-grossense está preparando suas forças para as disputas eleitorais do próximo ano. O ex-governador André Puccinelli, presidente do Diretório Regional, trabalha com os demais dirigentes e lideranças para aproveitar o máximo dos quadros do partido e chegar em 2020 com nomes e alianças competitivos em pelo menos 50 municípios.

Organizado nas 79 cidades de Mato Grosso do Sul, o MDB vem calibrando a pontaria e  acelerando o passo para se recuperar dos consideráveis estragos que sofreu política e eleitoralmente nos últimos anos, sobretudo a partir de 2013, quando deixou de controlar a Prefeitura de Campo Grande, e de 2014, com a vitória de Reinaldo Azambuja (PSDB) na sucessão estadual. Agora, além da capital, os olhos do ainda maior partido do Estado estão direcionados com interesse diferenciado para outros colégios eleitorais do interior.

As prefeituras de Dourados, Corumbá, Maracaju, Amambai, Três Lagoas, Paranaíba, Nova Andradina, Ponta Porã, Coxim e Maracaju estão elencadas entre as prioridades para o lançamento de candidaturas emedebistas. O partido tem quadros que o capacitam a fazer o enfrentamento, ainda que em boa parcela desses municípios há complexidades desafiadoras. Ainda assim, a aposta é firme nas possibilidades que se manifestam, por exemplo, com as opções do deputado estadual Renato Câmara em Dourados e do ex-prefeito Paulo Duarte, em Corumbá.

DESENHOS

Na sucessão douradense alguns desenhos do futuro são visíveis, como a tendência de a prefeita Délia Razuk (PR) não concorrer à reeleição. E há indícios de que o páreo pode ficar também sem outro postulante, o deputado federal licenciado e secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende (PSDB), embora não seja esta uma intenção que ele tenha manifestado. De qualquer forma, o espaço para a candidatura de Renato Câmara já está aberto, é claro e bem definido.

A base política de Câmara está no DNA de uma vocação familiar. Seu pai, Nelito Câmara, já falecido, era uma das referências do chamado emedebismo histórico e se destacou como prefeito de Ivinhema e deputado estadual no período de 1989 a 2002.  O filho, mesmo com o diploma e a profissão de engenheiro agrônomo, não demorou a por os pés na planície da vida publica. Tinha 32 anos ao ser prefeito ivinhemense, em 2004. Reelegeu-se em 2008 e em 2014 chegou à Assembleia Legislativa.

Em seu segundo mandato de deputado estadual, se sobressai com atuação focalizada, principalmente, nas questões ambientais, no empreendedorismo, na agricultura familiar e nas demandas sociais, notadamente em educação, saúde, cultura e esportes. Porém é na privilegiada visão política que Renato Câmara se credenciou para outros vôos. Em 2016, mesmo com um indicativo que poderia atrapalhar por ter sido prefeito de sua cidade natal, Ivinhema, concorreu à Prefeitura de Dourados e surpreendeu, ficando em terceiro lugar com 20.708 votos (19,6% dos válidos), atrás de Délia Razuk e Geraldo Resende, ambos com muito mais tempo de vínculo com a cidade e de visibilidade das candidaturas.

POLARIZAÇÃO

Em Corumbá, o contundente apelo do bom e velho bairrismo pantaneiro projeta para 2020 um tira-teima eleitoral polarizado entre dois filhos da terra. Paulo Duarte e o prefeito Marcelo Iunes (PSDB) carregam consigo o traço singular da afetividade regional que garante ao bairrismo um tom suave e sem exageros. Filho de Edson Duarte, que foi um dos grandes craques da época de ouro do futebol da “cidade branca”, Paulo estudou fora para avançar nos conhecimentos e começou a ganhar projeção como servidor fazendário concurso e especialista em tributos.

Entrou na política de armas e bagagem em 1999, quando aceitou o convite para integrar a equipe econômica do recém-eleito governador Zeca do PT. Na Secretaria Estadual de Fazenda e depois na chefia da Casa Civil cumpriu papéis estratégicos, com espinhosas missões destinadas a garantir sustentação política e administrativa ao governo. E com isso ganhou apoio do partido para disputar e vencer sua primeira eleição de deputado estadual.

Convocado pelo partido para disputar a Prefeitura de Corumbá, na sucessão de Ruiter Cunha de Oliveira, em 2012, confiava no apoio total do prefeito e de sua administração para pavimentar a candidatura. Assim foi e Duarte se elegeu. Em 2016 candidatou-se à reeleição, mas a convivência entre prefeito e ex-prefeito já estava bastante arranhada. Ruiter então sacramentou a rivalidade: decidiu entrar na corrida sucessória filiando-se ao PSDB e venceu as eleições. Mas Duarte deixou seu nome consolidado com votação expressiva e um forte lastro político e popular na cidade.

MARACAJU

Agora, tanto Renato Câmara como Paulo Duarte têm seus nomes lastreados por André Puccinelli. O mesmo ocorre com as lideranças que vêm sendo cuidadas pelo MDB para os embates do próximo ano. Em Maracaju, com mais de 80% de aprovação ao seu governo, o prefeito Maurílio Azambuja ainda não declarou quem prefere para ser o candidato à sua sucessão.

Os maracajuenses comentam que entre os nomes cogitados está o de Lenilso Carvalho Antunes, secretário municipal de Finanças e  Frederico Felinie, secretário de governo do prefeito. A habilitação para entrar nessa disputa desta associada ao seu desempenho na Pasta, lançando a Prefeitura de Maracaju entre as que melhor enfrentam e solucionam os problemas da comunidade. Além de pagar em dia e até antecipar o salário do funcionalismo e o repasse de fornecedores, o Município ainda se destaca com os resultados de referência em políticas publicas de saúde, educação e de desenvolvimento.