Além da inflação nos supermercados, o consumidor tem enfrentado a redução do tamanho das embalagens dos produtos. Isso também é uma inflação disfarçada: o preço não sobe, mas você paga o mesmo valor por menos produto.
Consumidores reclamam nas redes sociais de que o fenômeno parece estar piorando e também afeta a qualidade dos produtos. Manteiga misturada com margarina, leite e leite condensado com composto lácteo em vez de leite puro são alguns exemplos citados.
Verificado alguns estabelecimentos e foi constatado , por exemplo, sabão em pó, que deixou de pesar 1kg para ter apenas 800g; embalagens de molho de tomate que foram reduzidos de 150g para 120g; latas de ervilha que também estão menores.
A dona de casa Márcia Ribeiro Santana, 48, notou que as compras estão cada vez menores. "Antes eu saía com um carrinho quase cheio, e dava R$ 300, R$ 400. Hoje, com esse mesmo valor, eu não encho nem o fundo do carrinho", lamenta.
E não é só isso. Começaram a aparecer nas prateleiras vários produtos que "são, mas não são". Exemplo: um leite condensado, chamado Moça Pra Toda Família explica que, na verdade, é uma mistura láctea condensada de leite, soro de leite e amido — enquanto o Moça original é de leite condensado integral.
Consumidores também têm relatado que outros produtos feitos com leite também estão recebendo a "mistura láctea", composta por amido, soro de leite ou água.
Em um Brasil cada vez mais pobre e com inflação descontrolada, sem políticas públicas que viabilizem qualquer solução, as empresas estão optando mais e mais pela redução do tamanho das embalagens e diminuição da qualidade dos produtos para tentar vender. Para uma geração que experimentou o país como sexta potência econômica mundial e pleno emprego, este pode ser definido como o "fundo do poço".