25 de abril de 2024
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Ruptura anunciada: em pronunciamento, Temer diz que será difícil Dilma resistir a três anos no cargo

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A crise instalada no governo Dilma Rousseff (PT) está solidificando a cisão partidária entre PT  e PMDB. O pronunciamento feito ontem (4), pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB), em evento organizado em São Paulo por um movimento que defende o impeachment da presidente Dilma, o Acorda Brasil, confirmou os rumores de que Temer está conspirando contra a presidente.

Na fala, Temer foi taxativo ao dizer que será difícil a presidente Dilma Rousseff resistir três anos no cargo sem apoio popular. As declarações do vice-presidente soaram como "assustadoras" e "desastrosas", segundo interlocutores petistas.

Correligionários do PMDB, partido presídio por Michel Temer, admitem que o pronunciamento feito ontem dá o prenúncio desembarque do governo, além de evidenciar  estratégia para deixar claro à sociedade e setores empresarias de que o partido não é responsável pelo atual cenário de recessão econômica e nem favorável às decisões impopulares que envolvem aumento de carga tributária. Os rumores fortalecem manifestações por candidatura própria do  PMDB em 2018.

Diante da repercussão negativa causada com as declarações, Temer tentou consertar o impasse ao conceder entrevista ao jornal norte-americano The Wall Street Journal. Na conversa, ele ressalta, desta vez, que Dilma vai encerrar o mandato em 2018. "Você pode escrever isso: eu tenho certeza absoluta que isso irá acontecer, que será útil para o País, que não haverá nenhum tipo de perturbação institucional", disse o vice-presidente por telefone. "Dilma continuará a governar "até o final, até 2018", comentou.

Atualmente, Michel Temer está afastado da articulação política do governo ocorrido após desacordos dele com o núcleo político mais próximo da presidente Dilma. Temer vinha reclamando que muitas negociações que fazia com a base eram desautorizadas ou não cumpridas pelo Palácio do Planalto.