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Marcos Tabosa, o 'Porco Solto' fiscalizador da Câmara

Marcos Tabosa, o 'Porco Solto' fiscalizador da Câmara

Forjado na luta, aguerrido, polêmico, sem papas na língua e incansável disposição na defesa dos interesses dos servidores municipais de Campo Grande. Assim é Marcos Tabosa, presidente do SISEM (Sindicato dos Funcionários e Servidores Públicos Municipais de CG) e vereador pelo PDT.

Aos 50 anos, dos quais 25, ao lado da mulher Jucineia, formou três filhos (Marcos Lucas, Gabriel e Mateus), tem sua nora Midi e dois netos (Brian Luca e Lucas Emanuel). Cristão de muita fé, atribuindo sempre a Deus a família alicerçada, além da força e determinação que possui.

Em entrevista a esta coluna, o sindicalista e vereador, um dos mais destacados legisladores da atual câmara municipal, com a autenticidade que lhe é peculiar e apelidado de "Porco Solto", por fuçar e cavucar tudo em seu exercício de fiscalizar o municipio, tratou de temas espinhosos da esfera pública, trafegou por sua vida sindical, expôs sua visão sobre a conjuntura política, além das impressões sobre o pleito 2022 e uma possível, ou não, candidatura.

Serviço Público

Há mais de 24 anos na área pública, Tabosa conta como ingressou na prefeitura e compara a imagem que o servidor público tinha antes e hoje pelas gestões.  

– Aqui em Campo Grande, que é uma cidade bem tradicional, todo mundo fala: 'Você tem que fazer um concurso público!'. Uma forma de garantia e estabilidade. Como todo mundo, eu fiz um concurso em 1996. Passei, e entrei na prefeitura, que naquela época era mais humana, respeitava e valorizava o servidor. Tinha o servidor como importante naquela época, ao contrário de hoje, que o servidor não é importante, é secundário. Nisso as pessoas se enganam. Prestamos um concurso público, ninguém indica a gente, não devemos favores para ninguém, tivemos capacidade de estudar e passar numa prova – diz.

Tabosa afirma que as políticas praticadas pelos gestores públicos, contribuem para uma imagem negativa dos trabalhadores.  
 
– Hoje o servidor público é mal visto, na esfera federal, estadual e municipal, por que o gestor faz isso. É a própria política nefasta de um setor de direita para extrema direita, que vê o funcionário público como nada. Para eles, os capitalistas, trabalhador não pode ter estabilidade, ele tem que ser explorado. Pra isso, usam a terceirização. Se um trabalhador concursado hoje de 20, 25 anos, tem um bom salário, o pessoal quer demiti-lo, para contratar quatro no lugar dele e dividir seu salário. Então, isso é uma desvalorização do trabalho no serviço público e privado, que a direita e extrema-direita passa para a população – considera.

Quanto as votações no Senado, que visam promover uma reforma nas leis trabalhistas, o vereador enxerga isso como uma ilusão ao trabalhador e um “atentado” aos direitos.

– Esse desmonte veio após a queda da Dilma. Temer entrou e começou o desmonte da própria CLT, dos direitos do trabalhador, tanto do serviço público, quanto da iniciativa privada. E sempre naquela esteira: 'Vamos fazer uma reforma trabalhista, que vai gerar emprego, vai melhorar sua situação e ganhar mais!''Faremos uma reforma da previdência, pois vai melhorar a situação do país, gerar emprego e você ganhar melhor!', 'É hora de uma reforma administrativa, porque vai melhorar para você trabalhador, você do serviço público!'. É tudo um engodo. Uma mentira. Na verdade, eles querem tirar o direito do trabalhador, isso é um atentado aos direitos trabalhistas, típico dos governos de direita e extrema-direita, que são extremamente capitalistas – afirma.

Líder sindical

Diante das mazelas vistas e vivenciadas, resolveu tomar a frente na luta por melhores condições aos servidores municipais, candidatando-se a presidência do SISEM.

– Foi aí que surgiu o sentimento do Tabosa, de tomar o poder. O que é “tomar o poder”? Tomar o sindicato que representa a categoria. E em 2009 tomamos, numa eleição democrática. Temos que respeitar a democracia no nosso país, o tripé: legislativo, judiciário e o executivo. Isso é a base da nossa democracia, da nossa sociedade, respeitando cada instituição. Podemos divergir de opiniões, mas não podemos radicalizar ao ponto de: “eu estou certo”,“o meu modelo é o correto”, não. Tudo é uma construção. Diante disso, eu tomei a decisão de disputar a eleição do SISEM – explica.

