29 de março de 2024
Campo Grande 23ºC

Danilo Gentili e Rafinha Bastos discutem suas diferenças na TV

A- A+

Foi dada a largada para a conquista dos telespectadores insones. A faixa da meia-noite, que esta semana teve adesão de Rafinha Bastos, novo rosto do Agora É Tarde – previsto para ter ido ao ar na madrugada de hoje, na Band, ficará mais disputada no dia 10, quando Danilo Gentili estreia o The Noite no SBT. Os humoristas prometem mais entretenimento do que papo.

"É um talk show, precisa ter barulho, coisas acontecendo. Adoraria conversar com as pessoas por 40 minutos. Aí, é o programa da Gabi. Ela faz isso como ninguém. É um programa de entretenimento de fim de noite, não tenho 40 minutos para arrancar a melhor história. Esse é o grande desafio, me sentir à vontade para me conectar a alguém naquele ambiente tão colorido", disse Rafinha ao Estado.

Gentili explica que nesse tipo de atração não é só o entrevistado que precisa chamar a atenção de quem está em casa. "Talk show tem de imprimir a personalidade do apresentador e da banda", reforça ele, que afirma não exagerar na dose na hora de deixar sua marca ao lidar com roteiristas e produtores. "Não tem esse negócio de ego. Minha preocupação é não arranhar o clima. Todo mundo aqui é dono do programa."

Uma preocupação de ambos é deixar o convidado falar sem ser interrompido pelo apresentador e suas eventuais tiradas de humor. "Eu não sou assim. Eu vou fazer a graça, mas minha vontade é que o programa seja bom. Eu sou um cara de grupo. Esse não é o programa do Rafinha, é de muita gente. E eu tenho de fazer as pessoas renderem, mais do que eu", avalia o gaúcho. "Não pode forçar a barra para ter a melhor declaração nem para fazer a piada. A grande estrela do talk show é a entrevista e quem é visita sempre tem razão", define Gentili.

À frente do Agora É Tarde por quase três anos, Danilo Gentili resolveu trocar de emissora, segundo ele, com o consentimento da equipe. "Só mudamos porque todo mundo queria. Eu não poderia fazer isso como um ditar. Se alguém quisesse ficar, eu teria ficado", garante o humorista, que levou dois anos para emplacar o projeto quando estava na Band. Ele jura não ter sido seduzido pelo dinheiro do SBT. "Eu não tive conversa sobre salário. Com o que ganho, já vivo bem. Eu negociei, sim, salários melhores para quem está nos bastidores", contou, sem responder o porquê da insatisfação com a antiga emissora, onde uma edição especial de fim de ano não foi ao ar após não ser aprovada pela direção.

Gentili diz não temer falta de liberdade na nova casa. "Sempre elogiei a liberdade que a Band dava. Não vi o episódio de Natal como problema. O SBT deixa o artista ser quem é, não os vejo podando as pessoas. O Ratinho é um programa anárquico, ele fala o que quer. Aqui os jornalistas dão sua opinião."

Ele conta que uma das dificuldades era conseguir liberação de elenco do SBT. Agora, a única tensão é convencer Silvio Santos a dar as caras. "Todo mundo quer trazê-lo, porém, ele só vem se quiser. Todos os dias, antes de dormir, ajoelho e rezo para ele vir. Mas. se ele vier também, já posso me aposentar", debocha Gentili, que já tem na mira Roque, o lendário assistente de palco do patrão.

Substituto. No vídeo de apresentação do novo Agora É Tarde, Rafinha é apontado como alguém que vai preencher a lacuna de Gentili. "Com certeza, estou tapando um buraco. Mas não é pejorativo. Alguém tinha de fazer essa piada, então, que fosse eu", alega. O humorista afirma não se sentir diminuído. "Isso nunca foi minha preocupação. O Cidade Alerta quanta gente já não apresentou? Talvez fique essa impressão por ser a primeira troca. Daqui a seis anos pode ser outra pessoa. O programa é da Band, sou um mensageiro." Até abril, os dois vão disputar as noites com mais folga, pois Jô Soares, o grande concorrente, só volta a se reunir com sua equipe da Globo na semana que vem.

Agência Estado