23 de abril de 2024
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ECONOMIA

Comércio varejista registra recuo de 3,1% de julho para agosto

Dados foram divulgados nesta 4ª feira (06.out.2021) pelo IBGE e ficaram abaixo das expectativas do mercado

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Dados divulgados nesta 4ª feira (06.out.2021) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que o  volume de vendas do comércio varejista do país caiu 3,1% em agosto, na comparação com julho. Vale ressaltar que é a primeira baixa após quatro taxas positivas consecutivas, mas que, ainda assim, ficou abaixo das expectativas do mercado.

Segundo analistas consultados pela agência Bloomberg, era esperada elevação de 0,6% nas vendas. Seis das oito atividades pesquisadas tiveram taxas negativas em agosto, aponta a agência Folhapress. 

De julho para agosto, Pesquisa Mensal do Comércio, foram levantados setores do comércio varejista comum e ampliado. Esse segundo inclui veículos, partes e peças e material de construção, e recuou 2,5% o seu volume de vendas este mês. 

Destaque para outros artigos de uso pessoal e doméstico (-16%), que teve a principal influência negativa sobre o indicador do comércio varejista. Essa atividade é composta, por exemplo, pelas grandes lojas de departamento.

"Foi um setor que sofreu bastante no início da pandemia, mas se reinventou com a reformulação das suas estratégias de vendas pela internet. Isso culminou com crescimentos expressivos, principalmente em julho (19,1%) com o lançamento das plataformas de marketplace", afirmou Cristiano Santos, gerente da pesquisa do IBGE.

Artigos de uso pessoal e doméstico são seguidos por:

  • Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-4,7%), 
  • Combustíveis e lubrificantes (-2,4%), 
  • Móveis e eletrodomésticos (-1,3%), 
  • Livros, jornais, revistas e papelaria (-1,0%) 
  • e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,9%).

Por outro lado, as atividades que tiveram variação positiva no volume de vendas de julho para agosto foram: Tecidos, vestuário e calçados (1,1%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,2%), apontou o Instituto.

Frente a agosto de 2020, o varejo teve baixa de 4,1%, indicou o IBGE. O setor ainda registrou avanço de 5,1% no acumulado do ano, de janeiro a agosto. Em período maior, de 12 meses, houve crescimento de 5%.

Depois dos primeiros impactos da pandemia, o comércio aposta na reabertura de lojas e no menor nível de restrições a atividades para se recuperar. Retomada, contudo, ameaçada pela escalada da inflação e desemprego elevado, que diminuem o poder de compra da população.

Inflação vem ganhando força no país com a pressão de itens, como combustíveis e energia elétrica. No acumulado de 12 meses até agosto, dado mais recente à disposição, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) se aproximou de dois dígitos, com alta de 9,68%.

Já o desemprego atingiu 14,1 milhões de brasileiros no trimestre que encerrou em julho. À época, a taxa de desocupação foi de 13,7%. 

Antes desses resultados do comércio, o IBGE divulgou, na 3ª feira (05.out.2021), o desempenho da produção industrial em agosto. Conforme o instituto, a produção das fábricas caiu 0,7% no oitavo mês deste ano. O dado do setor de serviços, por sua vez, será conhecido na próxima semana.