24 de abril de 2024
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BASTIDORES

PSDB-MS quer manter hegemonia sem sacrificar aliados

Com 42 prefeitos, Azambuja e de Paula projetam legenda mais forte com eleições de 2020

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O PSDB comanda 42 das 79 prefeituras de Mato Grosso do Sul. Conservar a hegemonia e até ampliá-la são expectativas de um partido que pode ficar ainda mais forte e trabalha para isso, porém sem ignorar que seus êxitos são compartilhados e sustentados por outras forças.

Com esse olhar generoso e pragmático na planície clara da democracia, o governador Reinaldo Azambuja, o presidente do Diretório Regional, Sérgio de Paula, e o prefeito de Ponta Porã, Hélio Pellufo – em nome dos colegas – deram o tom do encontro que reuniu presidentes de diretórios e chefes de executivos municipais na sexta-feira, em Campo Grande. Foi um evento de consumo interno que produziu insumos para as experiências tucanas nos diversos ambientes abertos à sua intervenção.

Sérgio de Paula vê o ciclo político do País favorável à social-democracia, por entender que a sociedade já entendeu que a polarização entre extremos à esquerda e à direita não vem trazendo as respostas e mudanças estruturais necessárias ao desenvolvimento e à cidadania. “Os olhos que apontam para o futuro estão olhando para o centro, para o equilíbrio.  O centro tinha dado uma diluída. Temos que voltar ao centro. Precisamos fortalecer o centro para retomar o poder novamente. Nacionalmente, temos o Dória, entre outras lideranças”, analisou.

Único governador tucano reeleito em 2018, Azambuja defende também a construção de um projeto nacional a partir de posições descoladas de extremismos ideológicos e por isso vê as eleições municipais com um passo inicial de alto valor estratégico. Conforme suas avaliações, o fortalecimento do PSDB é fundamental nesse processo e deve ocorrer em um contexto articulado com partidos e forças que compartilham iguais expectativas de mudança.

Essa forma de abordagem deixou um desenho de significativo relevo para quem foi ao diretório regional participar do encontro. Ficou evidente que a atenção e o cuidado com que de Paula cerca o partido são imprescindíveis para a organização e a mobilização de campanha, além do suporte político aos candidatos e a motivação da militância.

Até por causa dessas demandas ficou ainda mais compreensível a atitude do presidente de não levar ao âmbito do encontro a questão dos três deputados estaduais (Onevan de Matos, Rinaldo Modesto e Marçal Filho) que votaram contra a proposta de redução dos salários dos professores contratados. Havia uma orientação do partido para que toda a bancada, com cinco integrantes, votasse a favor. Contudo, só Paulo Corrêa e Felipe Orro seguiram essa orientação.  

Sérgio de Paula disse que mesmo ancorado na resposta das urnas a seus candidatos em 2020, o fortalecimento do PSDB não vai ignorar as realidades locais, respeitando-as e considerando o valor estratégico do entendimento e das parcerias. Mas o projeto de crescer está ainda mais vivo. “Vamos realizar um trabalho para buscar mais filiadas e filiados, temos a meta de chegar a 50 mil ainda este ano”, prevê.

De Paula não descansa no ativismo partidário. Está em campo. Logo que encerrou sua participação no encontro pegou a estrada e foi para Três Lagoas. Segue o objetivo de atrair e incentivar novas lideranças e pessoas com qualificação e interesse para ocupar espaços políticos e de representação nas prefeituras e parlamentos. “Devemos lançar de 45 a 55 candidatos a prefeitos e cerca de 350 candidatos a vereadores”, calcula.