Ao assumir a instituição em 2009, deparou-se com um SISEM em ruínas. Além de não possuir sede própria, a contabilidade da instituição estava abarrotada de dívidas. Uma falta de perspectiva que frustravam os servidores. – Peguei um sindicato falido, destruído, com mais R$ 260 mil em dívidas e sem lugar pra ficar. Os servidores estavam totalmente desmotivados e cabisbaixos. Tínhamos 157 filiados em 2009. Hoje, passamos de 2.300 e com toda a estrutura do sindicato – conta. 

Fortalecendo a luta

Para Tabosa, eleito vereador em 2020 e reeleito como presidente do SISEM em 2021, chegar a câmara fortalece a luta dos servidores e a representatividade da entidade.  

– O SISEM fez um vereador. E isso foi o grande pulo, o grande salto do sindicato nos últimos 20 anos. O presidente do SISEM, hoje é vereador e sem deixar as suas raízes, o seu compromisso. Sempre falamos:“Olha, a gente vai dobrar a força, pra vocês terem uma voz na câmara de vereadores”. Hoje servidor público tem uma voz. Com o tempo, vamos nos fortalecendo. A política é uma construção diária pro fortalecimento do serviço público, do servidor e do SISEM, não o fortalecimento do Tabosa. Sempre falei que quem é forte, são eles. Precisam fortalecer a instituição. Como presidente do SISEM, o Tabosa vereador fortalece a instituição e dá voz para o servidor, que antes não tinha –pontua.

No trato com a gestão, o vereador explica a situação. – A luta classista é diária. Defendemos o oprimido do opressor. Opressor é o Executivo, oprimido é o servidor, e nós, ficamos no meio disso. Qual opressor quer alguém incomodando? Reivindicando? Que aponte “Isso aqui está errado!”, “Você tá achatando o salário!”, “Está prejudicando a família do servidor!”, “Você não esta valorizando o servidor, você tá desrespeitando ele!”, nenhum gosta disso, ainda mais o atual. Eles passarão, tem dias contados para sair. Nós servidores não, continuamos. Então, essa coação, de uma forma ou outra, acaba. Como eu faço hoje para tentar levar as reivindicações para o Executivo? Através do mandato – esclarece. 

Juntos somos mais fortes

Considerando a união entre as categorias, Tabosa diz que a acomodação dos servidores frente aos problemas, por eles enfrentados, prejudicam o conjunto.  

– Eu sonho que as categorias se organizassem mais fortemente dentro sindicato. Temos 2300 filiados, mas o pessoal está acomodado, desorganizado por comodismo. Um exemplo: “Lá (SISEM) eu tenho advogado, se eu tiver uma sindicância, vão me defender...”, “Se eu sofrer uma perseguição hoje, eu tenho um vereador...”. E na verdade, quero que lutem comigo. “Ah, mais e a pandemia?”. Pandemia está passando. Mais dois meses e estaremos 100% vacinados. Assim, dá pra voltar às lutas, levar o pessoal na hora do almoço, mas quando os convocamos, eles falam que “tem isso, ou aquilo...” e paga-se um preço. Seu trabalho, que é essencial a todos, está perdendo”. 

Sustenta que a aliança de todos, é fundamental para as conquistas das categorias. – Somente através de luta, pressão de massa da classe trabalhadora, que as coisas avançam. A história nos ensinou. Nenhuma classe avançou sentada e, na era digital, ninguém avançou atrás de um WhatsApp ou Facebook. Só se avança verdadeiramente na luta, na pressão. Fazer um vereador, é um mecanismo de pressão, mas a luta tem que continuar”, frisa. 

Com a atmosfera mais amena, o sindicalista já planeja algumas ações para os próximos meses. – Meu sonho é, daqui há dois meses, chamar uma assembleia e marcar manifestações, tanto na frente da prefeitura, na hora do almoço, quanto na governadoria, para resolver a questão dos Agentes Comunitários de Saúde (“Resolução 51” e Acolhimento) e além com as outras categorias, como os administrativos da educação e EMEI, “Referência 14B”, entre outras, que querem a luta. 

