18 de abril de 2024
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Economia

Brasil vai ultrapassar Estados Unidos na produção de soja até 2026

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O Brasil vai ultrapassar os Estados Unidos e será o maior produtor de soja mundial em dez anos. A previsão é do relatório Perspectivas Agrícolas 2017-2026, divulgado na semana passada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

De acordo com o relatório, a produção de soja no Brasil deve crescer a 2,6% por ano, o maior crescimento entre os principais produtores, já que dispõe de mais terras, comparado com a Argentina, com crescimento projetado de 2,1% por ano, e os Estados Unidos, de 1% por ano.

Com isso, as exportações do produto em 2026 serão dominadas pelo Brasil e Estados Unidos que, juntos, respondem por quase 80% das exportações mundiais.

Durante o período analisado, espera-se que a produção mundial de soja continue expandindo, mas em um ritmo de 1,9% por ano, abaixo da taxa de crescimento de 4,9% anual da última década.

O documento afirma que o Brasil e a Argentina experimentaram a maior expansão das áreas cultivadas nos últimos dez anos, somando respectivamente 10 milhões de hectares e 8 milhões de hectares às terras de plantio em todo o mundo. Nos próximos dez anos, a expectativa é de expansão similar para esses países.

Supersafra

As estimativas do último levantamento da safra 2016/2017 divulgadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) confirmam as expectativas traçadas pela FAO e OCDE.

A Conab projeta que a safra seja de 237,2 milhões de toneladas de grãos. Uma produção recorde, com crescimento de 27,1% em relação ao período anterior.

De acordo com a pesquisa, a produção de soja deve crescer 19,4% e chegar a 113,9 milhões de toneladas colhidas, mantendo assim a expectativa dos números divulgados em maio. Já a produção de milho pode chegar a 96 milhões de toneladas, 44,3% acima da safra 2015/2016.

Produtos agrícolas

O relatório da OCDE e da FAO traz projeções até 2026 para os principais produtos agrícolas. No período analisado, a produção mundial de grãos crescerá cerca de 1% por ano, o que levará a um aumento total em 2026 de 11% para o trigo, 14% para o milho, 10% para os grãos secundários e 13% para o arroz.

Em relação à pecuária, é previsto que a participação dos dois maiores países exportadores de carne, que são Brasil e Estados Unidos, aumente até aproximadamente 44%, contribuindo com quase 70% no aumento previsto das exportações mundiais de carne durante o período analisado.

Já para os biocombustíveis, a expectativa é de a demanda brasileira de etanol se expandir em 6 bilhões de litros no período analisado, o que resultaria em um aumento na produção de mais de 40% nos próximos dez anos.