29 de março de 2024
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Operação Custo Brasil

TEMER SOBRE PRISÃO DE BERNARDO: “FATO DOLOROSO”

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O presidente interino, Michel Temer, disse nesta sexta-feira 24 lamentar a prisão do ex-ministro dos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, Paulo Bernardo, no âmbito da Operação Custo Brasil, deflagrada nesta quinta pela Polícia Federal como um desdobramento da Lava Jato.

"É um fato doloroso. Eu até vi hoje uma declaração da senadora Gleisi dizendo que ele foi detido na frente dos filhos. Quero publicamente lamentar os fatos", afirmou Temer, em entrevista à Rádio Estadão no Palácio do Jaburu. Foi sua primeira manifestação sobre a ação da PF.

Temer também disse estar preocupado com um impasse jurídico criado pelo mandado de busca e apreensão cumprido no apartamento funcional da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), mulher de Paulo Bernardo.

A ação vem sendo duramente questionada, uma vez que, por ser contra um parlamentar, deveria ter sido autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele afirmou que espera que o imbróglio entre Judiciário e Legislativo seja resolvido o mais rápido possível.

A Advocacia-Geral do Senado, a pedido do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), estuda acionar o Supremo para questionar a legalidade do cumprimento do mandato. Se a reclamação for aceita, o material que foi apreendido durante a ação terá que ser devolvido pela PF e não poderá ser usado na investigação.

Temer disse ainda, na entrevista, que irá apresentar um projeto de reforma política em "brevíssimo tempo". Apesar de não estipular uma data, o presidente interino afirmou que pretende esperar a votação final do impeachment pelo Senado para apresentar uma proposta ao Senado. 

"Quero incentivar muito a reforma política. Eu quero apanhar dois, três, quatro pontos. Não podemos fazer uma reforma do sistema com muitos pontos, mas eu conversarei com líderes da Câmara e do Senado para incentivá-la", disse. "Em brevíssimo tempo nós vamos tomar ou retomar esse tema", anunciou.

Temer também voltou a afirmar que não será candidato à Presidência em 2018. "Se eu conseguir nesses dois anos e meio colocar o Brasil nos trilhos... Eu já tinha uma vida pública razoavelmente bem exitosa. Para mim, será suficiente. Não terá meu retrato na urna (nas eleições presidenciais de 2018)", assegurou.