Sente também, a necessidade de um olhar mais apurado para os dilemas locais. – Ficar sentado em rede social, discutindo o governo federal? Aquilo já foi, acabou. Ano que vem é eleição presidencial. Temos que discutir a nossa vida aqui, avançar no serviço público municipal, há muito que pode ser feito. Pra isso, o servidor público trabalhador, tem de querer. O Tabosa sozinho, não vai resolver. Precisa-se dos companheiros. É a história do trabalho de formiguinha né? Isso que precisa – acredita.

Rumo a vereança

Líder sindical destemido, Tabosa aponta os caminhos que o levaram a sair vitorioso nas eleições municipais de 2020.

– Chegamos a um momento no SISEM, onde percebemos que entrar na política, era necessário. Precisávamos fortalecer o sindicato e as nossas lutas, mais de 100 manifestações e 130 assembleias. A forma ao qual me posiciono na defesa do trabalhador, me fizeram ser perseguido, preso, achacado, zombado, mas mantendo sempre presente comigo, a mesma linha na defesa do servidor. Acho que essa estratégia, nos levou à vereança em 2020. Primeiro lugar, Deus, o Senhor Jesus, que nos abençoa com ideias e nos capacita. Segundo, obedecermos a isso e, terceiro, a luta classista, não somente aos servidores municipais, mas para com outros sindicatos, que passaram a respeitar o SISEM – afirma. 

– Não quero que respeitem o Tabosa, quero que respeitem a entidade SISEM, que é fortalecida, encorpada, respeitada e que fez um vereador. Nem a ACP, que tem mais de 50 anos, fez um vereador. Na minha eleição, 85% dos votos foram dos companheiros servidores e os outros 15% de parentes, colegas e amigos – pontua. 

Tabosa (PDT) durante sessão na Câmara. Foto: Palmir Franco

Mandato

Em sua primeira legislatura, o vereador acredita que vem fazendo um bom trabalho, sem mudar suas características e ideais. 

– Eu acho que nós estamos fazendo um bom trabalho na Câmara. Não nos curvamos as pressões do Executivo. Temos uma linha de trabalho. Se você pegar um vídeo meu de 2010 e um outro de quinta-feira na tribuna, é a mesma coisa, a mesma linha. Ou seja, eu não perdi essência. Se eu a perco, eu vou servir para que? Minha função na Câmara é ser a voz do servidor e defender a população. "Como assim, Tabosa?". CPI do Consórcio Guaicurus, está um caos isso, minhas visitas as unidades de saúde, denunciando, outro caos. Essa é a minha função e isso vai continuar – garante.

Do cargo, Tabosa exalta o lado fiscalizador, além de ser contra as famosas “quinzenas” em épocas de campanha.   

– A função do vereador, não é pagar conta de luz, água, dar sacolão, não é isso. É legislar e fiscalizar. Não é chegar em época de eleição e contratar alguém por quinzena. Isso não funciona. Por essas contratações de quinzenas, que você e a sociedade, pagam um preço. Isso tinha que ser proibido. O dinheiro deveria ser destinado apenas a pagar o contador, o advogado, o material e a gasolina. Só. Mais nada. Pra isso deveria ser empregado o dinheiro da eleição, e não contratação de cabo eleitoral pra levar seu nome. Pra reeleição, não vou contratar ninguém. Você tem que ter uma história. O Tabosa tem uma história de luta – crava. 

Eleições a vista

Sobre ser candidato em 2022, é taxativo ao dizer que não.

– Você será candidato a deputado? Não. Não sou candidato a deputado estadual, nem federal, agora e nem depois. Nem agora e nem no futuro? Não. E se estiver bem nas pesquisas? Também não. Eu tenho uma causa e ela é o servidor público. Onde ele está? Campo Grande. Minha carreira política é onde? Campo Grande. Então, seria uma falta de respeito comigo e, principalmente, com as pessoas que me elegeram. “Ah, mas você é um vereador atuante...”, “Candidatando a deputado, você tem chance...”, mas aí perco a causa, e ela, é o servidor público – afirma. 

– Não quero ser político profissional. Quero ser um político que defenda e acredite em algo. Acredito que ser possível melhorar para o servidor público. Um profissional motivado, atende melhor população, e bem atendida, ela ficará feliz e contente. Servidor público bem pago, não vai roubar, nem deixar os outros roubarem. Vai pensar dez vezes, pois, na verdade, estará roubando dele, da família, dos filhos, netos, bisnetos. Essa é minha visão de política. Você é anjo Tabosa? Ninguém é anjo. Porém, não posso ser o capeta. Capeta não dá, pelo amor de Deus. Esse é o Tabosa.

