19 de abril de 2024
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Resende combate “inferno astral” na mídia e quer cooptar PMDB

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O deputado federal Geraldo Resende, pré-candidato do PSDB a prefeito de Dourados, está indignado com o que seus aliados consideram desespero de adversários, referindo-se às recentes reportagens que o remetem às páginas dos escândalos políticos. Com a expectativa de atrair o PMDB, que tem o deputado estadual Renato Câmara como pré-candidato, Resende não vê riscos maiores de desgastes à sua imagem, embora seja alvo de duas graves denúncias publicadas na mídia num ano de eleições.

Uma das acusações refere-se a um episódio que Resende protagonizou no ano 2000, quando Rezende era deputado estadual e, segundo a Gráfica e Editora Luar Ltda (hoje Gráfica Ideal), encomendou impressos de campanha e ficou devendo cerca de R$ 500 mil. Esse é o valor que está sendo cobrado judicialmente pela empresa, mediante uma ação que tramita desde 2002 na 5ª Vara Cível de Dourados.

O que chama mais a atenção nesse processo é a acusação da proprietária da gráfica, que além de tratar o deputado como caloteiro ainda afirma que ele falsificou sua assinatura em duas ocasiões, uma para chancelar recibo de quitação e outra para um documento exigido pela Junta Comercial.

Vários jornais publicaram o assunto. Na semana passada foi o “Correio do Estado”, de Campo Grande, com um título que destaca a acusação ao deputado tucano com a pecha de caloteiro. Em 31 de maio deste ano, o site Folha de Dourados deu ao caso o título “Geraldo Resende perde ação de meio milhão de reais”. E destacou: “Por essa o deputado federal e virtual candidato do PSDB à Prefeitura de Dourados, Geraldo Resende, não contava: às vésperas de uma milionária campanha eleitoral ele foi condenado pela Justiça a indenizar uma empresa gráfica em cerca de R$ 500 mil por conta de antiga pendenga no início deste século”.

E prossegue o site: “O imbróglio tem origem quando Geraldo Resende se associou à empresa (por debaixo dos panos) para baratear custos de campanha eleitoral (vitoriosa) com a compra de uma impressora. A coisa desandou a tal ponto que o deputado teria falsificado documento e juntado ao processo. A empresária tem dito que não cabe mais recurso e que Geraldo pode ainda responder por falsidade ideológica e estelionato”.

DOAÇÕES SUSPEITAS – Outra acusação que entra na lista de intrigas da concorrência, de acordo com aliados de Resende, é o fato de o deputado estar incluído entre os políticos contemplados com doações de campanha feitas pela indústria de alimentos JBS, uma das empresas investigadas na Operação Lava Jato. De acordo com o MPF (Ministério Publico Federal), quase R$ 1 milhão foram doados pela empresa a políticos de Mato Grosso do Sul. A cota de Resende foi de R$ 450 mil, segundo o MPF. Por doação direta, o valor declarado por Resende na prestação de contas à Justiça Eleitoral foi de R$ 150 mil. O restante, informa o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi repassado por meio da senadora Simone Tebet (R$ 150 mil) e da direção nacional do PMDB, partido de Resende na época.

CÂMARA PRÓXIMO – A poucos dias da convenção que homologará seu nome para a sucessão douradense, Geraldo Resende tenta aquela que é vista como uma das cartadas mais decisivas de sua campanha: atrair o PMDB para uma coligação, com a consequente desistência do pré-candidato Renato Câmara. A considerar os números das pesquisas de intenção de voto que vêm sendo publicadas com registro na Justiça Eleitoral, a tentativa de Resende é mais que necessária. A vereadora Délia Razuk (PR) lidera as consultas e vem mantendo essa dianteira em sucessivas amostragens, desde que inverteu as posições e ultrapassou Resende, que no ano passado chegou a dominar a preferência do eleitorado.