23 de abril de 2024
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Vida Saudável

Força e motivação, mulheres superam traumas com saúde e bem estar na Capital

Com atividades físicas e determinação, elas encontraram vigor para vencer limites

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Muito mais que a busca pelo corpo perfeito, praticar atividades físicas é sinônimo de saúde. Saúde essa que não afeta apenas a musculatura, mas, também, a mente. A saúde mental é indispensável para o bom funcionamento do corpo humano. Mente equilibrada é mais vida. Desse modo, a Profª Jaqueline Tavares, em seu Studio Forma Fitness, no Jardim Centro Oeste, em Campo Grande, tem proporcionado a inúmeras mulheres, superar dificuldades, injetando um novo olhar a vida e o resgate de autoestima, saúde e bem-estar.

Risco de Vida

Sem forças para realizar uma reanimação cardíaca, a técnica de enfermagem, Andreia Moreira, 42 anos, decidiu que era o momento de mudar.

"Há cinco anos, eu passei no concurso de técnico de enfermagem e comecei a atuar na área. Aí, devido ao meu serviço, temos que carregar pacientes. Teve um episódio onde eu tive que participar de uma parada cardíaca. A massagem, que demora dois minutos, eu não aguentei trinta segundos, porque eu não tinha preparo físico, não tinha força e faltava fôlego. Eu subi para fazer massagem no paciente, eu não aguentei e pedi para trocar porque eu não aguentei. Foi o que me trouxe aqui.  No final do ano, faz quatro anos que eu tô aqui", diz.

Andreia: antes e depois - Foto: Divulgação

Com as atividades no Studio e, agora, mais magra, Andreia superou essas limitações físicas.

"Antigamente eu não conseguia. Hoje, para mim levantar o paciente, se ele não for muito pesado, eu consigo pegar até sozinha. Se tem uma parada (cardíaca) agora eu vou, não tem cansaço e essas emergências eu já consigo fazer sem aquele esforço, que eu não gostava. Sinceramente, eu preferia ficar na medicação que você não faz esforço porque a parada eu sabia que se eu fosse fazer com meu peso anterior, não seria possível. Agora, eu vou com a certeza de que vou dar o meu melhor por causa da academia, porque hoje eu tenho um preparo físico para isso que eu acho aqui dentro".

Zero autoestima

Autônoma, Keile Lara, 40 anos, redescobriu sua autoestima ao participar das atividades da professora Jaqueline.

“Em agosto, fez dois anos que eu comecei aqui no Studio. Quando comecei, eu estava 13 kg acima do peso, autoestima zero, quase entrando em depressão. Só pensava em comer, não queria me arrumar, enfim, até que eu vi umas pessoas conhecidas que já treinavam aqui desde o início e falaram muito bem do lugar”, explica Keile.

Ela ressalta a importância, não apenas estética, mas a qualidade de vida que os treinos trazem.

Keile: 10kg a menos - Foto: Divulgação

“Não apenas emagrecimento, mas a qualidade de vida mesmo, faz bem para mente. Aí, eu tomei a decisão desde o primeiro mês aqui e já me apaixonei pelo lugar, pelas pessoas, as proprietárias, a professora e a gente vai vendo depoimentos de transformações, não só pelo lado de fora, mas pelo lado de dentro também. Então isso estimula a gente mais ainda e o meu processo foi assim, no primeiro mês eu já tinha eliminado mais 5 kg e aí, com menos de um ano, eu já estava no objetivo, no peso que eu gostaria hoje. Estou em outro projeto, que é um projeto para ganho de massa, então a gente está sempre em evolução, não pretendo parar mais aqui, eu falo que é o meu momento, eu chego aqui eu tento me desligar do mundo lá fora e fico aqui cuidando do corpo e da mente”, considera.

Altos e Baixos

Com a babá Valdirene Souza (Val), 43 anos, a luta contra a balança foi árdua e difícil. “Bariatricada”, ela emagreceu, porém, engordou novamente, fruto de um processo depressivo que, com muita fé e determinação está sendo vencida. 

“No último ano eu perdi em torno de 45 a 50 kg. Sou bariátrica há sete anos, estava pesando 167 kg, fiz a cirurgia e emagreci 50 kg muito rápido pela bariátrica que a gente fica sem comer e tudo mais, então é muito fácil realmente perder peso. Após isso, eu me acomodei por falta de acesso a nutrição e atividade física.  Aí, eu engordei 30 kg novamente, ou seja, praticamente perdi a minha bariátrica voltando a pesar em torno de 130 kg. Nesse momento, eu entrei numa depressão muito profunda após uma separação após alguns problemas familiares meus e eu me vi perdida. Foi aí que eu encontrei o Studio. A partir de 130 kg, mais ou menos, eu cheguei aqui e comecei a conhecer”, explicou.  

“Até então, eu tinha conhecido várias academias, porque gordinho, né, faz a matrícula, começa a fazer as atividades, mas não finaliza. Esse era o meu grande problema: pagar dez dias e os outros vinte ficava de bônus para academia, porque eu não ia mais. Aqui (Studio) eu encontrei novas pessoas que realmente me abraçaram e choraram junto comigo, porque eu estava depressiva. Quando eu cheguei aqui no Studio, participava das aulas um tanto tímida, porque as meninas da academia com um corpo bonito e escultural tal e você ali, gorda naquele ambiente, você se sente mal”, revela.