Para o próximo ano, espera que as pessoas tenham discernimento ao escolher os candidatos.

– Espero que a população aprenda a votar, estudem antes de votar. Pegam os candidatos e procure o histórico dele. Quem é? O que fez? Qual o projeto dele? O que ele fala? Veja se é verdade. Senão, pagaremos um preço altíssimo. E somente o trabalhador. O trabalhador vota em empresário, pecuarista, grandes empresários, que ao chegar no congresso nacional, vai lá e tira os direitos dele. Eu acho que a política é isso, tem que observar em quem você vai votar.

Em relação ao governo estadual, afirma que se manifestará apenas no segundo turno. 
 
'Qual o posicionamento do vereador Tabosa do PDT?'. Eu me posiciono no segundo turno. Apoiarei quem ajudar os agentes comunitários de saúde. É o que me interessa. O governo do estado só pode ajudar os agentes comunitários e de combate a endemias. Quem sentar comigo e se comprometer a atender essas demandas da maneira que pedimos, terá o meu apoio, porque eu tenho uma causa. Não adianta me dar cargos, oferecer superintendências, não adianta me dar nada. Eu quero avançar com o servidor. A gestão atual não entende isso ainda. Nem se for pela dor, ele vai entender – diz. 

Falando da polarização política, que fervilha o Brasil, ele a considera democrática e aposta numa terceira via para o país.

– Acho que tudo é para fortalecer a democracia. Hoje, quem está no poder é a extrema-direita, pessoas que eram radicais, mas tinham vergonha de se posicionar. Com Bolsonaro, acharam um “ganchinho” de se aparecerem como “extrema-direita”. Vai ser bom para democracia, para o trabalhador, de esquerda e centro-esquerda, que são as minorias, verem do que um governo de direita é capaz. Como que você vê um governo de direita, Tabosa? Vai no supermercado, no açougue, no posto de gasolina, numa loja para comprar uma roupa. Anda no comércio, e verá o que é um governo de extrema-direita. É um governo para ricos, não para da classe média pra baixo. É de rico para cima. É importante essa polarização (direita x esquerda), pois pode surgir uma terceira via, que hoje, é o Ciro Gomes. 

Quanto a Ciro Gomes, o vereador diz ser importante pesquisarem sobre ele e suas ideias.

– As pessoas devem acompanhar ele, ouvir e ver suas entrevistas. Dizem que ele é um pouco nervoso e tal, mas quem não ficam vendo a situação do país? Pessoas morrendo de fome, comprando “arroz quirera”, aumento do desemprego, de tudo. No açougue, carne de segunda a R$ 40, com dificuldade pra comprar ovo. Como a pessoa não vai se revoltar? Aí tem que falar tudo bonitinho? Meu discurso, por exemplo, é duro. Eu não faço “gracinha” em discurso. Se gostou ou não, para mim, tanto faz. Eu não faço média com ninguém, nem com os servidores filiados ao sindicato. Então, esse é o Ciro Gomes.

Com Ciro, diz que o Brasil terá alguém habilitado e ficha limpa no governo. – Autêntico e extremamente qualificado. Foi governador, prefeito, ministro, deputado federal e não tem nenhum processo. Tem algum processo que o acusa desvio de dinheiro público? Nenhum. Eu acho que o povo tem dificuldade de aceitar pessoas honestas com a vida pública limpa. Tá faltando alguns meses para a eleição, e as coisas vão começar de fato a se definir a partir de abril e maio do próximo ano, teremos um cenário melhor.

Ciro no segundo turno? Sindicalista vislumbra essa possibilidade.

– Eu aposto em Ciro Gomes no segundo turno. Esse é o nosso desejo. Vamos pra disputa. Se vai ganhar ou não, é outro departamento. Mas ele está se fortalecendo, as pessoas comentam sobre ele, o que antes não ocorria tanto. Começaram a notar, e nisso, tem pensado: “Puxa, que cara inteligente!”, “Que mente brilhante!”, “Agora comecei a ouvir ele falar”. Estão tendo esse sentimento. Quem sabe o povo não acorda e deem uma chance ao PDT, através do Ciro, que possui uma vida limpa politicamente? Que isso, somado a inteligência e a capacidade que ele tem, está treinado, preparado para ser presidente da república. Deixemos na mão do povo.

Olhar atento

Sua forte atuação na fiscalização da esfera pública, tem causado impacto com a população e entre seus pares na Câmara, causando surpresa em muitos.

