28 de março de 2024
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86% dos brasileiros prestigiaram filmes nacionais em 2013

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As empresas nacionais de distribuição de filmes foram responsáveis por levar às salas de cinema os títulos assistidos por 85,8% do público que prestigiou produções brasileiras em 2013, de acordo com dados do Informe de Acompanhamento de Mercado, elaborado pela Ancine (Agência Nacional do Cinema), divulgado nesta quarta-feira (22). O resultado é bastante diferente do observado em 2009, quando empresas estrangeiras foram responsáveis pela distribuição dos títulos nacionais que levaram 63,3% do público de filmes brasileiros aos cinemas.

Em 2009, primeiro ano com dados divulgados pela Ancine nesta pesquisa, os filmes brasileiros com distribuição feita por empresas nacionais foram vistos por 5,6 milhões de pessoas --contra 10,2 milhões das produções com distribuição estrangeira. Já em 2013, as produções distribuídas por empresas nacionais foram vistas por 23,8 milhões de pessoas, enquanto 1,7 milhões assistiram a títulos brasileiros distribuídos por empresas estrangeiras no país.

A tendência se inverteu em 2010, quando as empresas nacionais assumiram a dianteira na distribuição de filmes brasileiros, com 60% do público --número que agora chega a 85,8%. Naquele ano, uma única produção ("Tropa de Elite 2") foi responsável por 11,1 milhões de ingressos (de um total de 15,7 milhões de bilhetes vendidos por distribuidoras nacionais).

Já em 2013, foram as comédias nacionais as responsáveis pelo bom desempenho da distribuidoras nacionais. Dos 10 filmes nacionais com maior bilheteria em 2013, oito são comédias --todas com mais de um milhão de espectadores e distribuição feita por empresas nacionais. No topo dessa lista aparece a produção "Minha Mãe é Uma Peça", de André Pellenz (distribuição da Paris Filmes em parceria com a Downton Filmes), com 4,6 milhões de espectadores. "De Pernas pro Ar 2", de Roberto Santucci (codistribuição Paris/Downton/Rio Filmes), aparece na segunda colocação, com 3,8 milhões de espectadores.

Como já era previsto, o número total de espectadores de filmes brasileiros foi o maior das últimas duas décadas, quando houve a chamada "retomada" do cinema nacional no início da década de 90. Os filmes brasileiros atraíram aos cinemas 27,7 milhões de espectadores --quase 2 milhões a mais que em 2010, quando "Tropa 2" respondeu por quase da metade do público de filmes nacionais.

O maior público em 20 anos para as produções brasileiras ainda é pequeno se comparado ao total de pessoas que foram aos cinemas no Brasil --18,6% contra 81,4% dos espectadores de filmes estrangeiros, que dominam as bilheterias no país (121,7 milhões de ingressos vendidos). Em 2012, 89,3% dos ingressos vendidos foram para filmes estrangeiros, contra 10,7% para produções nacionais.

Apesar do domínio das bilheterias, o número total de ingressos vendidos para produções estrangeiras caiu em 2013 em relação ao ano anterior –121,7 milhões contra 130,9 milhões. O aumento no preço dos ingressos --que pode ser explicado, entre outros fatores, pelo aumento das produções em 3D e de salas "premium"--, entretanto, permitiu que a renda obtida com 9 milhões de ingressos fosse ligeiramente maior --1,4564 bilhão em 2013 contra 1,4559 bilhão em 2012.

Ainda que em parceria com outras empresa, uma distribuidora nacional teve a maior participação no mercado total de ingressos em 2013. Em codistribuições com a Downtown Filmes e com a RioFilme, a Paris Filmes foi responsável por 20% do público total do ano, contra 16,3% da Disney. Consideradas apenas as distribuições feitas por uma única empresa, a norte-americana fica na liderança.

Salas

O relatório da Ancine aponta ainda um aumento do número de salas de cinema no país pelo quarto ano consecutivo --hoje, há 2.679 telas grandes no Brasil, contra 2.110 em 2009 (aumento de 27%). O crescimento foi maior nas regiões Nordeste e Centro-Oeste.

Em cinco anos, o índice de habitantes por sala de cinema no Brasil foi de 91,7 mil por um para 75 mil por um --ainda distante de países como Argentina (51 mil habitantes por sala), México (21 mil habitantes por sala) e França (11 mil por sala).

Agência UOL