O Ministério Público Estadual (MPE) recomendou hoje à Prefeitura de Campo Grande que suspenda todos contratos em andamento com empresas Itel Informática Ltda e Proteco Engenharia Ltda, ambas investigadas pela Polícia Federal na Operação "Lama Asfáltica". A recomendação 001/2015 é assinada pelo Promotor de Justiça Alexandre Pinto Capiberibe Saldanha, titular da 30ªPromotoria de Justiça de Campo Grande.
A recomendação determina prazo de 30 dias para que contratos vigentes sejam suspensos e que cópias das suspensões de contato sejam enviadas ao MPE, caso contrário, prefeito Gilmar Olarte poderá responder criminalmente.
A Proteco Engenharia é de João Amorim, que está sendo investigado pela PF e Ministério Público federal por, suposto, pagamento de propina a servidores públicos para Proteco e empresas ligadas a ele saíssem vencedoras de licitações com Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado.
Amorim e João Baird também são investigados por, supostamente, pagar vereadores de Campo Grande para que votassem a favor da cassação do então prefeito Alcides Bernal (PP) que aconteceu em 12 de março de 2014.
No dia 23 de julho deste ano, o MS Notícias publicou reportagem contendo trechos dos relatórios da Polícia Federal referentes ao processo investigatório em andamento em que a PF aponta para suposta compra de vereadores.
Conforme o trecho de documento investigatório: “O diálogo abaixo se refere ao momento em que AMORIM estava agindo (de forma dissimulada) para a derrubada do Prefeito Bernal. [Empresário] participa das tratativas e diz para AMORIM: “então faz o que tem que ser feito”, estava se referindo a “compra de vereadores”, conforme já informado em RIP’s (Relatório de Investigações Preliminares – nota da Redação) anteriores.”
Baseado nas conversas gravadas entre o empresário e João Amorim, a investigação observa que “em algumas matérias existe informação” (Ministério Público Federal investiga) e em outra [o veículo de comunicação] auxilia a Empresa a receber pagamento atrasado.
A Proteco e Itel estão entre as empresas mais beneficiadas na gestão de Gilmar Olarte. Embora não se possa comprovar proximidade entre Olarte e os empresários, o caso é investigado e motivou, juntamente com outros fatores, pedido de abertura de uma Comissão Processante na Câmara da Capital feito pelos vereadores Luiza Ribeiro (PPS), Thas Helena e Marcos Alex, ambos do PT.
Olarte, em março deste ano viajou para Brasília no jatinho particular de João Baird. O prefeito afirmou na época que havia ido de carona, porem, investigações apontam que estavam apenas ele e a comitiva que o acompanhada.