– Com meus pares, tenho um relacionamento de respeito. Tanto eles, quanto a população de Campo Grande, começaram a ver como o servidor público é tratado. Ninguém sabia disso. Hoje eles começam ver e perguntam pra mim nos bastidores: “É assim Tabosa?”, “Eu não sabia que era desse jeito”. Estamos avançando. Por exemplo, na reforma da previdência municipal, conseguimos 11 votos a favor do servidor. Perdemos. Mas, onde você tinha 11 votos contra, lá atrás? – diz.

Novamente, condena a postura de servidores que se vendem por “quinzenas” e os prejuízos dessa prática. – Muitos que lá estão, foram eleitos pelos servidores, que deveriam reavaliar seus conceitos e pararem de receber essas “quinzenas”. É um prejuízo que eles não têm noção. Todo esse pessoal que diz apoiar o servidor, chega lá, o discurso vira outro. O único que manteve o discurso a favor do servidor, foi eu. Transparente, limpo, forte, levando pra dentro da casa de leis, a caixa de ressonância da população, que é a Câmara Municipal de Campo Grande, a voz do servidor – acrescenta.

'Nomes aos bois'

Tabosa diz que pretende iniciar uma forte fiscalização em cima de equipamentos públicos e de maus gestores destes.

– Nunca teve isso na câmara. As pessoas vão para o embate comigo lá, pensando dez vezes antes, pois sabem qual é o posicionamento do Tabosa. Daqui mais um tempo, começaremos uma fiscalização forte em unidades básicas de saúde, UPA, CRS. Vamos pressionar e começar a dar nomes na tribuna, de maus diretores de unidades de saúde, de escolas e EMEI, de ocupantes de cargos e comissões, que prejudicam os servidores, vamos começar a fazer isso, dar “nomes aos bois”. Faço isso na maior tranquilidade, pois eu tenho uma causa e ela é o servidor público municipal, concursado e filiado ao sindicato – avisa. 

Além do retorno dos concursos, alerta sobre uma possível extinção do IMPCG/Servmed, e a necessidade de ação por parte dos servidores do município. 

– O concurso público é uma necessidade, mas depende de os servidores irem pra luta. Se nós não votarmos o concurso público e os aumentos da reposição da inflação, pelo menos ganho real, vamos perder a Previdência e o Servmed. Aí, as pessoas vão saber o quanto que custa ter uma Unimed. Um casal sem filho, quanto ele pagará por mês? Aí sentirão falta do Servmed, que hoje é R$ 150 e você faz tudo. Em nenhum outro você paga isso e faz tudo como esse. O servidor não está preocupado e é melhor abrir o olho. O que falei aos servidores alertei lá atrás, aconteceu.
 
Chama de novo a atenção. – Alerto novamente, Servmed e a Previdência vão fechar. Aqueles que trabalham agora, irão se aposentar e não terão dinheiro para receber. Está na mão deles uma reação. Logicamente que Tabosa, vereador e presidente do  SISEM, irá provoca-los e mobilizá-los, porém, eu sozinho, não vou conseguir mudar muita coisa”, explica.

Tabosa foi chamado de "Porco Solto" por Beto Avelar (PSD). Foto: Câmara CG.

Porco Solto

Em maio, durante sessão na Câmara municipal, foi chamado de “Porco Solto”, pelo vereador e líder do governo, Beto Avelar (PSD), fato que chamou a atenção, por simbolizar aquele que “fuça tudo o que vê pela frente”. Tabosa sentiu-se lisonjeado com a alcunha, adotando a mesma, dizendo ser resultado de seu trabalho fiscalizador.
 
– Eu acho que foi um apelido carinhoso, uma forma do Beto Avelar demonstrar a minha forma de agir. O Tabosa não para, incomoda. Ele vai, vai, vai até conseguir um benefício pro servidor. Por isso, “Porco solto”, porque incomoda. Eu gostei disso, fizemos até um card, achei legal. Estou usando isso como um benefício, diz muito sobre mim, um verdadeiro “inhanha” – admite.

CPI do transporte coletivo

Autor do pedido de abertura de CPI contra o Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte coletivo da Capital, o vereador que investigar possíveis irregularidades nesta concessão.

