28 de março de 2024
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Fã de Almir Sater realiza sonho de conhecer o violeiro e mostra que a música é capaz de tornar o imp

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Roberto Bitencourt Brandão, 38, que prefere ser chamado pelo apelido Beto, nasceu com falta de oxigenação no cérebro e por isso vive a vida e percebe o mundo ao seu redor de uma maneira bem especial,  e a música, em particular as do compositor e violeiro Almir Sater, tem sido fundamental para seu desenvolvimento e tem guiado Beto ao longo de sua vida.

De acordo com sua mãe, Eclair Bitencourt, quando Beto nasceu, o diagnóstico médico era o mais pessimista possível. Segundo ela, de acordo com os médicos, Beto sequer andaria, muito menos falaria. Foi aí que essa história de companheirismo e cumplicidade com o violeiro Almir Sater começou, mesmo com quilômetros de distâncias separando os dois, as canções de Almir foram capazes de quebrar enormes barreiras.

“O médico disse que era para eu me contentar porque meu filho só ficaria imobilizado assistindo televisão. Médico esse que não sabe o que é possível perante Deus. Eu nunca gostei de silêncio dentro de casa e sempre coloquei músicas enquanto fazia as coisas e assim, meu filho começou a falar e a andar”.

Eclair enviou um e-mail para a redação do MS Notícias, afirmando que seu filho é fã do cantor Almir Sater e pediu para que nossa equipe levasse essa história até o cantor. Como Almir realizaria um show no último domingo em comemoração ao aniversário de 35 anos Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), o MS Notícias entrou em contato com a assessoria de Almir Sater, que, na mesma hora, se prontificou a conhecer Beto.

Beto viveu um momento de emoção ao encontrar seu ídolo, ganhando um abraço especial. Almir gentilmente chamou a família Bitencourt para ficar no camarim enquanto ele conversava com a imprensa. Esbanjando simpatia, Almir abraçou o fã diversas vezes e destacou que se sente honrado ao receber o carinho de alguém tão especial. “Me sinto honrado em receber esse carinho do Beto, é um combustível para minha carreira profissional. Com certeza o médico que disse isso para a dona Eclair não conhece a fé nem o poder que tem a música na vida do ser humano. Eu acredito que música faz milagre”, afirma o violeiro.

Emocionado, Almir ressaltou que gosta de ter contato físico com os fãs e aproveitou o momento para destacar que com a tecnologia, as pessoas preferem se comunicar através do mundo virtual do que ter um contato físico. “Eu não gosto desse negócio de ficar se comunicando com as pessoas por rede social, de ficar expondo o que estou fazendo. Você vai a um restaurante e vê uma família sentada na mesa para jantar juntos, mas cada um fica mexendo no seu celular, não acho isso legal. Gosto mesmo do contato físico com as pessoas, de conversar, de sentir esse carinho de perto. A atitude do Roberto no momento em que eu desci do carro, que ele veio correndo chamando meu nome e me abraçando, é o que toca a alma da gente, é o que me emociona, é o que me faz perceber que a música que eu faço, consegue atingir o que eu sempre esperei”.

Por falar em emoção, Almir afirmou que recebe canções de diversos compositores do Brasil, mas há muito tempo não ouve algo que toca seu coração. O violeiro acredita que as músicas denominadas como sertanejo universitário acabam sendo tocadas com o mesmo ritmo, sendo até mesmo confundidas algumas vezes. “Não estou desmerecendo o trabalho de ninguém, mas as músicas acabam sendo todas iguais de certa forma. Eu sou roqueiro, mas gosto de música que toca a alma, sou um roqueiro que começou a ouvir música e se encantou com Tião Carreiro e Pardinho. Confesso que eu prefiro gravar músicas feitas por mim porque eu sinto aquelas músicas. Para gravar música de outro compositor, eu tenho que tocar ela várias vezes até sentir que ela faz parte de mim”.

Durante o show, Almir provou que o carinho de Beto é algo que não será esquecido, dedicando a música “Um Violeiro Toca” ao fã. Ao ouvir a dedicação do cantor, a mãe de Beto conta que o filho levantou do local onde estava sentado e cantou toda a letra fazendo gestos de carinho à Almir.

Dany Nascimento