Val: 90 kg eliminados - Foto: Divulgação

Sobre a cirurgia bariátrica, Val admite:

“A cirurgia bariátrica é muito boa, porém, caso não seja aliada a uma atividade física e um acompanhamento nutricional, você não consegue. Eu vejo por mim e algumas pessoas, ela dá aquele baque, aquele surto nutricional, você fica sem comer tudo, mas também fica bastante debilitado dependendo do caso. Eu engordei novamente e só me reencontrei quando comecei a fazer aula de aeróbica. A Jaque mesmo fala é 80% alimentação e 20% atividade física, entendeu. A decisão está dentro da gente. A bariátrica não soluciona por completo nossa vida, ela só vai reduzir o seu estômago, mas o seu pensamento em comer, suas reações psicológicas vão continuar as mesmas”.

Sedentarismo

Diferentes experiências ajudaram a professora de educação infantil, Gleice, 33 anos, a colocar o sedentarismo na gaveta e ter uma vida mais saudável. 

“Eu comecei a sair do sedentarismo em meados de 2014, até então, não fazia exercício nenhum. Comecei sabe a participar de caminhadas, corridas, teve um tempo que eu fiz atividade física em uma academia, acabei saindo e aí eu relaxei, estacionei novamente. Quando percebi, eu estava engordando de novo. Comecei aqui no Studio Feminino Forma Fitness e comecei a me exercitar fazendo vários tipos de exercício como de rap, aula de zumba, variadas aulas que temos no dia a dia”, explica.

Gleice diz como a família encarou este seu processo.

“Ficam admirados, porque não é fácil. As pessoas de fora, às vezes, acha que a gente tomou algum remédio, que a gente fez algo ali de imediato para emagrecer, sendo que a gente pode estar fazendo pode estar levando uma vida saudável, fazendo uma reeducação alimentar, exercícios e não é o remédio que te faz emagrecer, não é outras coisas que inventam, dietas absurdas que existe aí, mas sempre o meu foco foi a reeducação alimentar, que dá para levar a vida toda. Minha família no começo estranhou. Meu marido começou a se preocupar. A pessoa da família também começou a estranhar porque é uma mudança assim radical, quando você começa a se dedicar você tem um propósito você vai embora você quer pegar e firme eu sou assim”, descreve.

Emoção

Dona do espaço, a educadora física, Jaqueline Alves Tavares de Oliveira (Jaque) , 29 anos, faz de sua atividade, mais que a busca do corpo ideal, uma missão, uma identificação. Ver essas mulheres progredindo, a emociona, motivando-a ser uma profissional cada vez melhor.

“É até emocionante para mim, porque você eu amo o que eu faço e você poder ajudar é muito gratificante. Eu trabalho com público feminino, e mais de 50% delas, chegam aqui desmotivadas, sem autoconfiança, algumas bem amargas, e a gente vê que não está normal isso, não é dela. E conforme o tempo passa, vai surgindo aquela motivação elas vão se transformando e vendo que aquilo é capaz, a partir do momento que ela se olha no espelho, observa e eliminou que seja 1 ou 2 kg, há um sorriso diferente. Aí você já viu um olhar diferente, aquela que não usava brinco, hoje usa, se não pintava o cabelo, de repente chega com luzes no cabelo, é muito gratificante visualizar elas tornando-se mulheres que se amam”, explica.

A profª Jaqueline Tavares - Foto: Divulgação

Jaque destaca o desviar do espelho como reflexo de uma autoestima baixa e permitir-se mudar é o diferencial.

“A questão do espelho é importante. Muitas que chegam aqui para mim, e não se olham no espelho, que há para todo lado aqui. Elas não se olham, elas estão treinando, olham para o lado, olha para o outro, mas elas não se olham, então passa o tempo, só que a estética é muito importante, porque elas querem se olhar. Eu tenho uma aluna aqui que nem em casa tinha. Você acredita? A mulher tem muitas responsabilidades com casa, filhos, marido e, com isso, acabamos esquecendo da gente, que muitas vezes esquece de olhar para si. E aí vem a depressão, a autoestima baixa. Quando ela se permite tentar mudar e aí a única coisa que eu peço é para elas não saírem de perto de mim, do Studio não sair de perto de pessoas que tem resultado, porque se você quer um resultado, você vai ser a próxima, é preciso ficar perto de pessoas com mesmo objetivo que o seu pois é muito fácil desistir, mas quando há pessoas perto em busca de uma vida saudável é muito satisfatório”.

Uma das situações mais difíceis que a professora encarou, foi a inserção de uma aluna, no extremo da depressão, que tentou o suicídio em diversas ocasiões. A fé e as atividades físicas, a libertaram desta condição.