– Desde sempre vemos o transporte coletivo como um problema grave em Campo Grande. Tive a oportunidade de me tornar vereador. Primeiro, me estabeleci na câmara, obtendo o respeito de meus pares. Ninguém consegue 14 assinaturas se não tiver respeito, credibilidade, e isso conquistei. Consegui as assinaturas para abrir a CPI mas, infelizmente, o procurador da câmara, achou uma falha e passou a responsabilidade para comissão de transporte e trânsito, que tem o vereador Alírio Villassanti encabeçando, uma pessoa corretíssima, ilibada, coronel da reserva, uma vida construída dentro da Polícia Militar com muito respeito. Ele tem prazo de 60 dias para dar uma solução a população. Caso não venha, a CPI vai ser instalada, até com o voto e assinatura do presidente da casa. Ele me deu sua palavra, dizendo que, se não resolver, ele assina a CPI – explica. 

Os motivos para a abertura da CPI, são inúmeros. – Tem um monte de gargalo. Frota velha, atrasos, falta de ônibus, passagem caríssima, condições de tráfego péssimas, o gestor que prometeu ar-condicionado e não cumpriu, o consórcio que não dá lucro para prefeitura, só prejuízo, creio que nem a concessão pagaram, algo em torno de R$ 20 milhões em 2012, um dinheiro muito alto, enfim, tá tudo ruim. O Consórcio só gera prejuízo e não cumpre o contrato. Dá cano em todo mundo e o executivo, sendo o órgão fiscalizador, fica em silêncio. Quem fica com toda a administração, as senhas, é o Consórcio, e o órgão fiscalizador, não tem acesso a nada, o que é mais estranho ainda – acredita.

E continua. – Se em 60 dias não houver solução, vou propor a CPI, o presidente vai assinar e vou brigar para ser o relator. Se eu for o relator, vou pegar quem tem de ser “pegado”. A população não pode pagar esse valor e não receber um transporte de qualidade, com ônibus no horário, reforço nas horas de pico, veículos novos, ar-condicionado, terminais top, limpos, higiênicos e lindos. Tudo isso deve ser pago pelo transporte coletivo, não pela prefeitura. O contrato de concessão, diz que a responsabilidade pela reforma e manutenção dos terminais, é do Consórcio, mas quem arcado com essas despesas, é a prefeitura. Há outros detalhes do contrato não cumpridos. Vamos aguardar os 60 dias e aí iremos para cima”.

Suplente querendo vaga

Outra situação vivida, foi o pedido de cassação do mandato pelo suplente Roberto Mateus de Oliveira Galvão, alegando que ele não teria se descompatibilizado da presidência do SISEM no prazo devido. Recentemente, o TRE/MS decidou favoravelmente a Tabosa, ao provar o cumprimento das regras legais. No que se refere ao fato, diz que vai se posicionar na tribuna contando os motivos reais. 

– Em questão de processos judiciais, estamos acostumados. Como sindicalista, temos inúmeros processos, algo que não nos assusta, ainda mais quando você está com a verdade. Passei tranquilamente por isso, pois tenho uma assessoria jurídica muito competente. Dr. Perseu e Dra. Silvana, são advogados de extrema competência, cuidam de mim e sabia que íamos ganhar. Ele entrou com recurso. Vamos esperar ele perder o recurso, e então, vamos nos posicionar na tribuna da câmara. Vamos contar a história, porque isso aconteceu. Há um porquê. As pessoas não sabem disso ainda, o verdadeiro motivo, elas não saber na tribuna da câmara – dispara.

O futuro legislativo

De sua atuação frente ao legislativo municipal, ele deixa um recado a todos. – Para a população, terão um vereador atuante, que fiscaliza e legisla. Aos servidores públicos, um sindicalista apaixonado pela causa, que não vai sossegar enquanto não ver um plano de cargos e carreiras para os administrativos da educação e EMEl, para os agentes comunitários de saúde e combate a endemias, quando não ver aumentos de reposição da inflação por ganho real, quando não trazer insalubridade para quem tem direito.

– Quando não instituir o projeto de Americana/SP para os agentes comunitários e endemias, 40 horas semanais, sendo 6 horas em campo e 2 horas em local de escolha, quando não fizer o pró-funcionário municipal para os administrativos da educação e EMEI, quando não incorporar tudo isso no salário, para que se leve para a aposentadoria. É o que queremos para o serviço público. Servidores, não apenas respeitados, mas também valorizados financeiramente, para que possa cuidar da sua família, pois com esse salário que ganhamos, a gente não consegue cuidar da nossa família. Esse é o presidente do SISEM e vereador, Marcos Tabosa.

 

*As colocações contidas nesta publicação, não refletem necessariamente a opínião deste veículo de comunicação.

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