28 de março de 2024
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GOVERNO BOLSONARO

"Troca, troca" de nomes na Cultura é movimento Bolsonarista para censurar artistas

Filho do pastor R.R. Soares é o novo cotado para assumir pasta de Cultura do governo

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EDITORIAL -  Jair Bolsonaro transferiu a Secretaria Especial de Cultura e outros órgãos ligados ao Ministério da Cidadania para a pasta do Turismo, comandada por Marcelo Álvaro, investigado pela suspeita de encabeçar um esquema de candidaturas laranjas do PSL em Minas Gerais nas últimas eleições. Ele foi denunciado pelo Ministério Público em outubro pelos crimes de falsidade ideológica, apropriação indébita e associação criminosa. 

Com a mudança, publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (7), além da Secretaria de Cultura, também trocaram de pasta a Comissão Nacional de Incentivo à Cultura, o Conselho Nacional de Política Cultural, a Comissão do Fundo Nacional de Cultura, além de outras seis secretarias. Segundo reportagem do jornal O Globo.

A Secretaria de Cultura, que já havia perdido o status de ministério no início do governo Bolsonaro, vem sendo alvo de uma guerra interna pelo controle de suas ações que resultou na demissão do secretário Ricardo Braga, nesta quarta-feira (6). O nome mais cotado para assumir o cargo é o do ex-deputado federal Marcos Soares, filho do pastor R. R. Soares.

“SOARESZINHO”

Marcos Soares é líder da Igreja Internacional da Graça, e ex-deputado federal pelo DEM no Rio de Janeiro. Ele é o mais cotado para assumir a Secretaria Especial da Cultura, do Ministério da Cidadania. Segundo O Globo, outros nomes também são avaliados. A publicação no Diário Oficial da União (DOU) ainda não tem data, isso é, com o nome a assumir o cargo.

Soares deve substituir o economista Ricardo Braga, que após dois meses no cargo foi exonerado nesta quarta-feira (06) do cargo para comandar a Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres) do Ministério da Educação (MEC). Na quinta, o presidente Jair Bolsonaro deve encontrar o pai de Marcos Soares, o pastor R.R Soares, a agenda presidencial prevê que esse encontro aconteça no período da tarde.

‘TROCA, TROCA’

Veementemente declarada oposição a Bolsonaro, a classe artística sofre a repressão do poder, isso porquê, ocupando o cargo de presidente, Bolsonaro manda e desmanda, exemplo disso são as sucessivas trocas de cargo. Caso assuma a pasta, Soares será o terceiro a ocupar o posto em menos de três meses.

Em agosto, o então secretário Henrique Pires foi demitido do cargo após polêmica envolvendo filmes com temática LGBT. Na ocasião, Pires afirmou que preferia sair a "bater palma para censura", o que irritou o presidente. Mas o estopim para a saída de Pires, segundo especialistas políticos, foi o fato de ele discordar de um edital para a TV pública com tema dedicado a produções sobre diversidade de gênero. O economista Ricardo Braga foi alçado ao cargo, logo em seguida. O nome foi uma escolha do próprio presidente Jair Bolsonaro, sem passar pelo crivo do ministro da Cidadania, Osmar Terra. O nome favorito de Terra para o posto seria o de José Paulo Martins, que ficou interinamente no cargo após a saída de Henrique Pires.

*Com Brasil 247 e O Globo.