“Tive uma aluna que por várias vezes tentou o suicídio com 17 anos de idade. Quando ela chegou aqui, estava enorme e toda cortada, retalhada. Lembro como hoje. Fui fazer uma avaliação nela, tirei as medidas, eu fiquei chocada, o abdômen retalhado, já cicatrizado. Fiz a avaliação e ela não olhava para mim, não me respondia, mas, eu falei “Vamos tentar! Vamos entrar nesse projeto, vai dar certo! Eu acredito! Você é capaz! ”. Conversei bastante com ela e ela só me escutava. Matriculou-se, iniciou as aulas, um pouco parada já que não se sentia bem. Sou evangélica e a convidei para ir no culto e ela foi comigo. Passando o tempo, ela foi reduzindo, começou a buscar o Senhor e Deus a libertou. Hoje, ela é maior de idade tem 18 anos, está terminando os estudos, é uma pessoa normal e uma menina linda, treinar todos os dias e assim que a graça de Deus liberta”.

Sobre o processo de trabalho e avaliação física, ela explica o método.

“Eu faço avaliações, trabalhando ações mensais duas vezes ao mês: uma vez no início e outra ao final. Fazemos avaliação física, individualizada e faço fotos de antes e depois. Temos um grupo no WhatsApp, um grupo motivacional com dicas de tudo que eu vejo de nutricionistas, que eu acho bacana, elas postam também. Não faço dieta, porque não de minha área, porém várias dicas eu passo: fazerem hidratação, alimentarem-se bem e fazer as postagens. Passando as quatro semanas, elas voltam e refaço a avaliação. Aquelas meninas que eliminam maior percentual de gordura, ganham um mês aqui no Stúdio e três seções que a menina da estética terapêutica, sendo um incentivo motivador para elas alcançarem melhores resultados”.

Recado Para As Mulheres

Para outras mulheres que se encontram numa situação de baixa autoestima, desmotivadas, ou mesmo, depressivas, elas deixam um recado especial. 

Andreia considera que devemos sempre buscar o melhor para nós.

 “A gente sempre pensar na gente primeiro! Procurar o melhor para gente. Se não tiver apoio, mexe a cara e vai, pois, se há alguma dificuldade, corra atrás por você. Se você não fizer isso ninguém vai fazer. Tem que partir da gente para mudar a sua vida para melhor”.  

Keile aconselha não deixar para amanhã, o que podemos fazer hoje.

“Sem parecer clichê, não deixe para amanhã o que você pode começar hoje de verdade. Para as pessoas que hoje estão na condição que eu estava, é pensar assim – “eu vou começar hoje, mesmo sem forças, mesmo não querendo” –, não deixe para amanhã. Procure ver exemplos positivos, tudo que for positivo, que levante o seu astral, comece hoje, não se preocupe somente com a autoestima elevada, mas procurar o bem-estar mental principalmente”.

Val pede para as mulheres se olharem mais e descobrir seus valores internos. 

“Eu peço para as mulheres se olharem, descobrir quem é, qual é o valor que elas têm. A partir do momento que você descobriu o valor que possui, a mulher quando ela decide fazer ela faz muito bem. Basta tomar uma decisão, cuidar de si, saber do valor que ela tem, o valor de uma mulher para uma sociedade, para Deus é muito grande. Ela precisa se descobrir, a partir deste momento, esse valor decola e ela alcança qualquer lugar”.

Gleice aconselha as mulheres a não desistirem de seus objetivos.

“Não desistam! Agarrem essa oportunidade! Seja fazendo qualquer tipo de atividade, você sempre ativa, não desista, porque se a gente tem a meta de alcançar esse objetivo, tem que dar o nosso melhor. Então, só depende da gente, não vai depender de outra pessoa, vai depender da gente mesmo. Portanto, se nós queremos a tal da vida saudável, é correr atrás. Às vezes, muitas mulheres falam que “era para emagrecer, mas eu não consigo”. O primeiro passo é querer, depois você corre atrás”. 

A professora Jaque indica que as pessoas devem permitir-se a mudança.

“A mulher ela tem que se permitir e dizer – “eu preciso, eu vou fazer” –, a gente pode começar dentro de casa, todo mundo sabe o que é bom, o que é ruim, então pesquisar na internet de casa, ter hábitos melhores de hidratação, alimentação e procurar sim um profissional, que é muito bacana, se, porventura, não tem condição, não há desculpa, faça polichinelos, caminhe em volta de sua casa, na ciclovia, tenho alunas aqui, que o esposo não sabe que treina e mesmo assim vem. O que acontece é a transformação mental. Isso aqui é vida para quem tem predisposição ou tem depressão, ajuda muitas pessoas, pois ao mesmo tempo que você extravasa. Tentamos trazer sempre o lado bom e positivo da vida, vale a pena se alimentar bem, cuidar de quem a gente ama, isso aqui é a minha vida, eu amo o que faço, eu amo ver cada sorriso, cada gente, é muito importante e gratificante, do fundo do meu coração e eu fico muito feliz. Qualquer pessoa pode, basta dar o primeiro passo”.


Serviço

Quem quiser conhecer o local e os seus integrantes, o Studio Feminino Forma Fitness fica na Avenida dos Cafezais, nº1985, Jardim Centro Oeste, em Campo Grande.

Mais informações pelo telefone: (67) 99121-3158.