28 de março de 2024
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Cadastro Positivo reduz juros para consumidores, diz pesquisa do BC

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Operações com informações do Cadastro Positivo ficaram mais baratas em pesquisa
Reprodução: iG Minas Gerais
Operações com informações do Cadastro Positivo ficaram mais baratas em pesquisa

Os consumidores que têm seus dados disponibilizados no Cadastro Positivo tiveram acesso a taxas de juros menores ao tomar empréstimos pessoais, aponta um estudo do Banco Central (BC) enviado nesta segunda-feira (03) ao Congresso.

De acordo com o documento, as operações de empréstimo pessoal em que os consumidores tinham pontuação no Cadastro Positivo registraram um spread bancário diferença entre a taxa que os bancos pagam para captar dinheiro e os juros que cobram dos clientes 10,4% menor do que pessoas que não estavam no Cadastro.

"Os resultados desta seção sobre a relação entre taxa de juros e escores mostram evidência de que as informações provenientes do Cadastro Positivo provavelmente levaram a uma queda, em média, das taxas de juros para clientes novos de operações de empréstimo pessoal no período de agosto a dezembro de 2020" diz o estudo.

A pesquisa ainda apontou que quanto mais a nota de crédito subiu com o Cadastro Positivo, mas os spreads caíram em relação a quem não tem suas informações no Cadastro.

O Cadastro Positivo é um sistema de pontuação que atribui uma nota de crédito para o consumidor. Criado em 2011, ele passou a ter adesão automática em 2020, após aprovação de um projeto no Congresso. A ideia é que as instituições financeiras tenham mais conhecimento sobre os clientes e, com isso, possam oferecer condições melhores em empréstimos, por exemplo.

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A pesquisa também estimou que a utilização do Cadastro Positivo fez com que as instituições financeiras alterassem as pessoas nas faixas de risco de crédito. Enquanto 41% migraram para faixas de menor risco, 33% não se alteraram e 26% foram para uma faixa de maior risco.

Um menor risco de crédito facilita a tomada de empréstimos e pode resultar em condições melhores, como prazos mais alongados ou juros menores, porque as instituições financeiras têm mais segurança de que serão pagas.

O estudo apresentado pelo BC ao Congresso era uma obrigação prevista na lei aprovada no ano passado. A legislação previa que a autoridade monetária deveria produzir um relatório sobre os resultados alcançados com a mudança.