Com toda pompa e circunstância, como há muito tempo não se via na televisão brasileira, o remake de "Pantanal" estreou ontem (28) na Globo e, cá pra nós, foi um estouro.
Escrita por Benedito Ruy Barbosa e adaptada por seu neto Bruno Luperi, essa trama trouxe sentimentos meio adormecidos ao telespectador, como emoção, encanto e magia, diante das imagens cinematográficas captadas pelas caríssimas e ultramodernas câmeras 8K.
Vi uma publicação dizendo que Pantanal era o retorno de uma "novela de verdade", e acredito nessa afirmação. A televisão precisava disso, conduzir a uma atmosfera nova e com capacidade de levar o espectador a um outro lugar - assim como em 1990 - diferente das bem produzidas, porém, repetitivas novelas biblícas da Record ou da eternamente infantil dramaturgia do SBT.
Nesta seara, a propria Globo precisava de um chacoalhão em seu principal horário, diante do fiasco de "Um Lugar Ao Sol", uma novela batida e sem força, que, mesmo garantindo a liderança, não conseguiu angariar a sintonia do grande público.
Ibope alto na estreia, na casa dos 32 pontos de pico em São Paulo, prova o potencial dessa narrativa penetrar no coração do público e, consequentemente, o retorno do sucesso ao enfraquecido horário das nove.
Considerando a estética, as imagerns deslumbrantes, a linda e sedutora trilha sonora (mesmo acreditando que deveriam ter incluído Marcus Vianna na equipe sonora), a abertura, sob a maravilhosa voz de Maria Bethânia, foi posta em excelentes mãos.
Quanto ao elenco, todos caminharam bem e deram o tom que a narrativa precisava, com domínio absoluto de Irandhir Santos e atuações maravilhosas de Enrique Diaz, Juliana Paes, Renato Góes, alem da participação, mais que especial, de Paulo Gorgulho.
Não poderia deixar de destacar, a presença de meu amigo/irmão, Tero Queiroz, representando o talento sul-matogrossense, numa rápida aparição nas sequências finais do primeiro capítulo.
Enfim, vamos acompanhar os próximos capítulos e analisar, mas, a julgar por essa estreia, vemos uma a trama forte e capaz de marcar tanto quanto a de 1990, realizada graças a bravura de Benedito Ruy Barbosa e produção da inesquecível Rede Manchete.