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CEO do Twitter leva bronca por tuitar em audiência no Congresso dos EUA

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Jack Dorsey, CEO do Twitter
Reprodução/Youtube
Jack Dorsey, CEO do Twitter



O Congresso dos EUA convocou novamente os CEOs das principais Big Techs ligadas a conteúdo online para uma  audiência sobre o impacto de suas plataformas na disseminação de desinformação nesta quinta-feira (25). Além de Mark Zuckerberg ( Facebook ) e Sundar Pichai ( Google ), Jack Dorsey, do Twitter , estava presente para responder questões sobre sua empresa e a moderação de publicações indesejáveis mas Dorsey não conseguiu se desligar das redes nem para depor.

Enquanto os membros do Congresso faziam perguntas aos executivos, todos eles pareciam se esquivar o máximo possível com respostas longas que pareciam não levar a lugar nenhum para assuntos relacionados a remoção de redes supremacistas e outros temas delicados.

A postura dos CEOs fez com que os membros da Corte começassem a cobrar posicionamentos mais objetivos e respostas simples: "sim" ou "não". Quem se recusava a seguir essa linha, era basicamente impedido de responder.

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Aparentemente, a situação incomodou o fundador do Twitter , que imediatamente recorreu ao seu próprio perfil no microblog para postar uma enquete. Sem elaborar nenhuma descrição, Dorsey deu duas opções: "Sim" e "Não". Mas o tweet irônico não passou despercebido.

"Senhor Dorsey, o que está ganhando sim ou não na sua enquete da sua conta no Twitter? ", perguntou a deputada democrata Kathleen Rice. "Sim", disse Dorsey talvez a resposta mais rápida e objetiva da audiência. "Hmmm. Suas habilidades multitarefa são bastante impressionantes", comentou Rice, em tom de repreensão, antes de começar seus questionamentos.

Audiência durou mais de 5 horas

As perguntas para os CEOs do Google , Facebook e Twitter abordaram diversos temas relacionados à desinformação, desde conteúdo antivacina ao tratamento dado por cada plataforma às fake news durante as eleições americanas. Um dos congressistas chegou a perguntar se os executivos haviam tomado a vacina contra Covid-19 Zuckerberg e Dorsey responderam que não, enquanto Pichai afirmou ter sido recebido a primeira dose na última semana.

Mark Zuckerberg já havia antecipado seu discurso para a audiência desta quinta-feira. Ele defendeu uma mudança da Seção 230 (lei que protege empresas de tecnologia da responsabilidade sobre o conteúdo veiculado por seus usuários), apoiando a cobrança de sistemas de moderação de conteúdo em redes sociais.

Sundar Pichai levantou iniciativas do Google contra desinformação e sugeriu algumas mudanças para a lei, mas sem defender um "conjunto de boas práticas", como Zuckerberg. Ele propôs a implementação de políticas mais claras de conteúdo e notificações para seus autores quando há remoção de alguma publicação. Para Pichai, caso a Seção 230 seja revogada por completo, como vem sido cogitado, as plataformas teriam que filtrar excessivamente o conteúdo postado por usuários ou simplesmente não seriam capazes de filtrar nada.

Por sua vez, Jack Dorsey , além de irritar uma das congressistas, foi mais breve. Trouxe apenas algumas mudanças adotadas pelo Twitter , como o Birdwatch, que conta com uma rede de colaboração para contextualizar tweets e combater fake news. Ele não fez comentários específicos sobre a Seção 230 em seu testemunho escrito.