28 de março de 2024
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POBREZA SEM FIM

Com brasileiros mais pobres, marcas começam encolher embalagens

O fenômeno é conhecido como 'reduflação". Você já percebeu isto nos supermercados? Caixas, pacotes e garrafas estão ficando menores, porém, os preços não para de subir

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Além da inflação nos supermercados, o consumidor tem enfrentado a redução do tamanho das embalagens dos produtos. Isso também é uma inflação disfarçada: o preço não sobe, mas você paga o mesmo valor por menos produto. 

Consumidores reclamam nas redes sociais de que o fenômeno parece estar piorando e também afeta a qualidade dos produtos. Manteiga misturada com margarina, leite e leite condensado com composto lácteo em vez de leite puro são alguns exemplos citados.

Verificado  alguns estabelecimentos e foi constatado , por exemplo, sabão em pó, que deixou de pesar 1kg para ter apenas 800g; embalagens de molho de tomate que foram reduzidos de 150g para 120g; latas de ervilha que também estão menores.

A dona de casa Márcia Ribeiro Santana, 48, notou que as compras estão cada vez menores. "Antes eu saía com um carrinho quase cheio, e dava R$ 300, R$ 400. Hoje, com esse mesmo valor, eu não encho nem o fundo do carrinho", lamenta. 

E não é só isso. Começaram a aparecer nas prateleiras vários produtos que "são, mas não são". Exemplo: um leite condensado, chamado Moça Pra Toda Família explica que, na verdade, é uma mistura láctea condensada de leite, soro de leite e amido — enquanto o Moça original é de leite condensado integral. 

Consumidores também têm relatado que outros produtos feitos com leite também estão recebendo a "mistura láctea", composta por amido, soro de leite ou água. 

Em um Brasil cada vez mais pobre e com inflação descontrolada, sem políticas públicas que viabilizem qualquer solução, as empresas estão optando mais e mais pela redução do tamanho das embalagens e diminuição da qualidade dos produtos para tentar vender.   Para uma geração que experimentou o país como sexta potência econômica mundial e pleno emprego, este pode ser definido como o "fundo do poço".